Aspectos teóricos sobre as provas. Inclusão de classes
Por: julianamouraed • 22/3/2016 • Resenha • 1.214 Palavras (5 Páginas) • 2.520 Visualizações
Aspectos teóricos sobre as provas.
Inclusão de classes
A inclusão de classes, como a conservação de quantidades, é um problema que a criança torne-se capaz de resolver ao atingir o nível de operações concretas. Do mesmo modo que a conservação de quantidades, a inclusão de classes tende a parecer tão óbvia ao adulto que a incredulidade que surge quanto a não-conservação deve surgir também quanto à ausência da inclusão de classes. É exatamente por este motivo que a realização do exame de inclusão de classes pode trazer dados interessantes para reflexão por parte dos que se interessam pelo estudo da teoria de Piaget.
A aplicação do exame
O exame de inclusão de classes não visa simplesmente verificar se a criança compreende que A (gatos, por exemplo) e A’ (cachorros) são B (animais), mas procura verificar a quantificação da extensão das classes – isto é, se A + A’ = B, então A = B – A’ e A < B. Resumindo brevemente o procedimento, o examinador apresenta ao sujeito figuras ou objetos que originam uma classificação hierárquica e, portanto, pelo menos uma inclusão de classes.
Administração das provas.
Avaliação das provas.
O problema de inclusão de classes como vimos, não se resume apenas na compreensão de que A (ou A’) são também membros da classe B. As condições da inclusão de classes dos os A são alguns dos B>> , e (2) A
Se compararmos os problemas de quantificação da inclusão que exigem o raciocínio operatório com aqueles que não o exigem, verificaremos novamente o papel da reversibilidade, discutido no capitulo anterior, tornando-se possível compreender ainda melhor a noção de operações. Examinemos, portanto, mais detalhadamente estes dois tipos de problema.
As perguntas de quantificação da inclusão que não exigem reversibilidade seriam exemplificadas no exame que estamos considerando por questões como: (a) se você tirasse da caixa todas as bolas vermelhas, sobraria alguma bola? (b) se você tirasse da caixa todas as bolas, sobraria alguma bola vermelha? Tais perguntas não exigem raciocínio operatório porque cada comparação, ainda que realizada apenas através de uma ação mental, exige consideração apenas dos resultados daquela ação especifica ( retirar da caixa as bolas vermelhas, em a , ou retirar da caixa as bolas, em b).
Para que o sujeito responda estas questões, é suficiente que ele considere uma ação e seu resultado, sem ser necessário que ele considere simultaneamente qualquer outra possibilidade de ação. Portanto, o simples fato de que a ação não foi executada na realidade, isto é, o fato de que o sujeito retirou as bolas da caixa antes de responder, mas apenas imaginou o resultado desta ação( seu resultado se ela tivesse sido realmente executada) não significa que as resposta seja baseada em uma operação, pois o sujeito pode lidar com o problema exatamente como se a ação tivesse sido executada, uma vez que não é necessária a consideração simultânea de outra ação para que a resposta seja correta. É precisamente por esta razão que a criança pode compreender estas questões e, no entanto, mostrar-se incapaz de lidar com as perguntas de inclusão de classes que exigem o raciocínio operatório.
Descrição de aplicação de provas.
Aplicação I
CRIANÇA: M.E.D.S.G
- MATERIAL
- 6 frutas de plástico de um tipo conhecida (Maça)
- 2 frutas de plástico de um tipo conhecida (Banana)
- PROCEDIMENTO
01: Mostrando as frutas uma de cada vez:
(Entrevistadora) – O que é isso?
(Criança) – são duas frutas
(Entrevistadora) – Você sabe o nome?
(Criança) – Sim, uma é banana e outra é uma maça, mas porque você tá perguntando isso tia? Mas que bobara!
(Entrevistadora) -(risos)
02: Mostrando seis maças e duas bananas:
(Entrevistadora) -Aqui na mesa tem mais maças ou bananas?
(Criança) -Maça
(Entrevistadora)- Como você sabe disso?
(Criança) - Simples, olha tem seis maças e duas bananas, por isso tem mais maça, é só contar! Você sabe contar?
(Entrevistadora) –Sim sei contar sim (risos)
03: Mostrando seis maças e duas bananas:
(Entrevistadora) -E agora aqui tem mais maças ou frutas?
(Criança) -Maça
(Entrevistadora) –Como você sabe disso?
(Criança) –Porque eu contei, olha tem seis maças e tem duas bananas, mas acho eu tem mais maças.
(Entrevistadora) –Você tem certeza?
(Criança) –Sim
04:Mostrando duas maças e uma banana:
(Entrevistadora) –Aqui na mesa tem mais maças ou tem mais frutas?
(Criança) –Maça
(Entrevistadora) –Como você sabe disso?
(Criança) –Ora tia porque sim, olha nas outras tinha muitas maças e nesta tem só duas, mas continua sendo mais que banana, porque banana só tem uma! Entendeu?
(Entrevistadora) –Sim compreendi o que quis dizer.
OBS: A criança possui 6 anos, estuda em uma escola pública, mora com seu pai, seu irmão, sua madrasta e dois meios irmão.
Nota-se que a criança não possui noção de inclusão de classes ou de classificação operatória a fim de que aos itens 3 e 4 sua resposta foi por quantidade de maça e não o que seguia a pergunta que seria totalmente de frutas.
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