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Atividades de Grupos

Por:   •  26/4/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.315 Palavras (6 Páginas)  •  564 Visualizações

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  1. Segundo Zimerman (2000), “grupo” pode ser definido como um conjunto de pessoas. Um conjunto de pessoas refere-se a uma “comunidade”, que por sua vez, um conjunto de comunidades constitui uma sociedade. Podemos comparar um grupo com uma orquestra: antes de iniciar o concerto os músicos, isoladamente, são simples músicos. Mas quando o maestro inicia a regência, a orquestra se torna um grupo de fato, pois cada um tem seu papel, lugar e posição, além de um objetivo em comum: tocar uma canção.
  2. É muito vaga e imprecisa a definição do termo “grupo”, pois pode designar conceituações muito dispersas, num amplo leque de acepções. Assim, grupo tanto define, concretamente, um conjunto de três pessoas, como também uma família, uma turminha ou uma gangue de formação espontânea. Por agrupamento entendemos um conjunto de pessoas que convivem partilhando de um mesmo espaço e que guardam entre si uma certa valência de inter-relacionamento e uma potencialidade em virem a se construir como um grupo propriamente dito. Um claro exemplo disso é o agrupamento de Sartre, em 1973, classificou como “coletivo”, o qual se configura por uma “serialidade” de pessoas como, por exemplo, as que constituem uma fila à espera de um ônibus.
  3. Não é um mero somatório de indivíduos; O grupo se constitui como uma nova entidade, com leis e mecanismos próprios; Todos estão reunidos em torno de um objetivo comum; O tamanho do grupo não pode exceder o limite que ponha em risco a preservação da comunicação.

  1. Pluralidade de indivíduos - grupo dá idéia de algo coletivo: há sempre mais de uma pessoa no grupo; Interação social - para que haja grupo como vimos, é preciso que os indivíduos interajam uns com os outros em seu interior; Organização - certa ordem interna é necessária para que o grupo se mantenha estável; Objetividade e exterioridade - os grupos sociais são superiores e exteriores ao indivíduo, isto é, quando uma pessoa entra no grupo, ele já existe; quando sai, ele continua a existir; Conteúdo internacional ou objetivo comum - os membros de um grupo unem-se em torno de certos princípios ou valores para atingir um objetivo comum; quando uma parte deles coloca em dúvida algum desses princípios, o grupo se desagrega ou sofre divisões; Consciência grupal ou sentimento de “nós” – são as maneiras de pensar, sentir e agir próprias do grupo; existe um sentimento mais ou menos forte de compartilhamento de uma série de ideias, valores e modos de agir. Continuidade - as interações passageiras não chegam a formar grupos sociais estáveis; para isso, é necessário que as interações tenham certa duração, como ocorre, por exemplo, com a família, a escola, o sindicato, a igreja, etc.; mas há grupos de duração efêmera, que aparecem e desaparecem com facilidade, como os mutirões para a construção de casas populares.
  2. Deve-se ressaltar aqui que não apenas a família de origem, mas também a qualquer substituto desta, como a creche ou o orfanato, pois constitui o grupo de socialização primária. Neste momento inicial da vida do indivíduo, um importante instrumento de socialização que podemos destacar e a linguagem, a aquisição desse instrumento é, ao mesmo tempo produto da socialização anterior e facilitador da continuidade deste processo. Com a linguagem a criança pode trocar experiências com os adultos como também amplia seu domínio sobre o mundo e seus símbolos e aumentar sua capacidade de interferir nele. A socialização secundária, ocorre em todos os outros grupos sociais, ao longo de sua vida, essa socialização vai ocorrer na escola, no grupo de amigos. Sendo assim sempre vivemos em grupos sociais e, portanto, o processo de socialização é contínuo e não termina na idade adulta, na maturidade ou com a aposentadoria.
  3. Lewin (1973, p. 54) afirma que “ a essência de um grupo não reside na similitude ou dissimilitude de seus membros, senão em sua interdependência. Um grupo pode ser caracterizado como um “todo dinâmico”: isso significa que uma mudança no estado de uma das partes modifica o estado de qualquer outra parte. O grau de interdependência das partes ou membros do grupo varia, em todos os casos, entre uma massa sem coesão alguma e uma unidade composta”. Lewin centra na interdependência dos membros do grupo, onde qualquer alteração individual afeta o coletivo. O grupo como um ser. Uma visão de grupo ideal, marcado pela coesão. Coesão: quantidade de pressão exercida sobre os membros de um grupo a fim de que nele permaneçam.
  4. Modelo ideal: Lewin trata de um grupo real aquele que é coeso, estruturado e acabado. Um processo linear. Neste modelo não há lugar para o conflito. Os conflitos são vistos como algo ameaçador. Algo que é ideal, deve ser buscado e atingido. Modelo real: O grupo também pode ser visto como um lugar onde as pessoas mostram suas diferenças. Onde as relações de poder estão presentes, onde o conflito é inerente ao processo de relações que se estabelece. Há convivência do diferente e do plural.
  5. Pichon criou a teoria do Grupo Operativo que se constitui em uma técnica terapêutica de atendimento grupal, a qual foi inicialmente destinada aos portadores de esquizofrenia e psicoses. Tempos mais tarde, também foi utilizado na área de recursos humanos em empresas e, posteriormente, na área educacional. O grupo operativo possui o objetivo de levar os participantes a aprender a pensar e operar, isto é, desenvolver a capacidade de resolver contradições dialéticas, sem criar situações conflitantes que imobilizem o crescimento do grupo. Papéis verticais e horizontais: Vertical está relacionado com a história, com o pessoal de cada um.  Horizontal está relacionado com o denominador comum, com o extrato do grupo, que pode ser de natureza consciente e inconsciente. ENRIQUE PICHON-RIVIÈRE Quanto mais plásticos forem os papéis, mais saudável é o grupo, e quanto mais estereotipados forem esses mesmos papéis, mais patológicos ele se torna por não possibilitar a ruptura dos mecanismos estereotipados de delegação e assunção de papéis. ECRO – Esquema Conceitual Referencial e Operativo. Cada pessoa possui um ECRO individual, ele é constituído pelos nossos valores, crenças, medos e fantasiais. Quando se trabalha em grupos, a realização da tarefa estabelecida pode ser dificultada pelas diferenças de ECROS que estão em jogo.  Assim se dá a construção de um ECRO grupal.
  6. Todo grupo operativo é terapêutico, mas nem todo grupo terapêutico é operativo. Para Pichon Rivière, “o grupo operativo é um instrumento de trabalho, um método de investigação e cumpre, além disso, uma função terapêutica”.
  7. Grupos operativos: Ensino-aprendizagem (através da técnica de “grupos de reflexão”); Institucionais (empresas, escolas, igreja, exército, associações, etc.); Comunitários (programas de saúde mental). Grupos terapêuticos de auto-ajuda: na área médica em geral (diabéticos, reumáticos, idosos, etc.); na área psiquiátrica (alcoolistas anônimos, pacientes bordeline, etc.); e grupos terapêuticos psicoterápicos propriamente ditos: base psicanalítica; psicodrama; teoria sistêmica; cognitivo-comportamental; abordagem múltipla.
  8. Facilitação do diálogo. Deve ajudar o grupo a sair dos estereótipos. O coordenador devolve as perguntas que lhe são feitas e desarma as dependências. Quando o diálogo e a comunicação funcionam bem, o coordenador não deve intervir.
  9. É quase sempre um jogo de inter-relações, do qual todos fazem parte e ninguém é melhor ou pior que o outro. O tempo todo, mesmo sem que se perceba, há trocas entre os integrantes em todos os níveis. Analisar os diferentes papéis e sua circulação permite ao observador perceber o momento ideal para uma intervenção e sua real necessidade. O grupo torna-se mais saudável e produtivo quando os papéis circulam, proporcionando o crescimento individual e grupal, ou seja, a realização da tarefa e a transformação dos indivíduos. Porta-voz: Não fala por si, mas por todos. Nele se conjugam o que se chama verticalidade e horizontalidade do grupo. Enuncia um acontecimento de si mesmo e das fantasias inconsciente do grupo. Líder: Faz-se depositário de aspectos positivos do grupo. Sabotador: Dará origem a mecanismos de exclusão e segregação. Bode-expiatório: Faz-se depositário dos aspectos negativos e atemorizantes do mesmo ou da tarefa, onde ele se compromete tanto quanto os outros membros.                                                

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