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Behaviorismo: Após a Fundação – Os Três Estágios do Behaviorismo

Por:   •  9/11/2019  •  Trabalho acadêmico  •  4.710 Palavras (19 Páginas)  •  598 Visualizações

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  1. Behaviorismo: Após a fundação – Os Três Estágios do Behaviorismo

Watson Pretendia causar uma revolução na psicologia de uma hora para outra, mas isso não aconteceu imediatamente.

Durante as décadas de 1920 e 1930, seus livros sobre os cuidados infantis, foram muito populares e dominou creches e salas de estar americanas.

As variedades de comportamentalismo propostas por Edwin B. Holt, Brian Weiss e Karl Spencer Lashley reforçaram o movimento de Watson na definição da psicologia como ciência natural totalmente objetiva. Em 1930, o comportamentalismo com suas variedades, venceu todas as abordagens anteriores.

Edward C. Tolman, Edwin Ray Guthrie, Clark L. Hull e Burrhus Frederic Skinner e muitos outros psicólogos experimentais americanos, trabalharam para promover e consolidar a abordagem comportamentalista na psicologia.

Esses behavioristas compartilhavam vários pontos em comum:

  • O estudo da aprendizagem constitui o tópico central da psicologia.
  • Em sua maioria, os comportamentos, independente da sua complexidade, podem ser entendidos pelas leis do condicionamento.
  • A psicologia de adotar o princípio do operacionismo.

1.2 O Operacionismo

O operacionismo, principal característica do neobihaviorismo, tinha por objetivo proporcionar uma linguagem e uma terminologia mais objetivas e precisas a ciência e livrá-la dos “pseudoproblemas”, ou seja, dos problemas não observáveis ou não demonstráveis fisicamente e sustenta que o valor de qualquer descoberta científica ou de construção teórica dependa da validade dês operações empregadas para determiná-los.

 

A visão operacionista foi promovida por Percy W. Bridgman (1882-1961), ganhador do Prêmio Nobel de física e psicólogo da Universidade de Harvard. O seu livro, The Logic of Modern Physics (1927), chamou a atenção de muitos psicólogos. Ele insistia na definição exata dos conceitos da física e no descarte de todos os conceitos que não possuíssem referências físicas.

O objeto de estudo que não pode ser submetido a um teste experimental, como a existência da natureza da alma, não possui valor científico.

Por exemplo: O que é a alma? É possível medi-la manipulá-la sob condições controladas para determinar seus efeitos no comportamento? Caso negativo, o conceito não é útil. Portanto, não tem importância para ciência.

Do ponto de vista operacionista, a consciência também não tem lugar na psicologia cientifica.

Desde a época de Wundt, a física vinha sendo o modelo da respeitabilidade científica para a psicologia mais recente. Quando os físicos aceitaram o operacionismo como doutrina formal, os psicólogos rapidamente a seguiram e como efeito a psicologia favoreceu e usou o operacionismo e grau muito maior do que a física.

Mas o operacionismo não foi totalmente aceito na psicologia. Surgiu uma controvérsia sobre a utilidade ou futilidade relativas de limitar o objeto de estudo da psicologia apenas ao que tem referência empírica.

O próprio Bridgman tinha dúvidas acerca do uso dado pelos psicólogos ao conceito. Ele disse: “Acho que criei um Frankenstein que por certo fugiu ao meu controle. Tenho horror à palavra operacionalismo ou operacionismo... A coisa que concebi é simples demais para ser homenageada por um nome tão pretensioso.”

Por fim, os neocomportamentalistas que chegaram na maioridade dos anos 20 e 30, incluíram o operacionismo em sua abordagem da psicologia.

  1. Edward C. Tolman (1886-1959)

Edward Chance Toman nasceu em uma família próspera de West Newton, Massachussets, Estados Unidos. Estudou no Instituto de Tecnologia de Massachussets (MIT), onde se formou em eletroquímica em 1911; após ler os trabalhos de William James, decidiu fazer uma pós-graduação em filosofia em Harvard. Enquanto ainda estudava, viajou para Alemanha e foi apresentado à psicologia da Gestalt.

Após concluir o doutorado, lecionou em Nothwestern, mas suas opiniões pacifistas custaram-lhe o emprego, e ele se transferiu para a Universidade da Califórnia, em Berkley. Foi lá que fez a experiência com os ratos de labirintos. Durante o macartismo, foi ameaçado de demissão porque recusou-se a assinar um juramento de lealdade que considerava restringir a liberdade acadêmica. O caso foi revogado em 1955. Tolman morreu em Berkley, aos 73 anos, em 1959.

2.1 Behaviorismo Intencional

A visão de behavorismo de Tolman está descrita no livro Purposive Behavior in Animals and Man (1932). O termo cunhado por ele, behaviorismo intencional, hoje denominado behaviorismo cognitivo, é uma mistura de duas ideias curiosas e contraditórias: a intenção e o comportamento.

Toman questionava a premissa básica da aprendizagem condicionada (de que se aprende um comportamento simplesmente em uma resposta automática a um estímulo).

A atribuição de intenção ao comportamento do organismo parece provocar a consciência, conceito mentalista não aceito na psicologia behaviorista. Tolman concordava com a metodologia básica do behaviorismo: A psicologia só pode ser estudada por meio de experiências cientificas e objetivas, mas também tinha interesse nas teorias sobre processos mentais como percepção, cognição e motivação, que conheceu ao estudar na Gestalt.

No entanto, a sua visão era muito mais behaviorista no objeto de estudo e na metodologia. Ele não tentava impor o conceito de consciência à psicologia. Como Watson, rejeitava a introspecção e não se interessava pelas experiências internas do organismo, não acessíveis à observação objetiva.

A intencionalidade do comportamento pode ser definida em termos comportamentais sem se recorrer a introspecção ou aos relatos das sensações do indivíduo em relação à experiência. Parecia óbvio para Tolman que toda ação visava um objetivo. Por exemplo: o gato tenta escapar da caixa problema experimental do psicólogo, o rato tenta aprender o caminho do labirinto, ser humano tenta aprender a tocar piano.

Em outras palavras, dizia Tolman, o comportamento está “impregnado” de intenção e visa a atingir um objetivo ou a aprender a forma de alcançar a meta. O rato persiste em percorrer os caminhos do labirinto, reduzindo os erros a cada tentativa, a fim de atingir mais rapidamente a meta. O que ocorre neste caso é que o rato está aprendendo, e o fato de aprender, seja um ser humano ou um animal, é a prova comportamental objetiva da intenção. Tolman lida com as respostas objetivas do organismo e as medidas são feitas com base nas mudanças nas respostas comportamentais como uma função da aprendizagem. São essas as medidas que produzem os dados objetivos.

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