Arte e Saúde
Por: Tamilisufba • 5/7/2016 • Artigo • 7.069 Palavras (29 Páginas) • 246 Visualizações
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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
INSTITUTO DE HUMANIDADES, ARTES E CIÊNCIAS PROFESSOR MILTON SANTOS
BACHARELADO INTERDISCIPLINAR EM SAÚDE
CAROLINA, FERNANDA, JADINE, JULIANA, MARIA LUIZA, TAMILIS, RAYAN e ROBERTA
ARTE E LOUCURA
Salvador
2015
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CAROLINA MONTEIRO DA SILVA FERREIRA
FERNANDA BEATRIZ MELO MACIEL
JADINE CERQUEIRA DA CRUZ
JULIANA SOUZA DA CRUZ RÊGO
MARIA LUIZA SANTOS DE OLIVEIRA
TAMILIS SOUZA NASCIMENTO
RAYAN CAETANO RYBKA
ROBERTA NEVES AZEVEDO DE OLIVEIRA
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Salvador
2015
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RESUMO
A arte e a loucura são campos que sempre coexistiram e dialogaram de modos distintos no decorrer das épocas. Através da revisão de literatura, o presente trabalho analisa essa dialética demostrando como a arte foi capaz de auxiliar a loucura em diferentes aspectos. Foram selecionados três desses aspectos como objetivos da pesquisa: descrever a relação da arte com a saúde mental, relacionar arte com terapia e compreender a arte como instrumento de ressignificação e reinserção da loucura no meio social Conclui-se que o caráter libertador da arte é potente para expressar a verdadeira identidade da loucura e apresenta ferramentas que permitem trabalhar com a desordem do inconsciente. O fazer artístico é, portanto, um meio de estabelecer uma comunicação com a sociedade e construir não só a subjetividade da loucura, mas levar seu universo para fora dos muros que a aprisionavam.
Palavras-chaves: Saúde mental, arte, terapia, reinserção.
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Sumário
2. Relação da arte com a loucura
2.1 Concepções da Arte
2.2 Concepções da Loucura
2.3 O encontro da arte com a loucura
3. Arte como recurso terapêutico
3.1 Trajetória do tratamento da loucura
3.2 Novas abordagens
3.3 Reformulação do modo de pensar e tratar a loucura
3.3.1 Oficinas Terapêuticas
4. Arte como reinserção e ressignificação social
4.1 Trabalho para manutenção da ordem social
4.2 A loucura ocupa a cidade
4.3 Representações midiáticas da loucura na cidade
5. Conclusão
6. Referências Bibliográficas
Introdução[pic 10]
O presente trabalho aborda a relação entre o campo da arte e o da saúde por meio de um aprofundamento sobre a influência da arte no estado de saúde de cada indivíduo. Com intuito de delimitar o campo da saúde, optou-se por um recorte na saúde mental em virtude do levantamento bibliográfico apontar para uma relação importante entre esses dois campos.
Cabe, primeiramente, um breve esclarecimento do que entendemos por Arte e Loucura, para então compreendermos como o elo entre essas duas áreas pode contribuir para a promoção da saúde e da qualidade de vida dos portadores de transtornos mentais.
Segundo Chauí (2000), a etimologia da palavra arte vem do latim ars e corresponde ao termo grego techne, técnica. Logo a técnica artística pode ser interpretada como uma forma de expressão, por meio do qual, cada indivíduo é capaz de adentrar seu inconsciente e externalizar seus sentimentos, medos e sonhos. É um escape das muitas ocupações do cotidiano, um local no qual o indivíduo se vê livre de normas e obrigações para um encontro com o eu (Reis, 2014).
Aristóteles afirmou que “o objetivo da arte não é representar a aparência exterior das coisas, mas o seu significado interior”. Deste modo cada grupo/individuo escolhe e estabelece as regras para produzir e compreender a arte, do mesmo modo que a utiliza para atender as suas necessidades e divulgar os seus pensamentos (Biesdorf &Wandscheer, 2011). Os modos e os meios dessa representação variam conforme a época e a sociedade, segundo Buoro (2000) “Em cada momento específico e em cada cultura, o homem tenta satisfazer suas necessidades socioculturais também por meio de sua vontade/necessidade de arte”.
A Arte adquiriu diversas funções sempre advindas e caraterísticas do contexto histórico em que foram produzidas. Para Azevedo Júnior (2007), a arte apresenta três funções principais: a pragmática ou utilitária, a naturalista e formalista. A função pragmática tem finalidades pedagógicas, religiosas, políticas ou sociais; a naturalista tem por função a representação da realidade ou da imaginação o mais natural possível para que o conteúdo possa ser identificado e compreendido pelo observador, e a função formalista atribui maior qualidade na forma de apresentação da obra preocupando-se com seus significados e motivos estéticos.
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