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Aspectos Biopsicossociais Na Adolescência

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Por:   •  15/10/2014  •  1.841 Palavras (8 Páginas)  •  4.412 Visualizações

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1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1 Aspectos Biopsicossociais na adolescência

A adolescência pode ser estudada sob diversos aspectos: biológico, psicológico, social, etc. No entanto, para um melhor entendimento da questão, primeiramente se faz necessário diferenciar puberdade de adolescência. Do ponto de vista biológico, segundo Papalia e Olds (2000), a partir de certa idade, a criança começa a sofrer mudanças físicas, cresce rapidamente em peso e altura e as formas do corpo também começam a mudar. Para os autores, essas modificações físicas anunciam o inicio da puberdade. Eles concluem que essas mudanças físicas dramáticas são parte de um longo processo complexo de maturação que se inicia antes mesmo do nascimento, e suas ramificações psicológicas continuam até a idade adulta.

Do ponto de vista psicológico, Aberastury e Knobel (1981) apontam que as mudanças que se produzem nesse período levam a uma nova relação com os pais e com o mundo e isso só é possível quando se elabora o luto pelo corpo de criança, pela identidade infantil e pela relação com os pais da infância. Estas mudanças, nas quais perde a sua identidade de criança, implicam a busca de uma nova identidade, que vai se construindo num plano consciente e inconsciente. É um período de contradições, confuso e ambivalente.

Do ponto de vista social, Osório (1989) observa que a adolescência é, também, um período em que o indivíduo tem que lutar contra o estereótipo social e contra uma autoimagem distorcida, dele decorrente. Para ele, a cultura tende a ver o adolescente como um indivíduo desajeitado, irresponsável e inclinado às mais variadas formas de comportamentos antissociais, o que, por sua vez, faz com que o adolescente desenvolva uma autoimagem que reflete, de alguma forma, esse estereótipo da sociedade.

No âmbito do aspecto biopsicossocial, faz-se necessário, primeiramente diferenciar puberdade de adolescência. Suplicy (1998) define a puberdade como uma fase confusa, uma transição da criança para o adulto, carregada de transformações físicas, biológicas, psicológicas e sociais.

Para Aberastury e Knobel (1981), a puberdade é uma fase do ciclo vital biológico que abrange um conjunto de mudanças corporais causadas por um rápido aumento dos hormônios sexuais. Nas meninas os ovários aumentam a produção de estrogênio que estimula o crescimento dos genitais e dos seios. Nos meninos, os testículos aumentam a produção de androgênios, em especial a testosterona, que estimulam o crescimento dos genitais, da massa muscular e dos pêlos no corpo. Os autores acrescentam que a adolescência é um período crítico de definição da identidade do “eu”, cujas repercussões podem ter consequências para o indivíduo o para a sociedade.

Bee (2003) refere-se ao início da adolescência como sendo um período do desenvolvimento humano fortemente influenciado pelas manifestações da puberdade e que esta afeta, direta ou indiretamente, todas as outras facetas do desenvolvimento da pessoa. As mudanças físicas desencadeiam mudanças psicológicas e sociais que são influenciadas pelo contexto social, histórico-cultural e familiar no qual o adolescente está inserido.

Bock (2004) considera a adolescência como sendo uma construção social e não como um período natural do desenvolvimento que se estabelece entre a infância e a idade adulta. A autora acrescenta que, associado ao desenvolvimento físico, encontram-se significações e interpretações determinadas pelo social. No caminho de uma maior interação com o meio e buscando reconhecer as determinações sociais de fenômenos como a adolescência, a concepção sócio-histórica abandona as visões naturalizantes e concebe o homem como um ser histórico, constituído em seu movimento, nas relações sociais, fazendo parte de uma cultura.

No dicionário de psicologia, Stratton (2003) define a adolescência como sendo o período do desenvolvimento humano situado entre a infância e a idade adulta, embora em algumas culturas a adolescência seja considerada como uma transição entre a puberdade e a idade adulta.

E essa transição, segundo Papalia e Olds (2000) colocam em andamento, através de mecanismos hormonais da puberdade, os processos de transformações físicas e psicológicas, com mudanças nas proporções e forma do corpo e chegada da maturidade sexual, e que esses mecanismos se iniciam devido à atividade da glândula pituitária, que envia mensagem para as glândulas sexuais aumentarem a secreção de hormônios.

As mudanças físicas durante a puberdade incluem o surto de crescimento adolescente que, segundo Papalia e Olds (2000), é o rápido aumento de peso e de altura, com duração média de dois anos, resultando em uma típica aparência desajeitada que acompanha o crescimento desequilibrado e acelerado. De acordo com os autores, essas mudanças físicas têm um importante impacto a nível psicológico. As reações diante das mudanças dependem de muitos fatores pessoais e contextuais.

Para Bee (1997), em termos gerais as consequências psicológicas são menos favoráveis para as meninas, já que entre elas se costuma encontrar uma maior irritabilidade e mais estados depressivos, com frequêntes sentimentos negativos relacionados ao seu aspecto físico, uma vez que os adolescentes se preocupam muito com a aparência e muitos não gostam do que vêem na frente do espelho. Este aspecto pode estar relacionado a uma maior ênfase cultural sobre os atributos físicos das mulheres, conforme observam os autores, os quais ressaltam, ainda, que a maturação precoce ou tardia também pode apresentar efeitos psicológicos nos meninos e nas meninas.

O adolescente se apresenta como vários personagens, com variações de vestimentas, por exemplo. “Só quando o adolescente é capaz de aceitar, simultaneamente, seus aspectos de criança e de adulto, pode começar a aceitaras mudanças do seu corpo, e começa a surgir a sua nova identidade” (ABERASTURY e KNOBEL, 1981).

Para Erikson (1998), o processo de busca de identidade ocorre por meio dos aspectos: Biológico – organização dos sistemas orgânicos que constituem o corpo; Psíquico – organiza os traços da experiência individual de síntese do ego; e Social – organização cultural e interdependência das pessoas. Para o autor, o desenvolvimento psicossocial é o desenvolvimento da identidade, que decorre ao longo dos estágios que constituem o ciclo da vida, e cada estágio corresponde à formação de um processo particular da personalidade.

Conforme citado no artigo de Ferreira e Farias (2010), para a revista Psicologia: Teoria e Pesquisa, os adolescentes apresentam diversidade de grupos, atitudes, comportamentos, gostos, valores

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