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COMENTÁRIO DO FILME A GUERRA DO FOGO (1981), DE JEAN-JACQUES ANNAUD

Por:   •  10/10/2018  •  Resenha  •  691 Palavras (3 Páginas)  •  541 Visualizações

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COMENTÁRIO DO FILME A GUERRA DO FOGO (1981), DE JEAN-JACQUES ANNAUD

A guerra do fogo é singular em sua forma de mostrar alguns acontecimentos que marcaram o início de aspectos culturais seguidos pela humanidade. O filme se passa no período Paleolítico, e centraliza na tribo Neanderthal Ulam, cujos personagens principais são membros.

Nos primeiros minutos o filme nos mostra o modo de vida da tribo que moram em uma caverna, é interessante neste momento o modo como o longa expõe o sexo, mostrando um membro do gênero feminino em um lago quando o macho, sentindo o cheiro da fêmea, realiza o ato sexual se posicionando por detrás dela, imitando os animais. Em determinado momento ocorre uma invasão de outro clã, aparentemente de evolução inferior, devido às características como a quantidade de pelos no corpo, mandíbula, e outras características físicas. Nesta invasão a tribo Ulam perde seu bem mais precioso que tinha em suas mãos: o fogo.

Após perder a maior tecnologia que possuíam a tribo se vê sem saída, pois sem o fogo continuariam morrendo pelo frio e ataque dos animais selvagens. Então três de seus membros saem à procura do fogo, passando por adversidades em seu trajeto como um ataque de tigres, e também uma batalha contra uma tribo canibalista, ocasionando em um ferimento no líder do grupo, em seus testículos.

Afastados do local o grupo encontra outro indivíduo, sendo esta de uma espécie mais desenvolvida, percebendo-se pela fala e conhecimento mais desenvolvidos. Esta cura o ferimento do líder do grupo, e em um determinado momento do filme ensina os membros do grupo a rirem, marcando um despertar da humanidade.

A cena supracitada nos remete que nossas aptidões, nosso saber, não são transmitidas por hereditariedade biológica, mas adquiridos ao decorrer da vida, por um processo de apropriação da cultura criado pelas gerações precedentes (BOCK, FURTADO, TEIXEIRA, 1999). Estes processos de apropriação cultural é percebido em todo o decorrer do filme com momentos marcantes, como até mesmo a cena do ato sexual citada no início deste texto:

Assim, a assimilação pelo homem de sua cultura é um processo de reprodução no indivíduo de suas propriedades e aptidões historicamente formadas pela espécie humana (BOCK, FURTADO, TEIXEIRA, 1999).

Outro momento marcante no filme é quando o grupo avista um bando de mamutes que por coincidência acabam protegendo os membros do grupo, marcando o despertar da religião, o culto da natureza e dos animais. Em outro momento a tribo da individuo encontrada pelo grupo, Ika, salva Noah (líder do bando). O interessante destacar é que esta tribo já possuía o domínio de fazer habitações, fazer instrumentos com lanças e potes, além de saber produzir fogo. Este último elemento é observado por Noah com tamanha surpresa.

Ao fazermos um paralelo entre os homens e os animais em relação aos instrumentos notamos que o fato de produzir instrumentos e saber utilizá-lo é um dos atributos que diferem o homem dos animais, uma vez que estes aprendem a utilizá-lo, mas não podem dizer ou pensar para que sirvam. (BOCK, FURTADO, TEIXEIRA, 1999).

Ao final do filme observamos algumas cenas marcantes como um processo civilizador em Noah, quando Ika o ensina a fazer sexo em outra posição, esta passando envolver afeto e carinho diferente da posição mencionada nos

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