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Análise do filme Quase Deuses: dos métodos científicos ao senso comum e sua subjetividade

Por:   •  12/6/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.340 Palavras (6 Páginas)  •  9.862 Visualizações

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Universidade Federal de Goiás

Ciências Biológicas Licenciatura Noturno

Psicologia da Educação I

Discente: Nathany Ribeiro Lima dos Santos

Análise do filme Quase Deuses: dos métodos científicos ao senso comum e sua subjetividade

        

        Existem diversos tipos de conhecimento, como o científico, a arte, a religião e o senso comum. Cada um desses apresenta sua importância num meio social, cultural e histórico. O senso comum é o tipo que representa melhor a realidade, pois é feito por todas as pessoas com o intuito de explicar o cotidiano. Em contra partida, existe o conhecimento científico ou ciência que é dotado de complexidade e visto como um privilégio. Além disso, dentro desses conhecimentos, pode-se relacionar o termo subjetividade que é a individualidade e singularidade que cada ser humano possui e contrói de acordo com a vivência e as experiêcias sociais. São nessas três perspectivas que será analisado o filme Quase Deuses (Something the Lord Made, do inglês), lançado em 2004.

        Antes da análise em si deste filme, é interessante abordar algumas caracteristicas dos conhecimentos e do conceito mencionados anteriormente, para uma questão de contextualização. Vejamos então, o conceito de senso comum que de acordo com Ana Maria Bock, é “um saber que mistura os demais saberes (arte, religião) e os reduz a um tipo de teoria simplificada produzindo uma determinada visão de mundo.” Este está presente na vida de todos, pois é um hábito que passa de geração em geração. Devido a essa simplificação este conhecimento não é aprimorado, com regras e métodos, por isso se caracteriza como espontâneo, com intuito apenas de criar teorias para explicar o cotidiano, sendo assim, quer se aproximar da realidade.

        Por sua vez, o conhecimento científico é definido, também na perspectiva da mesma autora, como um conjunto de conhecimentos sobre fatos, natureza, sociedade, economia, etc, caracterizada por usar métodos rigorosos, linguagem própria e ter de fato um objeto de estudo. Neste, não se pode dispensar a objetividade e não há verdade absolutas, de tal forma que a ciência é considerada um processo.

        Analisando os dois conhecimentos, pode-se encontrar um ponto em comum entre eles, que é o fato de tentarem explicar a realidade, a diferença está em como fazem isso. Enquanto o senso comum tenta se aproximar de forma direta, com teorias, a ciência se distancia dessa realidade, utilizando o abstrato para depois conseguir, ou não, desenvolver teorias que aproxime de novo ao cotidiano, isto é feito com tentativas e erros, caracterizando este processo que é o conhecimento científico.

        Finalmente, pode-se chegar ao conceito de subjetividade, que conforme Bock “é a síntese singular e individual que cada um de nós vai constituindo conforme vamos nos densenvolvendo e vivenciando as experiências da vida social e cultual.” Assim, de uma forma geral, esta síntese

é a maneira de sentir, pensar, fantasiar, sonhar, amar e fazer de cada indivíduo.

        Como os termos necessários foram conceituados anteriormente, pode-se seguir com a análise do filme dentro das perspectivas científica e de senso comum. O filme Quase Deuses, lançado em 2004, narra a vida de Vivien Thomas e Alfred Blalock, na descoberta da cirurgia cardiáca. O filme relata uma história de 34 anos, iniciando em 1930, um momento de marcante segregação racial nos Estados Unidos, demonstrado diversas vezes ao longo deste. Além disso, também é destacado o preconceito contra a mulher.

        O personagem Vivien, um rapaz negro, é um marceneiro, devido a influência do pai, mas sempre teve o sonho de se tornar médico. Após perder seu emprego começou a trabalhar como faxineiro para o Dr. Aldred Blalock, que logo percebeu o talento do jovem para a medicina, observada pela forma de manusear os equipamentos e seus desenhos anatômicos. Isso pode ser visto  como um conhecimento comum (marcenaria ensinada pelo pai) que foi contruído em conhecimento científico ao ter contato e convívio com o médico e seu local de trabalho, cheio de utensílios e máquinas utilizadas para desenvolver o método científico. Ao perceber isso, o doutor manda Vivien começar a usar jaleco, em vez de avental, e nota-se que isso significa muito para o jovem.

        Com relação a esses dois principais personagens é importante mostrar como a subjetividade é relacionada ao comportamento de ambos. No decorrer de todo o filme, Vivien demostra respeito e humildade diante do doutor, nunca o enfrentando e geralmente cabisbaixo, pode-se ver isso como uma influência do momento historico-social, onde havia grande segregação racial, e foi assim que ele lidou com isso. Por outro lado, o Dr. Blalock apresenta sua arrogância, com sua postura ereta, sempre olhando para frente, impondo respeito, afinal, era um médico branco. É assim que demarca a grande diferença entre ambos e suas formas de lidar com o meio social no qual estavam inseridos.

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