Analise do texto A Inserção Institucional do Psicólogo em equipe interdisciplinar: calar ou deixar falar a especificidade?
Por: RosangelaBrito93 • 29/11/2016 • Projeto de pesquisa • 2.146 Palavras (9 Páginas) • 828 Visualizações
O Movimento Institucionalista concebe a sociedade como uma rede de instituições “que se interpenetram e se articulam entre si para regular a produção e a reprodução da vida humana sobre a terra e a relação entre os homens” (BAREMBLITT: 1996, p.29).
A Inserção Institucional do Psicólogo em equipe interdisciplinar:
calar ou deixar falar a especificidade?
Revista Práxis e Formação (resultante dos Fóruns anuais da Especialização em Psicologia Clínico-Institucional - Modalidade Residência Hospitalar) - Hospital Universitário Pedro Ernesto, englobando as Unidades de Psiquiatria, Adolescência, Pediatria, Pré-natal Maternidade, NAI/UNATI (terceira idade).
O texto analisado faz parte de uma das publicações feitas pela revista, Revista Práxis e Formação, segundo o editor da revista, Ademir Pacelli Ferreira, “a particularidade da clínica, seja no campo físico-orgânico, seja no psíquico, exige do terapeuta uma grande dedicação e aprofundamento”, a ressalva é que o trabalho deve ser uma aplicação da teoria de forma prática, onde o trabalho tenha empenho e responsabilidade, a revista é fruto de encontros anuais dentro da Especialização em Psicologia Clínico-Institucional - Modalidade Residência Hospitalar, dentro do campo desta especialidade são estudos que englobam programas contemplados dentro do Hospital Universitário Pedro Ernesto, englobando as Unidades de Psiquiatria, Adolescência, Pediatria, Pré-natal Maternidade, NAI/UNATI (terceira idade), desta maneira, os textos que compõem as revistas seguem a tradição de ter a práxis clínica como sua essência, assim cada artigo traz em si um pouco da experiência e com narrativas que possibilidade a aproximação destas experiências às vezes angustiante, dramática e mesmo trágica, mas também bela e gratificante, dentro de um hospital. Assim a Revista mostra aos leitores o quanto o campo de formação hospitalar é importante para o psicólogo clínico.
I – Descrição do campo de Análise (descrever as características da instituição abordada no texto): A Inserção
Segundo o autor, Eduardo Larrat, dos oito setores que compõem o programa da residência, o trabalho apresentado neste artigo pode quais motivações pessoais, grupais e institucionais esta escolha atende, assim, partindo da constatação de que na maior parte dos setores que fazem parte desta residência a orientação de prática de trabalho não tem na Psicologia Institucional uma referência central, destacada ou, ao menos, presente como campo de atuação e formação profissional, este singular trabalho encontra-se sem lugar à medida que esta área de saber e intervenção não está institucionalizada no programa da residência.
Formalmente reconhecido o trabalho pelo nome do programa - Especialização em Psicologia Clínico-Institucional Modalidade Residência Hospitalar, segundo Larrat, as aulas e grupos de estudo não abordam esta temática, as supervisões não enfocam a atuação do psicólogo a partir deste viés, os residentes ou psicólogos que trabalham em atendimento clínico-hospitalar não reconhecem que esta prática seja também institucional, apenas em instituição, mas mesmo assim este insiste em elaborar o trabalho.
Para Larrat, existem dois pontos a se fazer ressalva para articular a inserção do trabalho de Psicólogo dentro dos programas, ele diz como primeiro ponto que: se um psicólogo detém em sua formação mínima em dinâmica de grupos, análise institucional, Psicologia social, desta maneira, se para estes lhes tem algum interesse sobre os fenômenos de grupo, negar a especificidade de sua inserção no interior de uma equipe interdisciplinar parece impossível, assim sendo, para o autor “cada componente de um grupo ao se reconhecer como seu membro está automaticamente fazendo uma representação psíquica do mesmo, no entanto, seu olhar sobre o grupo não estará instrumentado conceitualmente pelos mesmos referenciais teóricos e técnicos do psicólogo”, em seu trabalho expressa como pressuposto, que há “especificidade na inserção do psicólogo dentro dos mais diversos grupos e que aquilo que a caracteriza é seu aparato teórico que tem na dinâmica do funcionamento dos grupos seu objeto de reflexão”.
Já como segundo ponto, Larrat considera que por princípio a exigência ética de que uma maior consciência implica em uma maior responsabilidade, em sua análise ele ressalva que os grupos e as instituições não se formam ao acaso, cada qual tem sua dimensão histórica e um objetivo, mesmo que durante a sua trajetória de existência tenha sido há muito perdido de vista, entendemos os desvios e os desvirtuamentos dos grupos e instituições como sinais da estereotipia e burocratização; transversalmente dos quais o grupo mantém sua existência, mesmo que à custa de seus objetivos iniciais.
II – a) Conceitos que evidenciam a presença de Análise Institucional. Segundo L’Abbate, podemos dizer que a Análise Institucional tem por finalidade compreender a realidade social a partir das ações e discursos de seus sujeitos; ainda segundo Larrat, Baremblitt (98) na teoria de Lapassade cita que uma instituição é um sistema lógico de definições de uma realidade social e de comportamentos humanos nas quais classifica e divide, atribuindo valores e decisões algumas são prescritas e outras proscritas, assim podem ser formalizadas em leis ou normas, escritas ou ditas, assim transformadas em hábitos em leis ou normas implícitas formando lógicas implícitas ou explícitas se concretizando materialmente ou corporificando dando amplitude podendo ser organizações, estabelecimentos, agentes e práticas.
Neste trabalho, o conceito citado segundo Larrat é que “o processo de conscientização tem fundamentação nas bases teóricas das diferentes correntes que compõem o Movimento Institucionalista, incluindo a Análise Institucional de Lourau e Lapassade e a Esquizoanálise de Deleuze e Guattari”. Para Baremblitt (1998), estas diferentes escolas têm em comum o fato de se apoiarem em uma proposta de “deflagrar nas comunidades, nos coletivos, nos conjuntos de pessoas, processos de autoanálise e autogestão”. O que Larrat busca através deste trabalho é ressaltar apenas que a participação do psicólogo em equipe interdisciplinar pode colaborar para a deflagração de um processo analítico grupal.
A Análise feita por Larrat considerando os analisadores informais, a burocratização e os meios de defesa ao movimento instituinte que acabam por tomar como sentido principal do grupo a sua própria existência, ainda que se perca de vista seus objetivos fundadores;
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