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Analise Filosófica do Filme: “O Doador de Memórias”

Por:   •  30/5/2022  •  Pesquisas Acadêmicas  •  731 Palavras (3 Páginas)  •  264 Visualizações

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Luan Domingues de Almeida RA: G537645

Analise filosófica do filme: “O doador de memórias”

O filme lançado em 2014 “O doador de memórias”, dirigido por Phillip Noyce e com roteiro adaptado do livro “O doador” de Lois Lowry, lançado em 1993 onde o enredo do filme se passa numa comunidade aparentemente perfeita onde não se tem cor, dor e qualquer tipo de desigualdade. Habitada por moradores que estão sendo manipulados a todo o momento, começando pelo seu nascimento ate sua morte. Nesta comunidade fechada, comparável a um regime totalitário, onde se é observada e controlada por um grupo de Anciãos, cuja função é garantir que as regras e funções atribuídas a cada residente sejam cumpridas, para manter a ordem o modo de vida da sociedade.

A estrutura social que existe no enredo da história comparada à sociedade do modelo platônico, do social, moral e político proposto no livro "República" de Platão. A sociedade platônica defende a estrutura moral e política a polis no mesmo sentido que o filme onde cada membro da sociedade tem uma habilidade em seu lugar na polis e deve ser atribuída como e quando para à medida que a pessoa desenvolve sua naturalidade no processo de educação, pois cada um tem que desempenhar em uma determinada função.

Algum elemento intrínseco encontrados no filme que nos levam ter um analise um pouco mais filosófica como:

A ausência de cores, filme retratado em branco, preto e cinza: A cor não é um fenômeno físico, ela é um estímulo orgânico que interpreta o reflexo da luz vinda de um objeto que foi emitida por uma fonte luminosa, ou seja, a luz é o estímulo e a cor o efeito.  Podemos estudar isso na teoria com Aristóteles, Isaac Newton, Goethe, Chevreul, Otto Runge e Leonardo da Vinci, grandes nomes que contribuíram nos estudos e teorias das cores que trata de experimentos entre a luz e natureza das cores. No filme podemos ressaltar a ausência da cor no aspecto onde a falta de luz sobre as memórias, onde as memórias subtraem os efeitos das cores daquela realidade sensível. Nesse espaço, os olhos dos personagens são controlados por elementos químicos, drogas, que contribuem para essa percepção, pois, o olho humano é composto de células que transmitem impulsos elétricos para o cérebro.

Ausência de dor: todos naquela sociedade tomam remédios desde sua juventude. O remédio é injetado para supressão da dor, supressão das emoções, sentimentos e sofrimento. Mas a Filosofia nos ensina que viver também é sofrer. Freud apresenta a noção de dor e coerção dizendo que não existe cultura sem esses elementos, pois cultura é repressão; e ainda completa dizendo que somos movidos por coisas que não controlamos. Suas idéias vão mudar o final do século dezenove até os nossos dias. No filme as três dimensões da dor tentam ser controladas: a dor nociceptiva (mecânica, térmica ou física); dor neuropática (lesão ou doença no sistema nervoso) e a dor psicológica (emocional). Por que suprimir a dor? Como nos lembra Umberto Eco em um texto publicado no Jornal La Repubblica, com o título “La filosofia è la cognizione del dolore” (A filosofia é o conhecimento da dor). O sofrimento pela dor seria vencido por meio de seu aniquilamento o que a sociedade do filme tenta alcançar com os remédios. No mundo contemporâneo, em certa medida, buscamos soluções parecidas não apenas para a dor, mas para tudo: para ter alegria, para dormir, para acordar, para ter relacionamento sexual, para concentração, para emagrecer, para engodar, para viver, para morrer.

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