Análise do Filme "O enigma de Kaspar Hauser"
Por: Raquel Dota • 11/11/2018 • Trabalho acadêmico • 790 Palavras (4 Páginas) • 521 Visualizações
UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO | DATA: 29/05/2017 |
DISCIPLINA: TEORIAS E SIST. EM PSICOLOGIA | PROFESSOR: ALACIR |
CURSO: PSICOLOGIA | NOTURNO |
ANÁLISE DO FILME – O ENIGMA DE KASPAR HAUSER | 1º SEMESTRE – TURMA 1 |
O presente trabalho tem como objetivo analisar o filme "O enigma de Kaspar Hauser" com base na teoria da psicologia sócio-histórica. Esta teoria entende o homem como um ser social, que depende do meio, da materialidade para se construir e desenvolver-se, e é num processo de constante dialética que esta construção do homem ocorre, ele aprende com o meio, com o ambiente, interpreta e ressignifica, formando sua subjetividade, e assim modifica o meio. Desta forma, ao assistir o filme podemos entender como esse materialismo dialético, esta troca com o meio, ocorre.
Kaspar foi uma pessoa que até os 16 anos nunca tinha visto nenhum outro ser humano, nem teve contato com o meio, com animais, pessoas, com sociedade, com a história da humanidade, desta forma não desenvolveu fala, não sabia andar, nem se comunicar. O que vai de encontro com a teoria apresentada, e somente a partir das interações com o meio, após ser levado para a cidade que começa a aprender, e este aprendizado se assemelha ao de uma criança.
Quando Kaspar chega a cidade, só sabe falar uma frase: "quero ser cavaleiro, igual ao meu pai”, porém como ele não foi introduzido à linguagem, não sabe o que esses signos representavam, falava sem significado.
Dessa forma, o aprendizado se dá de forma gradual, primeiro aprende observando, tentando ou sendo informado por meio de signos, como na cena em que acaba água do copo em que está bebendo e ele continua a virá-lo, pois não sabe de onde vem a água, não tem noção que devemos encher o copo para ter água, pois ele nunca teve que fazer isso, ninguém o ensinou, ele nunca viu, nunca experienciou essa situação, então, a criança o ensina que deve-se encher o copo para obter-se água.
Neste sentido, Kaspar inicia com estas atividades psicológicas mais simples, aprendendo os sentidos do corpo, sentir, tocar, e entendendo que estas experiências vividas lhe causam sensações, algumas puramente fisiológicas quando queima o dedo em uma vela e chora, e na medida em que essas experimentações e vivências vão ocorrendo, ele vai desenvolvendo seu interior, seu psiquismo, sua consciência, os processos psicológicos superiores.
Kaspar então vai morar com o professor Daumer que o ensina a ler e escrever, tocar piano, e o inclui na sociedade, e é aí que vai adquirindo gostos e desenvolvendo seu raciocínio, tudo por meio da dialética, por meio de um processo socialização e subjetivação. Em determinada parte do filme Kaspar relata que sonhou, e o professor fica feliz por ele saber diferenciar sonho de realidade, pois antes isso não acontecia, ele relatava coisas que haviam acontecido, pessoas que havia encontrado que seria impossível ocorrer, mas na medida em que vai entendendo e aprendendo com aqueles que o rodeiam essa diferenciação se torna possível. As emoções também são desenvolvidas ao longo desse processo, como gostos musicais, quando ele ouve o coral da igreja e se sente desconfortável, ou quando tem a percepção e o sentimento de ser diferente e de ser diminuído perante as pessoas.
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