Cuidados Paliativos E Morte Em Casa
Ensaios: Cuidados Paliativos E Morte Em Casa. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: cirobsb • 3/2/2014 • 742 Palavras (3 Páginas) • 675 Visualizações
Cuidados Paliativos e Morte em Casa
Parte do papel do profissional psicólogo é o de fazer-se sensível ao sofrimento psíquico do paciente que se encontra fora de possibilidade terapêutica, fazer-se presente àqueles que estão sob condição de encontrar-se em cuidados paliativos. Há que se considerar a possibilidade de o paciente vivenciar sua partida no melhor lugar a ele disponível.
Sabe-se que determinadas doenças terminais, em si, já trazem consigo a vivência de dor física, desconforto acentuado, isolamento social e angústias por parte da família e da equipe de saúde quando chega a um ponto em que se percebem sem meios de continuidade de suporte terapêutico à cura da doença que acomete o paciente. Ainda que o senso comum pense, de início, que o foco do sofrimento psíquico seja uma realidade exclusivamente do paciente... há que se explicitar o olhar do psicólogo profissional ao contexto no qual esse paciente encontra-se inserido.
O sofrimento que permeia a condição do paciente vai para além da maca onde se encontra: diz sobre o processo de negação familiar; diz sobre o contínuo desconforto de ajustes na rotina dos acompanhantes; diz sobre uma dor que é compartilhada e que nem sempre é acolhida por circunstâncias mil que se sobrepõem sofrimento sob sofrimento. O trabalho da Equipe de saúde se direciona para além da rotina da jornada de trabalho: diz sobre frustrações diante das tentativas de apoio à melhora do doente; diz sobre o sofrimento da constante pressão da organização hospitalar e dos próprios acompanhantes que exigem resultados rápidos em prol da cura; diz sobre necessidade de um espaço de constante acolhimento das demandas profissionais correlatas às dificuldades do exercício da profissão.
Nessa realidade supramencionada, há que se considerar a viabilidade de o paciente fora de possibilidade terapêutica vivenciar a partida no lugar que lhe for mais confortável, mais acolhedor, mais próximo daqueles com os quais construiu sua história de vida. Nessa perspectiva, é imprescindível um olhar genuíno para a viabilidade real de o doente poder obter melhor qualidade de vida e de cuidados paliativos em casa, cujo significado de proteção e cuidado que o lar possa lhe proporcionar seja, de fato, o significante do seu leito de morte.
Para tanto, aqui se explicita o quão é imprescindível o papel do psicólogo no contexto hospitalar para que esse processo de “morte em casa” seja compreendido como uma perspectiva positiva para o bem-estar do paciente. Leigos, por vezes embevecidos pela situação atípica de próprio sofrimento exacerbado ou, em algumas situações, anuviados pelo senso comum errôneo de que o melhor lugar para o paciente será sempre o hospital, muitos familiares insistem em acreditar que há que se tentar incansavelmente procedimentos invasivos a fim de uma cura milagrosa, impossível. Para tanto, aqui se explicita o quão também é importante a presença do profissional psicólogo na discussão profissional transparente multidisciplinar com a equipe de saúde para a avaliação dos benefícios e vantagens de uma possível permissão de o doente continuar os cuidados paliativos em casa, não obstante o confronto de situações, por exemplo, de vaidade e frustrações humanas que permeiam o ambiente hospitalar, desde profissionais médicos até
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