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O Filme "Mommy" e o Complexo de Édipo

Por:   •  8/9/2018  •  Trabalho acadêmico  •  2.732 Palavras (11 Páginas)  •  874 Visualizações

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA

FACULDADE DE CIÊNCIA HUMAS E DA SAÚDE

CURSO DE PSICOLOGIA

Filme Mommy e o Complexo de Édipo

Novembro

2016

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

FACULDADE DE CIÊNCIA HUMAS E DA SAÚDE

CURSO DE PSICOLOGIA

Filme Mommy e o Complexo de Édipo

Trabalho realizado para a disciplina

de Psicanálise de Freud II ministrada

pela professora Paula Peron.

Daniel Benjamin

Isabella Castello B. Nunes

Raquel Andrade

Raffi

Novembro

2016

Sumário

1.        Introdução        4

2. Complexo de Édipo        4

2.1. Édipo do menino        5

2.2. O Édipo da menina        6

3.        Filme Mommy e o Complexo de Édipo        6

4.        Conclusão        9

5. Referências        10


  1. Introdução

O Complexo de Édipo é uma teoria psicanalítica, elaborada no século XIX por Sigmund Freud. Ela descreve a relação primordial da criança com seus pais (ou com os sujeitos que representam as funções materna e paterna para criança) estabelecida na infância, e posteriormente, na puberdade. Essa relação é de extrema importância na constituição do caráter do indivíduo adulto, para sua identidade sexual e para a origem dos sofrimentos neuróticos. O Édipo é um dos mais cruciais conceitos psicanalíticos, uma vez que o conjunto dos sentimentos que a criança experimenta durante essa experiência sexual chamada Complexo de Édipo é considerado o modelo para pensar o adulto que se é.

  1. Complexo de Édipo

Toda criança pequena tem a mãe (ou a pessoa que representa a função materna) como fonte de gratificações instintivas muito importantes. A mãe da criança é um objeto importante de seus impulsos e esse objeto é altamente catexizado de energia psíquica. Assim, os pensamentos, imagens e fantasias da criança de dizem respeito à mãe, ou seja, a representação mental da mãe na mente da criança, são altamente catexizados. Por sua vez, a mãe, desde o início, coloca o bebê em uma posição de objeto fálico - o qual representa seu principal destino de investimento libidinal. Esse investimento é de incontestável importância, pois toda criança, até uma certa idade, necessita de cuidados para que possa sobreviver. A partir de uma certa idade, a criança se dá conta de que não se encontra mais na posição de objeto fálico para mãe, ou seja, a criança não é mais exclusiva como objeto libidinal. É assim que a criança percebe a presença de um terceiro sujeito, que geralmente é a figura que representa a função paterna, e passa a sentir a angustia de incompletude.

A constituição da criança, segundo a teoria freudiana, passa por três principais pontos: fase oral, na qual o bebê sente prazer na região da boca e isso leva-o a mamar; fase anal, constitui o período no qual  bebê passa a controlar as fezes; e a fase fálica, período em que a sexualidade é voltada para os órgãos genitais. Segundo Freud,  fase fálica é a fase do desenvolvimento¹[1] libidinal durante o qual acontece a crise edipiana. 

2.1. Édipo do menino

A fase que consiste a idade dos três, quatro anos, Freud nomeia de Fálica, é o período no qual o menino focaliza todo seu prazer no seu órgão genital. Nessa fase, o prazer proporcionado pelo pênis torna-se referência principal de todos os outros prazeres corporais. Seu pênis é vivido ao mesmo tempo como órgão, objeto imaginário e simbólico, sendo o objeto narcísico mais precioso para o menino. Assim, ao mesmo tempo que o pênis torna-se símbolo de extrema importância e poder, é também símbolo de vulnerabilidade e fraqueza. A esse pênis, fonte de prazer e símbolo de onipotência, Freud atribui o nome de Falo. O menino, nessa fase, começa o ato de masturbação, com o objetivo de descarregar toda a excitação gerada pela sua relação com os pais. É na fase edipiana que surge um sentimento que a criança nunca havia experimentado antes: o desejo de ir em direção ao Outro para obtenção de prazer. Esse desejo é chamado de desejo incestuoso, cuja fonte são as excitações penianas. Esse desejo é vivido pelo menino de se apoderar da mãe e tê-la apenas para si. Consequentemente, o menino quer afastar o pai e para ser a única fonte de investimento da mãe. É a partir daqui que o menino se sente ameaçado pelo pai. Surgem as ameaças de punição em forma de fantasia de castração do pênis. Essa ameaça sentida pelo menino causa uma intensa angústia chamada angústia de castração. É essa angústia de precipita o fim da crise edipiana e a dessexualização dos pais. Quando o menino entra em contato com a visão do corpo de uma mulher, e se dá conta que ela não tem um pênis, sente mais medo ainda de ser punido. O menino vivifica essa angústia diante do conflito entre se entregar aos desejos incestuosos e ser castrado como punição, ou abrir mão de seus desejos e conservar seu Falo. O menino, então, recalca seus desejos se introduz no período de latência. Ao fim do complexo, haverá duas consequências decisivas na estruturação da futura personalidade do menino. A primeira é o nascimento do supereu, com a tomada dos pais como objetos de identificação e a assimilação da moral deles, principalmente do pudor, senso de intimidade, vergonha e delicadeza moral. Na adolescência, fantasias edipianas ressurgem, mas o supereu se opõe. Esse conflito supereu versus fantasias se manifestará através das atitudes exageradas próprias da adolescência.

  1. O Édipo da menina

No caso da menina, Freud afirma existir um período que antecede a fase edípica, chamada fase pré-edipiana, que é considerada uma fase preparatória para a sexualização do pai. O tempo pré-edipiano é caracterizado pela sexualização da mãe e pelo desejo da menina de possuí-la. Nessa fase, a menina acredita possuir o falo, portanto, julga-se onipotente também. Na frente de um garoto nu, a menina descobre que não possui o Falo e sente-se desamparada e enganada, passando pela fantasia de privação. A menina culpa principalmente a mãe, pois se sente enganada. É importante considerar que para menina, o objeto narcísico não é uma parte do seu corpo, é seu amor-próprio, a imagem cativante de si mesma. O Falo, para ela, não é o pênis, mas a imagem de si. Assim, a menina passa a ficar presa de um sentimento chamado “inveja do Falo” que seria a inveja do símbolo de potência atribuído ao pênis pelas crianças. O narcisismo ferido da menina abre para o édipo, no qual deseja ser possuída pelo pai. Sendo assim, a entrada no édipo da menina se dá ao sexualizar o pai e rejeitar a mãe. Ela volta-se ao pai para se consolar e deseja obter o Falo, diante da dor da fantasia de privação. Ela quer ter o Falo e se aproxima do pai com esse objetivo. Todavia, a menina se depara com a recusa do pai e a partir desse momento, ela passar a desejar ser o Falo. Aqui, a criança feminina quer ser a preferida, quer ser possuída por ele. A mãe, antes descartada, passa a ser admirada como modelo de feminilidade. O comportamento edipiano da menina inspira-se no ideal feminino encarnado pela mãe, início do processo de identificação. Entretanto, a mãe é vista ao mesmo tempo como rival, uma vez que o desejo da menina é tomar o lugar dela. O primeiro movimento da identificação com o desejo da mãe, é ser a mulher do homem amado e dar-lhe um filho. A menina passa a identificar-se com o pai a partir da recusa de tê-lo incestuosamente. Logo, a recusa imposta pelo pai diante do desejo da menina de ter e de ser o Falo desencadeará a identificação da menina com os pais. Há, então, a dessexualização do pai e a incorporação da sua pessoa no processo de identificação. Pouco a pouco a menina torna-se mulher e se abre para o homem amado.

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