Analise do filme "Preciosa" no contexto da personalidade e da Psicologia Jurídica.
Por: Caryna Maximina • 14/12/2021 • Trabalho acadêmico • 880 Palavras (4 Páginas) • 664 Visualizações
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Bacharelado em Psicologia
Estágio. Sup. Básico IV – Psicologia Jurídica.
Docente: Carolina Almeida
Discente: Caryna Maximina Ferreira
8º Período Noturno
Estudo de caso / atividade de produção textual.
Análise Crítica sobre o filme: Precious
Harlem, bairro de Nova York, 1987. É nesse contexto que a jovem de 16 anos Claireece Precious Jones grávida do segundo filho enfrenta uma série de abusos psicológicos, físicos da mãe e sexuais oriundos do pai. O objetivo dessa análise e relacionar a personalidade da personagem principal com o artigo “A natureza Histórico-Social da personalidade” de Lígia Márcia Martins e logo após fazer um paralelo de como a personalidade é construída pelo social e cultural de cada sujeito, o que desmistifica que o sujeito criminoso é um ser a priori da sua existência e de suas relações sociais.
O processo de personalização nos marcos do materialismo histórico-dialético aponta para o processo que condiciona e é condicionado pelas condições objetivas de existência dos indivíduos. Nos quais os homens se realizam por intermédio da história que constroem, desenvolvendo-se a partir de condições biológicas e sociais. Sendo a personalidade autoconstrução da individualidade, síntese de processos biológicos e psicológicos que em interação dialética com o meio transforma o indivíduo. A personalidade é uma formação psicológica que se vai constituindo como resultado das transformações da atividade que engendra as relações vitais do indivíduo com o meio. Quando no meio familiar do filme analisado nos deparamos com abusos psicológicos, físico e sexual, como teria sido construída a personalidade de Claireece Precious Jones?
A qualidade dos vínculos do indivíduo com o mundo abarcam suas relações com as condições objetivas de sua existência, que ocorre em dada família, dada classe social, dada nação, dada época. Portanto, a qualidade desses vínculos se encontra na dependência das atividades que sustentam o processo de personalização, na base das quais os significados sociais e o sentido pessoal encontram alguma unidade ou se alienam, empobrecendo a existência dos indivíduos. E são esses aspectos que apresenta no filme, quando os vínculos do indivíduo com o mundo, principalmente com a família se encontra em uma forma tão empobrecida (doente) é possível perceber que a personalidade até aquele ponto era uma personalidade extremamente fragmentada, sem definição de limite e do eu.
Claireece em diversos momentos passa fome, rouba estabelecimentos, apresenta comportamentos agressivos, não possui uma visão de sua personalidade, em pontos diferentes do filme ela se imagina, como magra, branca, com cabelos longos. É possível observar uma adolescente extremamente sonhadora, que se desliga da realidade para dar conta dela. Porém, sob relações sociais de dominação, quando os processos de apropriação e objetivação são alienados e alienantes, a particularidade torna-se o eixo a partir do qual o homem singular organiza sua existência. Nestas circunstâncias do filme essa particularidade se revela alienada, embotando e limitando o pleno desenvolvimento tanto da consciência de Claireece quanto a autoconsciência.
Outro ponto analisado refere-se ao grau e à organização da hierarquização das atividades com relação aos motivos. Considerando- se que não existem atividades sem motivos, temos que, por meio das atividades, os motivos vão se organizando dinamicamente, constituindo- se como linhas motivacionais orientadoras dos vínculos com o mundo. Essas linhas motivacionais em relação com as atividades que as sustentam é que vão criando uma unidade relativamente estável no processo de personalização, possibilitando ao indivíduo colocar-se, por meio da consciência, perante seus próprios motivos e, assim, estabelecer um norte para sua vida. É nesse ponto que Claireece que encontra linhas motivacionais, a escola, sendo um lugar de relações sociais no qual ela se insere que pressupõe o conhecimento sobre si em suas intersecções com o mundo circundante, pelo qual o indivíduo se reconhece na realidade mais ampla na mesma medida em que a reconhece em si.
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