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Análise documentário Carne e Osso

Por:   •  9/5/2017  •  Resenha  •  528 Palavras (3 Páginas)  •  846 Visualizações

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Análise do documentário “Carne e Osso”.

O modo como a economia se desenvolveu trouxe implicações que ultrapassam o ambiente do trabalho e influenciam diretamente a vida das pessoas. Baseado numa lógica capitalista o modelo de produção se caracteriza por produzir o máximo possível no menor tempo e com os menores custos.

Esse modelo acarreta numa tentativa de transformar o homem em máquina, que não cometa falhas, não tenha necessidades, não pense, não questione e não adoeça. Sua atenção desde o momento que entra na empresa é produzir o máximo que aguentar no menor tempo possível sem conversas com os colegas, sem tempo para “afastar uma mosca” como cita a trabalhadora no documentário.

Ao assistir o documentário é impossível não lembrar do modelo Taylorista e Fordista de produção. Taylor estuda toda uma maneira de se aumentar a produção e reduzir o tempo em que cada operário realiza uma tarefa retirando todos os movimentos considerados inúteis. Isso trouxe benefícios como diminuição do preço do produto final para o consumidor mas para o operário produziu um trabalho mais alienado e mecânico onde nos dias de hoje podemos ver isso aplicado nos frigoríficos do documentário.

Ouvindo os relatos dos trabalhadores é possível perceber como o modelo capitalista se torna cruel com a base da produção. Para todos termos acesso aos bens de consumo de forma acessível há aqueles que trabalham de forma desumana para satisfazer nossas vontades. É todo um modelo de exploração que desconsidera o indivíduo, suas particularidades e suas limitações ao preço de podermos ir ao mercado e comprarmos qualquer pedaço de carne fresca a um preço acessível sem se dar conta de todo o processo por trás.

Nos relatos nós vemos o modo que as pessoas são tratadas. São situações que são difíceis de acreditar que são reais e que pessoas sofrem, adoecem por esse meio de trabalho e muitas ficam impossibilitadas de encontrarem outros empregos. A sensação que passa nas falas das pessoas é de estarem em uma situação que não apresenta saída, pois em teoria eles possuem os direitos de trabalhar em condições adequadas, e de possuírem assistência caso ocorra algum acidente. Porém os patrões agem de modo que as pessoas não têm meios para reagir como no relato da senhora que foi demitida após realizar uma cirurgia, ela tem o direito de reclamar isso mas não pode por medo de seus filhos sofrerem alguma retaliação por parte dos patrões.

Outro problema derivado desta falta de atenção das empresas na saúde de seus trabalhadores é o rombo da previdência, que ocorre pois os empresários não contribuem com a previdência de forma proporcional ao número de funcionários doentes que produzem, o que acarreta em uma perda ainda maior na qualidade das condições de trabalho, pois vê-se inapropriadamente que a culpa seria dos funcionários, e não das empresas por tal rombo.

É preciso repensar o nosso modo de produção, quais as consequências desse modelo e o custo social, emocional e econômico para a sociedade. O preço de se sacrificar vidas em nome do lucro e em nome do sistema não deve ser aceito de forma passiva sem reflexão. Devemos buscar um modo de produzir que torne o trabalho mais humano.

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