Análise do filme Mommy
Por: Matheus Paiva • 19/6/2018 • Resenha • 778 Palavras (4 Páginas) • 860 Visualizações
FACULDADE DE CIÊNCIAS APLICADAS DOUTOR LEÃO SAMPAIO
CURSO: PSICOLOGIA / TURMA: 313.4 / TURNO: NOITE
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO DO ADOLESCENTE, ADULTO E IDOSO
PROFESSOR(A): LARISSA
FRANCISCO MATHEUS P. RODRIGUES
ITALO FERREIRA AGUIAR
JARDEL ARARUNA PEREIRA
“O amor e o ódio é uma moeda de duas faces”.
Análise do filme Mommy
JUAZEIRO DO NORTE – CE
2016.1
Mommy, filme de 2014 produzido por Xavier Dolan, retrata o relacionamento conturbado entre mãe e filho, apresentado pelos personagens Diane “Die” Duprés (mãe), Steve (filho) e Kyle (vizinha), no filme, o relacionamento mãe e filho se mostra conturbado desde as primeiras cenas, com a mãe indo buscar ele no internato após uma fatalidade provocada pelo mesmo, desde lá, a fala da mãe demonstra um descontrole diante o filho, mas após ser sugerido abdicar do seu poder como mãe ao estado por meio de uma lei fictícia, ela diz que nunca faria isso, então já demonstra o papel de amor e ódio que cerca os dois.
É nítido que o amor de ambos é algo muito confuso e intenso, e o comportamento da mãe reflete no crescimento e atitudes do jovem, ele vive uma busca pelo amor e atenção da mãe que por muitas vezes se mostrou indiferente com o jovem, e que os problemas do garoto apareceram após a morte do pai, que se pode pressupor que, baseado na falta de controle com o filho e seu amor exacerbado, no viés psicanalista, o pai exercia realmente uma função paterna, impondo limites (ou castrações), a mãe, por não assumir esse papel após a morte do pai fez com que o filho assumisse uma posição de rebeldia.
A relação conflituosa entre mãe e filho, a fala da mãe sobre o comportamento do filho quando o pai ainda era vivo e o culto do filho a seu pai, demonstram a tamanha importância que a figura paterna representava naquela família, e com a chegada da vizinha Kyle, esse papel, mesmo que de um modo sutil, é assumido, a cena em que ela grita com o garoto ao ponto se urinar foi o ápice, pois após essa “explosão” de sentimento pela Kyle, tudo começa a “tomar um rumo”. E esse amor mãe e filho começam a ter um mediador, que por certos momentos à mãe o ver como uma ameaça a seu papel de mãe.
A falta de expectativas do adolescente, junto a sua imprudência começa mudar com o papel de sua vizinha que o ajuda a estudar e seguir a vida escolar. Mesmo assim o egocentrismo e os atos de violência (principalmente quando contrariado) ainda prevalecem já que não existe uma conduta materna exemplar, os mesmos bebem e fumam, se amam e se odeiam com a mesma intensidade, realizando tudo que fazem de maneira extrema.
O histórico do adolescente em todo seu processo de descobrimento inclui internatos, instituições de recuperação e colégios de onde sempre era expulso. A ausência de autonomia e a presença materna indiferente dificultava o processo de formação pessoal e cognitiva do mesmo, ressaltando que o personagem ainda era diagnosticado com TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade).
O lado do desenvolvimento físico também é destacado no filme, mostrando a fase de descobrimento do corpo e da mudança do mesmo, a explosão de hormônios, o sentimento de luto pela perca do corpo de criança, percebendo que as coisas estão mudando dando inicio a conflitos consigo, causando confusões. O toque e o descobrimento das zonas de prazer são mostrados no filme de modo subliminado quando o mesmo é flagrado pela mãe se masturbando em seu quarto.
O conflito psicológico em relação aos verdadeiros sentimentos da mãe para com ele, o levam a condutas extremas como cortar o próprio pulso por achar que a mãe não o amava mais e assim na haveria mais sentido viver. O filme não mostra nenhuma espécie de acompanhamento profissional com o adolescente, deixando brechas ainda maiores para o agravamento de seus atos, que podem transformá-lo num adulto confuso e violento.
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