Avaliação do Comportamento Humano Neofobia Alimentar
Por: kah.du • 20/6/2019 • Trabalho acadêmico • 1.088 Palavras (5 Páginas) • 236 Visualizações
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Introdução
Neofobia alimentar corresponde a traços de personalidade que se caracterizam pelo receio de ingerir alimentos desconhecidos (LOPES, 2006), cujo desenvolvimento se inicia na infância por influência desde o leite materno até os alimentos oferecidos pelos pais a partir dos 18 meses (FELIPE, 2011). A perpetuação desse traço limita a ingestão de alimentos, o que pode desencadear quadros de deficiência nutricional, desnutrição e problemas psicossociais (MARCONTELL; LASTER; JOHNSON, 2003).
A partir desse contexto, foi desenvolvido uma pesquisa, por meio de formulário online, sobre padrões de neofobia alimentar na turma de “Evolução do comportamento humano” 2019/1 na Universidade Federal de Uberlândia, cujos resultados obtidos serão discutidos no presente trabalho.
Resultados obtidos
Os resultados obtidos na realização da pesquisa estão demonstrados nos gráficos abaixo. A média de idade dos alunos que responderam o formulário correspondem é de 23,3 para homens e 22,4 para mulheres. Analisando os dados obtidos exclusivamente na turma 2019/01, não se observou diferenças significativas entre os sexos; porém, agrupando as informações colhidas em 3 turmas consecutivas, nota-se diferença expressiva do comportamento entre homens e mulheres. A partir disso, interpreta-se que quanto maior o grupo analisado, maior a incidência de neofobia alimentar em mulheres.
Tabela 1: média de idade entre os sexos
Gráfico 1: análise de dados na turma 2019/1 em relação a diferença de comportamento entre homens e mulheres
Gráfico 2: análise de dados das turmas 2019/1, 2018/2 e 2018/1 em relação a diferença de comportamento entre homens e mulheres
Causa próxima
A causa próxima é conceituada como as imediatamente responsáveis pelo comportamento, normalmente relacionada a função fisiológica (CUNHA, 2008) e, a partir disso, podemos determinar a causa próxima do desenvolvimento de neofobia alimentar em humanos.
Entende-se que o corpo humano sofreu adaptações do sistema gustativo para torná-lo mais apto. Os botões gustativos, presentes nas papilas da língua, captam partículas por meio quimiorreceptores, e diferentes sensações possuem limiares de disparo e interpretações variadas. Carboidratos, ricos em açúcares, são muito mais solúveis e, consequentemente, são sentidas em maiores intensidades, e o sabor doce remete a maior ingestão energética e ao leite materno, naturalmente doce trazendo sensação de segurança. Por sua vez, substâncias amargas, composta por alcaloides, e azedas, ricas em H+, possuem limiar de disparo menor, ou seja, menores quantidades conseguem causar sensação de sabor. Esses estímulos, conjuntamente com tato e textura, formam a sensação complexa de sabor. É importante ressaltar que os botões gustativos possuem regiões predominantes na língua humana como um meio para compreender-se os tipos de alimentos ingeridos pelo humano quando desconhecidos, a exemplo da gustação de alimentos doces, cuja sensação se dá através dos quimiorreceptores presentes na ponta da língua, enquanto que a degustação de alimentos amargos são sentidos na região posterior da língua. Além disso, há influência da visão por meio de cores, formatos e identificabilidade dos alimentos; alimentos azuis, roxos intensos e verdes costumam despertar neofobia alimentar.
Assim, os diferentes mecanismos associados ao entendimento e captação de sabores dos alimentos se relacionam com a interpretação central dos mesmos, gerando diversos comportamentos inatos, como anseio por alimentos doces, ricos em carboidratos, e desprezo de alimentos possivelmente tóxicos, contaminados ou estragados, que apresentam sabor amargo ou azedo. Outro exemplo possível é o suco do limão, que possui pH de 2,2, extremamente ácido, e que, ao ingerirmos, sentidos uma sensação incômoda e ressecamento da língua, sentido principalmente nas regiões laterais. Tal informação é passada através do nervo facial, onde será interpretada na região 43 de Brodmann, a região gustativa primária, sendo compreendido que tal alimento possui determinadas características que podem levar a um incômodo ou até mesmo lesões, como a queimadura causada pelo líquido do limão quando exposta ao sol.
Causa final
O receio de consumir novos alimentos é encontrado majoritariamente em onívoros, categoria em que os humanos se encontram, e identificado como mecanismo evolutivo que visa proteger o organismo de alimentos potencialmente contaminados ou estragados. Esse comportamento protetivo é expressivo durante a fase inicial da infância, pois correlaciona-se com a época em que
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