Análise de comportamento organizacional
Por: Bruna Rizzi • 14/9/2017 • Ensaio • 1.044 Palavras (5 Páginas) • 272 Visualizações
MBA em Gestão Estratégica de Pessoas - UPF
Acadêmica: Bruna Rizzi
Ensaio crítico do filme “Recursos Humanos” e da disciplina Comportamento Organizacional ministrada pela Profª Cláudia Concolatto:
Certa vez, escutei da educadora Soraya, da empresa Alelo o seguinte: ”O que parece óbvio e simples para uma pessoa pode soar absurdo para outra. É preciso ouvir, exercitar a empatia, construir vínculos e criar relações de confiança para ter espaço para influenciar e impulsionar mudanças”. Isso me soou tão verdadeiro e fez sentido, pois quando se pensa em comportamento organizacional e em transformação cultural nas organizações, a comunicação e a escuta ativa deve ser um dos direcionadores dentro das organizações.
Na disciplina de Comportamento Organizacional, podemos evidenciar pontos de ligamento com essa linha de pensar, e no filme “Recursos Humanos” identificamos controvérsias à esta relação.
“Clima Organizacional é o reflexo do modo como as pessoas interagem umas com as outras, com clientes, com os fornecedores, bem como o grau de satisfação com o contexto que os cerca”, definição apresentada na disciplina. No clima organizacional da fábrica, no filme, evidenciamos alguns valores principais como a modernidade e o progresso, na figura do personagem Frank; o tradicionalismos e a acomodação a ser gerido por um chefe que se julga “bom” e não há questionamento, na figura do pai. Valores estes, que influenciam o clima dentro da organização.
Também apontamos, em relação aos trabalhadores, as amizades que se tornam conflitos e o convívio que é marcado pelo atrito dentro da empresa. O sindicato é retratado por um pensamento inflexível de que todo patrão representa a exploração, enquanto os “chefes” são magnatas que mantém arrogância silenciosa frente aos empregados, sobressaindo a perversidade que envolve as relações de poder. Tanto patrões como operários se excedem em seus pensamentos vistos como essencialmente incompatíveis. Percebemos um pessimismo surpreendente nos operários, com um trabalho manual e braçal o tempo todo durante as imagens.
O ambiente de trabalho não se mostra favorável em algumas cenas, com várias tomadas de máquinas pesadas e de trabalho em cadeia, destinadas representar a desumanização dos operários, e a subordinação frente aos “patrões”. As condições de trabalho expunham os funcionários à riscos, não zelando pela saúde, integridade e segurança do trabalhador.
Os empregados da fábrica vivem sob uma intensa pressão a fim de satisfazer os interesses dos empregadores, que se define à lucro, eficiência e produtividade. Esses, por sua vez, optam por contratar o menor número de pessoas para realizar a maior quantidade de trabalho possível, resultando, assim, numa exploração desumana da mão de obra. Também, a diminuição do tempo para exercer a maior quantidade de trabalho possível no menor tempo, mesmo que isso resulte numa qualidade de vida péssima para os empregados.
A submissão dos empregados aos “chefes” é claro ao longo do filme, e isso se dá pela distinção entre o trabalho exercido entre ambos. Aqueles que exercem um trabalho braçal são o tempo todo tratados como coisas, que não tem direito à dignidade, enquanto àqueles que desempenham um trabalho intelectual são muito melhores tratados e com perspectivas de desenvolvimento.
A comunicação e a relação entre os diretores da empresa e os operários é péssima, o que resulta em que os empregados não busquem aperfeiçoamento ou desenvolvimento no trabalho, não há negociações, apenas relações conflitantes.
Entre linhas, conseguimos perceber “uma pesquisa de clima organizacional”, quando o personagem Frank busca entre os operários opiniões referente à jornada de trabalho. Por outro lado, percebemos a “não manifestação” de alguns funcionários, e por trás disso a subordinação aos empregadores e o medo da mudança dentro da organização.
“A forma como cada pessoa, grupo ou instituição lida com os conflitos é resultado de diferentes variáveis, com as diferenças de personalidade, a cultura o próprio motivo de cada conflito, os interesses em jogo, o momento em que a situação está ocorrendo”. Percebemos reações de conformismo e dependência no personagem Jean, o qual trabalhará na empresa há mais de 30 anos apresentando ser sempre um funcionário dedicado, comprometido e correto, sentia-se orgulhoso e satisfeito com o seu trabalho dedicado à empresa e no entanto, estava na lista de demissão. Jean perdeu sua autonomia e dignidade que não encontrará forças e nem condições psicológicas para defender seus interesses e aderir à greve.
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