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Conceito busca eustanny

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Por:   •  26/10/2013  •  Tese  •  5.845 Palavras (24 Páginas)  •  440 Visualizações

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2.Um passeio bibliográfico pelo tema

2.1 A incansável busca por conceito

O termo Bullying é usado por alguns autores como sendo um tipo de violência que ocorre nas escolas. O termo violência “vem do latim violentia, que significa violência, caráter violento ou bravio, força [...] emprego da força física, mas também quantidade, abundância [...]” (MICHAUD apud PAREDES; SAUL;BIANCHI 2006,p.13). As mesmas autoras trazem o conceito de Amoretti, segundo o qual a violência é vista como um fenômeno exclusivamente humano, ocorrendo a nível social, mas que ao mesmo tempo denega o social. Segundo o autor citado, tais comportamentos se aproximam do “caos” (Amoretti apud PAREDES;SAUL;BIACHI, 2006, p.15).

Contudo, é preciso relativizar tal compreensão pois a violência pode ser expressão de uma ordem opressiva ou da própria ação política, como no caso da guerra. A violência é sempre expressão de uma relação de força entre partes, podendo ser consentida ou não. Vejamos que a nossa sociedade organiza rituais de agressividade, a exemplo dos torneios de lutas, entre outros, segundo o professor da UNEB, Marcos Luciano Messeder.

Outra definição de violência é dada por Derbabieux, citado por Cubas ET All), que afirma que o termo é amplo e “abrange desde agressões graves até as pequenas incivilidades que acontecem na escola [...]”(Derbadieux apud RUOTTI 2006, P.24). Estes autores, porém, falam sobre a violência em geral, não especificamente do Bullying. Abramovay e Rua citam Nancy Day que define o referido fenômeno como “abuso físico ou psicológico contra alguém que não é capaz de se defender” (2005, p.21, tradução minha). Ela acredita, portanto, que a agressão típica do Bullying ocorre do mais forte para o mais fraco, concordando com Fante, que o conceitua como uma

palavra de origem inglesa, adotada em muitos países para definir o desejo consciente e deliberado de maltratar uma outra pessoa e colocá-la sob tensão; termo que conceitua os comportamentos agressivos e antissociais [...] (2005, p.27)

Em visita ao site da ABRAPIA- Associação Brasileira de Proteção à Infância e Adolescência – aparece um conceito semelhante ao de Fante, já que neste o bullying é visto como atitudes agressivas repetitivas, sem motivação evidente, que podem causar dor e angústia a quem sofre. O conceito da APRABIA, porém, é mais conciso, uma vez que sua ocorrência se daria quando um ou mais alunos agridem um outro, estabelecendo com este(s) uma relação desigual de poder. Geralmente um aluno mais “forte” escolhe um mais “fraco” para ser sua vítima, o que concorda com as idéias de Nancy Day.

Cavalcanti (Revista Nova Escola - dezembro de 2004) traz um outro aspecto a ser observado, inserindo os apelidos no conceito de Bullying, além dos comentários maldosos considerados como “coisas de estudante”, que podem deixar marcas dolorosas e por vezes trágicas. Assim como Cavalcanti, Veiga cita alguns exemplos do que é considerado Bullying, como apelidar, ofender, humilhar, amedrontar, isolar, perseguir e bater, acrescentando que tais atitudes sempre ocorreram no meio escolar, mas que só veio a ser estudado há pouco tempo (2004).

Olhando por essa ótica, é de se questionar se as pessoas não fazem “tempestade em copo d’água”. A prática do bullying sempre ocorreu nas escolas e nunca chamou atenção de pesquisadores e educadores até alguns anos atrás. Mas, mas bastou um único “batizar” o fenômeno e o bullying vira um dos temas mais estudados da atualidade. É de se questionar se tal tema não virou “moda” entre os pesquisadores, que repetem

sempre os mesmos conceitos e citam sempre os mesmo autores.

O Bullying acontece tanto entre meninos quanto entre meninas, sendo que

normalmente há diferenças a depender do gênero. Segundo ALVAREZ (revista

Época, nº de edição não encontrado) as meninas preferem a violência verbal, mais

sutil, porém tão cruel quanto a física. Elas utilizam apelidos e nomes pejorativos

ligados à aparência, tais como “galinha”, “sapatão”, “barril”, “Olívia-palito”, entre

outros. Já os meninos, que são maioria, dão empurrões, tapas nas costas e chegam

a bater. Podem também excluir aquele garoto que consideram “ruim de bola” dos

times de futebol ou fazer dele o alvo das “bolinhas de papel”.

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Muitas vezes as agressões ocorrem durante o horário do “recreio”, de acordo

com pesquisas realizadas por universidades portuguesas (cf. Fante, 2005). Segundo

a socióloga Miriam Abramovay, coordenadora de várias pesquisas sobre violência, a

escola tornou-se um lugar inseguro porque alunos, professores e diretores fingem

que nada está acontecendo.

O comportamento agressivo que gera o bullying, muitas vezes, é considerado

normal, pois faz parte do desenvolvimento da criança. Raggio afirma que o ser

humano necessita de agressividade para viver (apud Neves e Romanelli 2006).

Segundo Sacchetto

(http://guiadobebe.uol.com.br/bb5a6/a_agressividade_infantil__bullying.htm Acesso

em 11 MAr 2009 Às 20:48) a agressividade pode vir com o intuito de machucar

alguém ou de simplesmente buscar alguma recompensa, ou “chamar atenção”.

Estudos mostram que a maioria dos alunos que praticam bullying têm problemas

afetivos em casa. A autora comenta que bater, gritar, colocar apelidos são

comportamentos COMUNS a qualquer criança, mas que não são CORRETOS, ou

seja, deve-se trabalhar na criança a diminuição gradativa de tal comportamento

Sacchetto também acrescenta que as crianças a partir de três anos começam

a adquirir novos vocabulários “e começam a descobrir o prazer em brincar com o

outro e se comunicar”. Tudo isso ocorre dentro

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