Contribuições da Antropologia no Fazer Saúde
Por: Cristian Chiabotto • 30/4/2017 • Trabalho acadêmico • 552 Palavras (3 Páginas) • 382 Visualizações
UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO DO URUGUAI E DAS MISSÕES– URI CAMPUS SANTIAGO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS – PSICOLOGIA IV
CRISTIAN DA CRUZ CHIABOTTO
QUAIS SÃO AS CONTRIBUIÇÕES DA ANTROPOLOGIA PARA PENSAR E FAZER SAÚDE?
SANTIAGO/RS
2016
Ao longo da história os conceitos de saúde e doença sempre estiveram atrelados às ciências biológicas e médicas, assim como suas definições serem vistas como algo fixo, imutável e tido como uma verdade. Justamente pelas ciências médicas seguirem a lógica ciêntífica e de que a vida (e sendo assim a saúde e a doença) são elementos previsíveis, tornaram estes conceitos tão amplos, em verdades estabelecidas pelo conhecimento científico. A antropologia surge então neste contexto do pensar e fazer saúde, para poder analisar todas as implicações que cercam o homem para que este chegue até às suas concepções de saúde e doença.
Ao falar das implicações que a antropologia traz nestas análises do homem e suas concepões acerca da saúde, falamos da contribuição que a antropologia trouxe para poder repensar o fazer saúde, dentre estas o contexto cultural onde se vivem esses sujeitos que se tornam protagonistas da sua própria saúde a partir do momento em que se pensa esse indivíduo na sua integralidade e lhe dá espaço para significar suas vivências. A cultura é o elemento pelo qual os sujeitos significam e simbolizam suas vivências, cercados pelo grupo e meio social em que estão inseridos, dão origem aos seus conhecimentos populares acerca da vida. Pode-se tomar o exemplo de comunidades indígenas ou povos ciganos, que possuem tradições milenares e um cultura muito particular de seu povo, que encherga os processos da vida e do adoecer de forma diferente das que encontramos comumente em nosso meio, e é nesse ponto que a antropologia vem ao encontro do fazer dos profissionais que trabalham na perspectiva da saúde, trazendo a promoção, onde cada sujeito terá a escuta adequada do profissional que valoriza e dá espaço pra singularidade de cada um que significa a sua saúde de forma subjetiva e cultural.
Os processos históricos que essas sociedades passam também são fatores que contribuem para o pensar saúde, pois ao longo de cada período histórico, se vivencia e se significa a saúde de formas diferentes, que irão somar em um discurso e uma visão atual de como se pensa a saúde e a doença. Sendo assim, o conhecimento à respeito do conceito à saúde não se limita apenas à um conhecimento científico, mas à um conceito que se torna popular e comum a todos. Estas são então as contribuições da antropologia no fazer saúde, pensando-a para além de um corpo biológico e matematizado, dando suporte e escuta para a singularidade dos sujeitos na sua integralidade, nos campos culturais, sociais, históricos, políticos e religiosos que os subjetivam e formam os seus discursos à cerca da sua própria saúde e do adoecer, pensando em um corpo social e aberto à afetações, as quais os profissionais do fazer saúde devem estar atentos e com uma escuta sensível para não reduzir a saúde à algo tão distante dos próprios usuários dos serviços de saúde, trazendo então a partir deste olhar da antropologia, formas plurais de atendimento e de pensar as intervenções terapêuticas.
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