Complexo De Édipo E Sublimação
Dissertações: Complexo De Édipo E Sublimação. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: 9736 • 12/5/2014 • 2.234 Palavras (9 Páginas) • 929 Visualizações
COMPLEXO DE ÉDIPO
DEFINIÇÃO DE ÉDIPO: Para a psicanálise, o Édipo é a experiência vivida por uma criança de cerca de quatro anos que, absorvida por um desejo sexual incontrolável, tem de aprender a limitar, aos limites de sua consciência nascente, aos limites de seu medo e, finalmente, aos limites de uma lei tácita que lhe ordena que pare de tomar seus pais por objetos sexuais. (NASIO, Juan – David, 2007, p. 12).
Complexo de Édipo é um dos conceitos fundamentais de Freud, na Psicanálise. Este conceito refere-se a uma fase no desenvolvimento infantil em que existe uma “disputa” entre a criança e o progenitor do mesmo sexo pelo amor do progenitor do sexo oposto, é uma fase universal na infância do sujeito em que há uma triangulação na constituição familiar que poderá definir a estrutura psíquica do indivíduo. Indica a atração erótica do filho para com a mãe, com sentimentos de ciúme e rivalidade com o pai. O fundador da psicanálise teve como base a tragédia grega, de Sófocles, que narra à história a história de Laio, rei de Tebas, que teria sido avisado por um Oráculo sobre seu futuro maldito: ele seria assassinado por seu próprio filho que se casaria com sua mulher, ou seja, a mãe deste. Para evitar que isso se concretizasse, Laio decide abandonar a criança num lugar distante, colocando-lhes pregos nos pés, para que morresse. Um pastor encontra a criança e lhe dá o nome de Edipodos (pés-furados). Essa criança, mais tarde é adotada pelo rei de Corinto. Ao consultar o Oráculo, Édipo recebe a mesma mensagem que seu pai Laio recebera anos antes, mas, acreditando que se tratava dos pais adotivos, Édipo foge de Corinto. Em sua fuga, Édipo se depara com um bando de negociantes e seu líder e acaba por matá-los todos em uma briga, sem saber que esse líder era Laio, seu pai. Ao chegar a Tebas, Édipo decifra o enigma da Esfinge e livra a cidade de suas ameaças, assim recebe o trono de rei e a mão da rainha Jocasta, agora viúva. Os dois se casam e têm quatro filhos. Anos depois, quando uma peste chega à cidade, Édipo e Jocasta consultam o Oráculo para tentar resolver essa questão e acabam por descobrir que são mãe e filho. Jocasta suicida-se e Édipo fura os próprios olhos como punição por não ter reconhecido a própria mãe.
Esse conceito é universal na psicanálise, visto que desperta sentimentos de amor e ódio direcionados para aqueles que lhes são mais próximos, os pais. O complexo de Édipo ocorre quando a criança está atravessando a fase fálica, ou seja, quando descobre que ao atingir três anos de idade passa a ser alvo de varias proibições que para ele eram desconhecidas. Este Complexo tem início quando o bebê acostumado a receber total atenção e proteção, passa a ser alvo de várias proibições que são para ele desconhecidas. Nesse momento, a criança não pode mais fazer o que bem entende, porque já está ‘grandinha’, não pode mais compartilhar o tempo todo o leito dos pais, deve evitar andar nu à vontade, como antes, entre outras interdições, assim a família e a sociedade começam a impor regras, limites e padrões. Nesse sentido, quando a criança percebe que está nesse momento da vida e reconhece a distinção entre ela e seus genitores, ela ingressa em um período essencial para a estruturação da personalidade e a base da identidade das pessoas, esse período é visto como uma dos mais importantes de sua vida. O Complexo de Édipo vem então, “frustrar” a criança, marcando a separação entre ela e os pais, neste momento a criança começa a perceber que não é o centro do mundo, que o amor não é unicamente para si e que os pais não a podem proteger completamente do mundo.
Quando o complexo não é devidamente superado, costuma levar o homem a uma série de conflitos emocionais. Pode por exemplo, ter atitude agressiva com figuras masculinas de autoridade, simbolizando estas a figura paterna, caso o pai tenha essa característica. Pode também, ao contrário, tornar-se medroso, temendo uma figura de autoridade, que inconscientemente representa seu pai. No amor, pode ser insatisfeito, buscando constantemente o verdadeiro amor, jamais o encontrando, como se procurasse sempre pela mãe. Pode ter um ciúme exagerado para com sua parceira, temendo perdê-la, como sente que perdeu a mãe. É preciso entender que todo esse processo acontece inconscientemente. Ou seja, a própria pessoa não tem consciência do que ocorre, a não ser que faça uma psicoterapia ou análise.
Para o menino a entrada para o Édipo é direta, neste período o menino começa a criar fantasias e desperta um olhar diferente sobre sua mãe, começa a vê-la com desejo sexual e cria fantasias com ela. Seu desejo é possuir e ser possuído pela mãe. Já para o pai ele cria uma fantasia de rivalidade, quer suprimir o corpo do pai. Ele tem como objetivo possuir e ser possuído pela mãe, no entanto tem o pai que os impedem. Ele procura prazer sexual no corpo daquele que já o ama e que despertam o seu desejo.
Sobre seu corpo ele acredita que todos são iguais e todos têm o órgão mais poderoso: o pênis. Onde o pênis, Falo, é um símbolo de potência, de orgulho e de prazer, porém ele percebe que não são todos que tem o pênis. Então começa a pensar que se alguém perdeu é por um meio de castigo (castração). Ele tem medo de perder a parte mais importante de seu corpo, o Falo, então decide abrir mão dos desejos que sente pela mãe para garantir o seu Falo. Esta fase que o menino passa e retorna na adolescência, porém seu olhar e suas fantasias sobre seu desejo incestuoso se focam nas meninas e é a onde ele afirma sua identidade sexual.
Já o Édipo para a menina é um pouco mais trabalhoso, a menina não entra direto no Édipo como o menino antes ela passa pelo pré – Édipo, porém a menina também tem fantasias e desejos incestuosos. No pré - Édipo ela faz o mesmo processo com o seu olhar sobre a sua mãe, obtêm o desejo de possuí-la. Neste período que ela quer possuir sua mãe ela acredita que também possui o Falo, o símbolo de potência e orgulho, logo descobre que não possui o Falo e sofre pela privação de não tê-lo. Apesar de não possuir o Falo a menina ainda acredita que sua mãe o possui, portanto se sua mãe tem, ela também o terá, mais terá que esperar crescer. A menina então descobre que a mãe também não tem o Falo. Mais uma decepção para a menina, só que agora ela sente traída pela sua própria mãe julgando-a que ela já sabia que as meninas não possuem o Falo e que poderia ter evitado mais uma decepção para ela, evitando assim seu sofrimento. A primeira decepção que a menina tem com a mãe, é quando a mãe faz o desmame e a segunda é a privação do Falo.
A menina esperta quer ter o Falo só que ela nunca o terá,
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