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Análise sucinta sobre o quarto de Jack de acordo com Winnicott

Por:   •  27/11/2017  •  Resenha  •  830 Palavras (4 Páginas)  •  3.759 Visualizações

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Sobre o filme

O quarto de Jack conta a história de Joy e Jack, mãe e filho que vivem isolados em um quarto. O único visitante e podemos dizer que seja também uma janela para o mundo lá fora é o velho Nick, que é quem os mantem presos no quarto. Jack chama sua mãe carinhosamente de Ma, ela como toda mãe, faz de tudo para que seu filho fique bem, mesmo sabendo que o que ele conhece é uma pequena parte da realidade da vida, uma parte muito pequena mesmo, pois seu mundo se resume a um quarto e todos os móveis que estão nele. Jack tem uma relação com o quarto um pouco parecida com as relações que talvez ele teria com coleguinhas, ou outras pessoas em uma vida normal.

Depois de passar tanto tempo em cativeiro, eles traçam um plano de fuga. Interessante notar que quando os dois voltam para a vida normal, Jack apesar de estar livre, não se sente assim. Além de Joy não conseguir retomar a sua vida, o pai dela não aceita Jack, que é fruto de anos de abuso e simplesmente não quer contato com ele.

Depois dessa reviravolta é Jack que cuida de sua mãe, e ela faz de tudo para que ele não enlouqueça. Infelizmente, o final não é assim tão feliz.

Análise segundo os conceitos de Winnicott

A ideia chave na obra de Winnicott é a Integração, o autor propõe que a mente humana estrutura-se e organiza-se aos poucos, a partir de um estado natural de difusão, não integração. Defende a ideia de uma predisposição natural do organismo humano ao desenvolvimento, que, contudo, só ocorre se as condições do meio ambiente em que o indivíduo nasce lhe permitirem. Assim, para que surja um indivíduo humano normal, o fator ambiente tem uma função primordial. A ação do meio deve ser mediada, pois pode impedir, interromper o processo de integração. Observa se que a interação do meio em que Jack vivia foi substituída. Muitas vezes ele tratava as cadeiras como seres humanos, cumprimentando a cadeira um, cadeira dois, como se realmente fossem pessoas.

Neste sentido, Ma como representante dos cuidados maternos à criança, tem papel da mãe central, como representante deste “ambiente”.

A mãe devotada comum funciona sem qualquer deliberação intelectual de sua parte, proporcionando ao bebê o meio ambiente necessário para que a sua tendência à integração ocorra. Foi isso que Joy fez o tempo todo para manter Jack integrado e feliz. Lembrando que Jack se desenvolveu de acordo com o ambiente em que ele estava inserido, não se desenvolvendo totalmente até o processo de maturação que se espera quando se está em um ambiente normal, mas, tendo uma ideia do que seria o mundo lá fora através das fantasias.

Para Winnicott o desenvolvimento emocional está estreitamente ligado a um princípio, a saber, o de que o bebê não constitui uma unidade em si mesmo ou, em outras palavras, se é possível falar em unidade, ela se constitui como uma organização entre o indivíduo e o meio ambiente, este último representado inicialmente pela mãe ou pelo cuidador. Este ambiente seria facilitador na medida em que provê cuidados ao bebê que serão a base da saúde mental.

Mesmo em um ambiente tão restrito, Joy consegue apresentar um mundo a Jack e, pelo menos até sair de lá, ele parece ir muito bem em seu processo de constituição. Essa constituição deriva

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