Asilar Ou não Asilar Eis A Questão
Artigos Científicos: Asilar Ou não Asilar Eis A Questão. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: sfnmarques • 1/6/2014 • 1.101 Palavras (5 Páginas) • 294 Visualizações
IDOSO: INTERNAR OU NÃO INTERNAR? EIS A QUESTÃO!
Sarah Fernanda Nunes Marques
É para lá que todos iremos. Atualmente, cuidamos do nosso corpo e da nossa mente! Buscamos alternativas mais e/ou menos evasivas para prolongar a nossa vida, buscamos ter um presente são para termos um futuro digno. Não importa o que fazemos, quem somos e como agimos, nós queremos chegar à velhice!
É o desembarque da pessoa, a velhice é uma classificação social (BOSI, 2007:77).
A velhice já não pode ser um assunto/situação fadada ao esquecimento, a população mundial envelhece e a brasileira segue as mesmas estatísticas mundiais. Vivemos mais e vivemos bem e queremos viver melhor e com essa temática vêm as questões de como, quando e onde lidar com este desafio. (DE ARAÚJO & LOPES, 2010:47).
E trataremos aqui sobre a questão asilar que está diretamente ligada à temática da longevidade humana.
É importante salientarmos que o conceito de asilo nos países do hemisfério sul – e neles, também, Brasil – é determinado como lugar de solidão e esquecimento, esconderijo para o que (quem) não queremos ter por perto, depósito de velhos, exclusão social, pois a palavra asilo está ligada a instituição que remete-nos a presídios, hospitais, orfanatos e asilos. (DE ARAÚJO & LOPES, 2010:51).
Porém, Lucas Graeff (2007) apresenta-nos, no breve relato de sua pesquisa antropológica e etnográfica, uma visão diferente dos asilados e que a instituição não é fechada e que lá existe um mundo compartilhado que, mesmo restrito, permite ao morador a reconstrução da sua identidade social em um novo local e em um novo corpo. Afinal, com a velhice, o desgaste físico e, em muitas vezes, mental são características integrantes e permanentes não desse fechamento de ciclo vital que é a velhice, mas de um novo processo que requer aprendizado e para isso também requer um tutor. (DE ARAÚJO & LOPES, 2010:52). Nos cuidados com a criança, o adulto “investe” (grifo do autor) para o futuro, mas em relação ao velho age com duplicidade e má-fé. (BOSI, 2007:78).
Por ser um novo ambiente, um novo contexto, um novo ser humano, um novo lar, a adaptação é complexa e dependerá de toda a vivência sócio-histórica de cada indivíduo promovendo uma adaptação positiva e que favorecerá o entrosamento deste ao novo local e aos novos familiares (funcionários e internos).
Enquanto, GRAEFF (2007) preocupou-se com a vida do interno e suas perspectivas quanto à utilização dos espaços comunitários (refeitório, sala de recepção) com os espaços de intimidade (quarto e armário) e também, com a trajetória social de cada idoso/idosa até a chegada ao asilo e assim compreender a organização social da entidade. (p. 11) Enquanto DE ARAÚJO & LOPES (2010) focaram na implantação e gestão de serviços psicogerontológicos (1993-2009) numa instituição particular localizada em São Paulo cuja finalidade era atender com estilo e seriedade mulheres e homens idosos de classe média a alta e que não possuía atividades ocupacionais e que o perfil dos moradores era de independência e, em sua maioria, mantinham atividades fora do contexto e da comunidade asilar e que não promovia nenhuma socialização dos institucionalizados. (pp. 53-54).
No primeiro estudo, GRAEFF (2007:13), que a comunidade foi estabelecida pelos próprios internos e que, de certa forma, reproduziam as classificações sociais do mundo externo ao mundo interno, socializando-se e vivendo e que até mesmo o silêncio e solidão tinham o significado de tranquilidade e escolha de nesses momentos ser apenas a pessoa, vivendo a sua subjetividade num território socializado.
Era privilégio estar na instituição, contar o passado, difundi-lo e assim, validar a aceitação, o reconhecimento e o papel de destaque no asilo e até reinventar e revalidar a trajetória social. (GRAEFF, 2007:14;16)
No segundo estudo, DE ARAÚJO & LOPES (2010:54) relatam que, na maior parte do tempo, os internos ficavam em seus quartos e que o ambiente era melancólico e pouco receptivo às mudanças, como se estivessem à espera do inevitável fim. “Ocorrendo um isolamento pessoal dentro do contexto institucional” (DE ARAÚJO & LOPES, 2010:54). Com a implantação e desenvolvimento do projeto, o local pouco acolhedor foi tornando-se receptivo aos cuidados e serviços de psicogerontologia que foram construídos gradativamente. O Projeto de Vida Institucional fora idealizado para
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