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Análise Filme Preciosa

Por:   •  20/3/2021  •  Abstract  •  1.076 Palavras (5 Páginas)  •  179 Visualizações

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O filme Preciosa, dirigido por Lee Daniels, perpassa pelo Harlem, em Nova York, EUA, em 1987 e conta a história de uma menina de apenas 16 (dezesseis) anos, por nome Claireece Preciosa Jones, pobre, gorda, negra, analfabeta e que tem dois filhos apesar da idade.

No início do filme, a impressão comum é de que se trata de mais uma jovem inconsequente e irresponsável que apesar dos inúmeros conselhos dos que a cercam, acaba por cometer diversos erros na vida, entre eles, ter filhos sem ter condições suficientes, avaliando aqui os mais amplos aspectos financeiro, moral, psicológico etc., para cuidar. No entanto, no desenrolar do filme, observa-se que trata-se de mais uma vítima social de opressão, de preconceito, de negligência, de resiliência, de violência, de total descaso e repulsa de uma sociedade que de forma consciente ou não seleciona alguns, tidos como adequados às suas “exigências”.

Os acontecimentos que envolvem a personagem principal - Preciosa, ocorrem no seio familiar, ambiente no qual ela é tida como base para a manutenção dos afazeres domésticos, como limpar a casa, fazer a comida e levá-la para a sua mãe, os quais como recompensa, sua mãe oferece total descaso com relação à sua saúde, educação etc., enchendo-lhe de desaforos, menosprezos e colocando a culpa de todas as suas desventuras na jovem, além de diminuir os méritos da menina, dizendo que a mesma não serve para nada, que é burra, entre outros desagrados e age com total negligência com relação às violências perpetradas pelo pai. Este, por sua vez, só apareceu em vídeo para proporcionar violências físicas, psicológicas e sexuais à sua filha logo no início do mesmo.

Além de morar em um ambiente inteiramente hostil, cercado por violências das mais diversas formas, mentiras e maus exemplos, nos demais ambientes frequentados por ela, observa-se o tratamento preconceituoso e discriminatório da mesma, nos quais se percebe que ela era chamada de baleia orca, pesada, gorda, feia entre outros o desrespeito dos seus colegas de classe, que a tratava da mesma foram. Professores, colegas, diretores, sequer se importavam com os motivos que levaram Preciosa a não conversar, não aprender, não se relacionar como o esperado, excluindo todos de sua intimidade em sua vida social. Observa-se pouco preparo da direção da escola que ao tomar conhecimento da sua segunda gravidez, a expulsou da instituição de ensino, sem sequer averiguar a vida da menina, o contorno social que a envolvia, em que circunstancias se deu a gravidez.

Somente após sair de casa, expulsa por sua mãe após perder o benefício social, Preciosa encontra o amparo, que jamais encontrou no seio familiar, na escola alternativa comandada pela professora Rain a qual tem como lema “um ensina um” e foi através da professora e suas colegas de turma, da nova escola que ela encontrou carinho, afeto, respeito e proteção.

Apesar de o filme relatar a história de uma jovem pobre, negra, gorda, analfabeta, mãe adolescente e moradora de um bairro pobre da cidade grande dos Estados Unidos, muito nos remete à triste realidade muito presente no Brasil.

Não muito difícil se tem notícias de descasos de pais, autoridades, escolas, sociedade, com relação aos direitos das crianças e dos adolescentes. Apesar da criminalização e penalização estipuladas no Código Penal brasileiro contra tais atitudes, nos artigos 213, §1º, 217-A, bem como do Estatuto da Criança e do Adolescente-ECA preceituar em seu artigo 5º que conforme o Art. 5º :

Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.

Constantemente, jovens são vítimas de estupros e abusos, na maioria das vezes por pessoas próximas, pais, mães, padrastos, madrastas, tios, tias e amigos (as) deles ou da família.

Rosana Morgado mostra em seu texto que a avaliação da violência domestica mesmo parecendo ser uma tarefa simples, mas se mostra de forma extremamente difícil e deve-se levar em consideração os mais diversos contextos sociais. Sabe-se que a violência domestica não é algo recente e que a mesma está presente em todas as sociedades e também em todas as classes sociais.

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