Cisto Odontogenico
Artigo: Cisto Odontogenico. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: geziele • 30/8/2014 • 4.325 Palavras (18 Páginas) • 425 Visualizações
CISTOS ODONTOGÊNICOS
INTRODUÇÃO
São cistos resultantes da proliferação de remanescentes epiteliais associados à formação dos
dentes. O epitélio presente em cada um dos cistos odontogênicos é derivado de uma das seguintes fontes:
lâmina dentária, órgão do esmalte e de bainha de Hertwig. Os remanescentes epiteliais presentes na
maxila e mandíbula são originais do ectoderma que reveste os processos embrionários que irão formar
a face e boca ou de tecido epitelial que participa na odontogenese. A presença pura e simples de restos
epiteliais seria insuficiente para explicar a formação de um cisto. É necessária a ação de um agente,
inflamatório por exemplo, capaz de estimular e determinar a proliferação desses remanescentes. Tal
condição é freqüente nos maxilares, onde infecções e traumas são capazes de desencadear a resposta
inflamatória.
Classificação:
Cisto da Lâmina Dentária
Cisto Primordial (Queratocisto)
Cisto Dentígero
Cisto de Erupção
Cisto Periodontal Apical
Cisto Periodontal Lateral
Cisto Gengival do adulto
Cisto Odontogênico Calcificante
CISTO DA LÂMINA DENTÁRIA (Cisto gengival do recém-nascido)
a) Características clínicas e patogenia: São assim denominados os cistos encontrados na grande
maioria dos recém-nascidos (80%), apresentando-se como pequenos nódulos esbranquiçados, localizados
nos rebordos alveolares dos maxilares. O cisto da lâmina dentária tem sua origem a partir da proliferação
de remanescentes da lâmina dentária, denominados restos de Serres, provenientes do processo involutivo
(degeneração e lise) da lâmina dentária. Alguns remanescentes epiteliais têm a capacidade de proliferar,
queratinizar e formar pequenos cistos.
Como este cisto aparece em indivíduos muito jovens, é assintomático e tem o seu rompimento
espontâneo pouco tempo depois de surgir, muitas vezes passa despercebido.
b) Aspectos histológicos. Os cistos podem apresentar formas redondas ou ovais, e nos cortes
histológicos encontramos um delgado revestimento de epitélio estratificado pavimentoso com superfície
paraqueratótica. A cavidade cística usualmente é preenchida por queratina descamada e, freqüentemente,
contém células inflamatórias.
c) Tratamento. Não há indicação de nenhuma terapêutica específica para o tratamento dos cistos
gengivais.
NÓDULOS DE BOHN E PÉROLAS DE EPSTEIN
Existe uma certa confusão entre os Nódulos de Bohn e Pérolas de Epstein em relação ao Cisto da
Lâmina Dentária. As Pérolas de Epstein são nódulos císticos que ocorrem ao longo da rafe palatina
mediana, e, não são de origem odontogênica (procedem dos remanescentes epiteliais aprisionados na rafe
palatina mediana), enquanto que os Nódulos de Bohn, encontrados na fase vestibular e lingual do rebordo
alveolar
e no palato, têm como origem remanescentes de epitélio glândulas (glândulas mucosas).
CISTO PRIMORDIAL (QUERATOCISTO)
a) Características clínicas e patogenia
O cisto primordial é pouco freqüente, assintomático a menos que se torne secundariamente
infectado e, raramente apresenta manifestações clínicas evidentes. Quando alcança um grande tamanho,
geralmente envolvendo o ramo ascendente da mandíbula, pode apresentar tumefação e relato de dor. A
mandíbula é mais envolvida em relação à maxila, ocorrendo a maior freqüência na região de 3º molar
inferior (76%), podendo, entretanto, desenvolver em qualquer parte dos maxilares, inclusive na linha
média da mandíbula e maxila. A lesão é mais comum em homens do que em mulheres, e é diagnosticada
usualmente entre a 2ª e 3ª décadas.
Cistos primordiais múltiplos fazem parte da síndrome de Gorlin-Goltz (síndrome dos carcinomas
basocelulares nevóides), que além dos cistos apresenta as seguintes características clínicas:
1) alterações cutâneas (nevo basocelular, disceratose palmo-plantar e calcinose de derme);
2) alterações esqueléticas (prognatismo mandibular, costela bífida, crânio volumoso etc.);
3) alterações oftalmológicas (cegueira congênita e estrabismo, Hipertelorismo);
4) alterações endócrinas (hipogonodismo no homem, fibromas e cistos calcificados em ovário e útero nas
mulheres, etc.) e,
5) alterações neurológicas (retardamento mental, hidrocefalia congênita etc.).
Este cisto apresenta uma tendência em particular a recidiva após o tratamento cirúrgico. Parece não
haver nenhuma correlação entre o tamanho ou localização e a sua recorrência.
O desenvolvimento deste cisto parece estar ligado a um distúrbio do desenvolvimento, originário
do epitélio odontogênico, e as evidências apontam para duas origens principais:
...