Crianças Com Dificuldade De Aprendizagem

A criança com dificuldade na aprendizagem pode desenvolver sentimentos de baixa autoestima e inferioridade. Dificuldades na aprendizagem escolar frequentemente são acompanhadas de déficits em habilidades sociais e problemas emocionais ou de comportamento. Sendo assim, essas associações quando persistente e agregada a fatores de risco presentes no ambiente familiar e social mais amplo podem afetar negativamente o desenvolvimento do indivíduo e seu ajustamento em etapas ulteriores.

Na adolescência, o fracasso escolar persistente traz o risco de desadaptação psicossocial associado à evasão. O abandono da escola pode levar ao subemprego, envolvimento com drogas, filiação a grupos marginalizados, incidentes criminais e conflitos intensos nos relacionamentos.

Diante desse contexto, segundo as autoras Luciana Carla dos Santos e Edna Maria Marturano, o ambiente familiar vem sofrendo inúmeras adversidades, como dificuldades econômicas, conjugais, estressores do dia-dia, entre outras; e isso faz com que não haja mais o envolvimento adequado dos pais com a escolaridade dos filhos. Estas variáveis, que agem como pressões na vida familiar, influenciam de diferentes maneiras em cada fase de desenvolvimento dos filhos.

A valorização, o engajamento e o encorajamento dos pais com relação à escolaridade dos filhos promovem nos filhos a motivação para o aprendizado e oferece subsídios para maior grau de iniciativa dos filhos em sala de aula.

No entanto, tem-se de forma bastante clara que, quanto maior o número de variáveis negativas sobre o ambiente familiar, práticas educativas e filhos, maior a probabilidade dos filhos apresentarem problemas de ajustamento e desempenho.

Uma variável que merece atenção especial é a relacionada às dificuldades de relacionamento pais-filhos, tendo uma implicação maior na adolescência. A busca de companheiros que nem sempre são adequados são reforçados nos filhos por causa das dificuldades desse relacionamento entre pais e filhos.

A família deveria constituir a principal fonte de suporte aos filhos, apostando em práticas educativas assertivas, isto é, respeito às novas necessidades dos adolescentes, colocar limites claros, deixar que os filhos participem das decisões da família e comunicar a estes o porquê de suas atitudes, ou seja, uma prática com autoridade e não autoritária ou permissiva. Quanto mais íntimas forem as relações, maior a probabilidade de o suporte ser efetivo.

Pais que usam de prática mais assertivas costumam ter filhos melhor ajustado sócio- emocionalmente.