DEPRESSÃO: SERIA O NOVO MAL DO SÉCULO?

DEPRESSÃO: SERIA O NOVO MAL DO SÉCULO?

Nesta atual sociedade capitalista, em que a mídia vende falsas felicidades e cria desejos, nos fazendo crer que o consumismo vá sanar a solidão. Onde estamos constantemente preocupados com os prazos de entregas, salários, horários. Relacionamentos líquidos, adolescentes que preferem interagir virtualmente do que pessoalmente. A era da coisificação do homem e a humanização das coisas.

A depressão nos dias de hoje é muita discutida e falada, porém nem sempre de forma correta, como já disse a psicóloga Rafaela Câmara “Houve, na verdade, uma banalização do termo e utilização inadequada”. Doenças/transtornos psicológicos nos dias de hoje é constantemente romantizada, basta entrar nas redes sociais para se deparar com pessoas que a citam de forma leviana, justificando manias ou atos comuns do dia a dia. Uma mudança repentina de humor, ou opinião, a véspera de um dia importante, são todos motivos para serem usadas como argumentos.

Muitos veem a depressão como uma fraqueza psicológica, e que na realidade ela não existe, mas dados da OMS provam o contrário. No Brasil, 5,8% da população sofre com essa doença, que afeta um total de 11,5 milhões de brasileiros. O Brasil é o país com mais casos de depressão da América Latina e o segundo maior na América, ficando atrás somente dos Estados Unidos, que tem 5,9% de depressivos.

O suicídio e a depressão também estão presentes nos adolescentes e jovens adultos. No ambiente escolar, na família. A passagem para a adolescência é sempre muito impactante. A pressão da família, em relação aos estudos, com o adolescente nessa fase, é imensa. O suicídio foi a segunda maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos no ano de 2015.

A euforia sentida por Evair Canella, de 25 anos, ao entrar em Medicina na USP (Universidade de São Paulo) se transformou em angústia e tristeza. Ao encarar a pressão por boas notas, a extenuante carga horária de aulas, as dificuldades financeiras para se manter no curso e os comentários preconceituosos por ser gay, ele foi definhando.

— Tinha muitas responsabilidades, com muitas horas de estudo. (ESTADÃO, 2017)

É de suma importância discutir tais assuntos de forma correta, e logo necessário cautela para não confundir um quadro de depressão, propriamente dito, com frustrações e tristezas da vida. Devemos saber diferenciar um quadro depressivo de um estado depressivo. Há algumas causas da depressão, como, bullying, pressão psicológica. A perda de um ente querido é comentada por Freud:

O luto profundo, a reação à perda de alguém que se ama, encerra o mesmo estado de espírito penoso, a mesma perda de interesse pelo mundo externo [...] a mesma perda da capacidade de adotar um novo objeto de amor e o mesmo afastamento de toda e qualquer atividade que não esteja ligada a pensamentos sobre ele. (FREUD, Sigmund. Luto e Melancolia, p. 28. PDF)

BIBLIOGRAFIA

• CÂMARA, Rafaela. Depressão nos dias de hoje, 2015. Disponível em:

http://www.psicologaemfortaleza.com.br/psicologia/a-depressao-nos-dias-de-hoje/ Acesso em: 10 de abr. 2018

• G1. Depressão cresce no mundo, segundo OMS; Brasil tem maior prevalência na América Latina, 2017. Disponível em:

https://g1.globo.com/bemestar/noticia/depressao-cresce-no-mundo-segundo-oms-brasil-tem-maior-prevalencia-da-america-latina.ghtml Acesso em: 10 de abr. 2018