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Características da área de saúde mental

Artigo: Características da área de saúde mental. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  18/9/2014  •  Artigo  •  755 Palavras (4 Páginas)  •  194 Visualizações

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O que caracteriza, fundamentalmente, o relacionamento que promove saúde mental? O que está presente em situações de não aceitação do sofrimento psíquico?

A enfermagem lida com a dor e o sofrimento do ser humano desde que se conhece como enfermagem. É inerente à profissão o cuidado prestado ao indivíduo e à sua família de maneira a garantir-lhes boas condições de saúde física e mental e permitir o autodescobrimento de mecanismos de enfrentamento das adversidades, da dor e do sofrimento que determinadas ocasiões impõem. Sofrer vai além do saber e do plano físico. Ele se caracteriza como uma junção de vertentes éticas, morais, religiosas, psicológicas, sociais e culturais. O sofrimento é mais que uma simples ameaça à integridade biológica, mas também à sua integridade como homem, como sujeito de ação, de reação e que possui necessidades próprias, específicas, que precisa de atenção e cuidado solidário.

Nessa perspectiva, inserimos o sofrimento psíquico, enquanto construto da área da saúde mental. Sua complexidade nos permite ir além de nossa interpretação cognitiva. É um processo subjetivo, social, além de cultural, e suas dimensões atingem não só àquele que sofre como também a quem o rodeia. É uma condição em que a pessoa pode não interagir com a realidade objetiva das demais, tornar-se enfraquecida e, até mesmo, questionar o sentido da própria vida.

Uma das características da área da saúde mental foi exatamente a de buscar uma interpretação precisa à complexidade do adoecimento psíquico. A constituição da Psiquiatria pineliana do século XIX consiste no marco inicial, que aglutinou todas as formas de sofrimento psíquico e as caracterizou como doença mental. A tecnologia de ponta nessa área, atualmente, tem sido a relação entre sujeitos, a necessidade de se focar as atenções ao sofrimento da pessoa, que tem histórias singulares, irreproduzíveis, intransferíveis, bem como as possibilidades terapêuticas aplicáveis em cada caso.

A psicanálise e a reforma psiquiátrica foram movimentos importantes contra o reducionismo da psiquiatria clássica, que caracterizava qualquer manifestação psíquica como doença mental. A psiquiatria preventiva foi um desses movimentos que se encarregou de centrar suas atenções no cliente e não em sua doença. As práticas terapêuticas da psiquiatria foram redimensionadas ao considerar o sofrimento psíquico como multifatorial, não tendo enfoque exclusivamente biomédico, mas também social, psicológico, político e cultural.

Consideramos o relacionamento terapêutico como um desses instrumentos de cuidado que permitem essa reintegração e reorganização da pessoa que padece psiquicamente. Trata-se de uma tecnologia de cuidado que possui um rol de saberes e práticas destinadas ao entendimento do ser humano em sua totalidade, de suas limitações, possibilidades, necessidades imediatas e potencialidades. Permite a reflexão, o crescimento pessoal, o reconhecimento do ser humano como importante promotor do cuidado de si e o desenvolvimento de habilidades para o enfrentamento do sofrimento e da reintegração social.

As tendências atuais das práticas terapêuticas centradas na pessoa, ressaltando o relacionamento terapêutico e a comunicação terapêutica, foram, aos poucos, incorporadas ao ensino de enfermagem psiquiátrica das escolas de enfermagem

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