Análise do Documentário "The Mask You Live In"
Por: Victoria Grant • 23/9/2018 • Resenha • 1.273 Palavras (6 Páginas) • 575 Visualizações
O documentário “The Mask You Live In” retrata da “crise dos meninos” nos EUA. Essa crise ocorre devido ao machismo imposto para o menino desde muito novo e isso acaba por influenciar na personalidade dos garotos. Através de relatos, no documentário, os meninos, adolescentes e homens contam experiências vividas ou vistas por eles e o quanto isso os prejudicou e além desses relatos há a análise de vários profissionais em relação a esse assunto. O documentário coloca em evidência a forma como os meninos estão sendo educados e o quanto isto está afetando a vida física e mental deles, e esse modelo de educação é perpetuado durante muito tempo, é um modelo que realmente molda os meninos, dizendo como eles devem se comportar, vestir e gostar. Esses meninos acabam não criando uma autonomia própria, eles apenas reproduzem o que é dito e ensinado a eles através, muitas vezes, da repressão. Por exemplo, quando um menino chora é dito a ele que isso é coisa de menininha, mariquinha e que aquilo não é coisa de homem, que ele tem que ser homem, seja um homem.
O filme denúncia o quão ruim isso é tanto para aqueles garotos quanto para a sociedade que os reprimem tanto, essa repressão acaba gerando inúmeros problemas, como agressividade, transtornos diversos como a depressão, mais recorrente que acaba levando a pessoa para o suicídio, e estupros, pois é reproduzido pela cultura que quanto mais um homem transar com inúmeras mulheres mais homens eles serão, e a agressividade contra a mulher entra nesse cenário também, pois através dessa mesma cultura é propagado que mulher é mais fraca e que deve ficar no seu lugar. Essa cultura entra em contato com as crianças desde muito cedo, seja através dos pais, das escolas ou da mídia, todos são responsáveis por essas ideias que entram na cabeça na criança desde muito nova, seja através dos pais falando para o menino ser homem, que balé e boneca são coisas de menina e que ele deve gostar de futebol e mulheres “gostosas”, por exemplo. A escola é o primeiro contato social que a criança tem fora do ambiente familiar e se os profissionais dessa escola concordarem e reproduzirem essa mesma ideia, se uma professora ao ver um menino entrando numa casinha rosa, no parquinho, brincando de lavar a louça e falar pra ele que aquilo é coisa de menina, e outro menino ouvir aquilo, frase que já havia escutado antes dos pais e esse mesmo menino começar a espalhar para os colegas que o menino que brincava na casinha rosa é menininha e os outros, quem também tiveram contato com essa famosa frase, com certeza começaram a zombar do menino que muitas vezes estava brincando com outra menina, que eles eram um casal e ele estava fazendo o serviço de casa e ela cuidando do bebê dos dois e que logo mais eles iriam intercalar depois, ela cuidando da casa e ele do bebê. E esse garoto ao ser zombado provavelmente bloqueará essas vontades de brincar com as meninas, ou brincar “de coisas de menina” e começará a mostrar-se mais agressivo, mais “másculo”, como se dissesse “Ei! Sou um menino que nem vocês” para os outros garotos que zombavam dele e ao fazer isso os meninos vão acabar aceitando ele no grupo ou se ele persistir nesse comportamento, mesmo se ele tiver algum amigo menino, esse para não ser zoado irá se afastar dele. Tudo isso porque é reproduzido que certa coisa é de menino e certa coisa é de menina. E no caso da mídia basta ligar a TV, ver propagandas de cerveja, filmes, escutar algumas músicas e logo você identificará os homens másculos, machos alfas sendo ora agressivos, ora pegando muitas mulheres e depois comentando com os amigos. Tudo isso é colocado na cabeça de um menino quando ele é pequeno, e isso interferirá na personalidade e nos atos do futuro homem que ele será.
É na fase dos primeiros seis anos de vida que os acontecimentos mais determinam o adulto que seremos. É a fase em que há a construção da nossa personalidade, onde etapas não podem ser adiadas e nem antecipadas para evitar problemas futuros. Fase em que tomamos consciência de nós mesmo e dos outros, em que começamos a desenvolver melhor os sentimentos, em que devemos aprender a controla-los com ajuda dos pais e se esses reprimirem um simples ato como o choro, já desencadeia um monte de problemas no menino, nesse momento há também desenvolvimento da empatia. É uma fase em que ficamos vulneráveis a aprovação ou desaprovação dos adultos e fazemos de tudo para agradá-los,
...