DOCUMENTÁRIO ESPERANDO SUPER HOMEM

DOCUMENTARIO “ESPERANDO PELO SUPER HOMEM”

Em primeiro lugar, os resultados da educação brasileira são mais vergonhosos que os da americana. Basta olhar alguns dados internacionais como a performance no PISA, o percentual de concluintes de ensino médio e superior, a quantidade de pessoas formadas nas áreas técnicas para vermos que a nossa educação ainda está muito atrás da americana – que já é péssima quando comparada com outros países desenvolvidos.

Além disso, é importante notar que a educação da elite americana é bem melhor que a da elite brasileira e que os colégios particulares de melhor qualidade nos Estados Unidos não encontram pares aqui no Brasil, com exceções que se podem contar nos dedos das mãos.

Neste contexto, tanto o Brasil como os EUA já deveriam estar prontos para implementar  profundas e duras reformas educacionais, certo? Pois não parece ser o caso em nenhum dos dois países.

Lembram do filme Pro Dia Nascer Feliz, de João Jardim, que passou despercebido por aqui (e que, por sinal, vale muito a pena assistir)? Ele mostra a falta de oportunidades de alguns alunos pobres nas escolas públicas brasileiras e a compara com o futuro promissor de alunos que frequentam escolas de elite no Rio e em São Paulo. No filme americano, o pano de fundo é o desespero de cinco famílias procurando fugir desta armadilha social armada para seus filhos nas escolas públicas que lhes são permitidas frequentar. Ambos os filmes são de cortar o coração, porque exploram a face humana da injustiça social, que mata talentos, sonhos e futuros ainda no berço.

E aí? Aí que a sociedade ainda não está suficientemente preocupada com equidade ou justiça social, ou com a verdadeira meritocracia, a que classifica e premia as contribuições das pessoas pela sua competência, a partir de condições iniciais iguais para todos, que não existem quando as escolas são muito diferentes entre si.

Esperando pelo Super-homem é muito legal porque a mensagem final diante de todo esse problema é que não adianta esperar por um Super-homem que vá salvar as escolas, quer seja por meio de iniciativas como as charter, programas como o Teach for America, ou reformas milagrosas. A mensagem do filme é vamos mudar a injustiça social arraigada numa educação excludente com mais horas na escola, com um currículo de qualidade internacional, com excelentes professores nas escolas e com mais contribuição da sociedade. Será que um documentário consegue ajudar a criar a força supranacional necessária para fazer tudo isso?