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Desenvolvimento Social erikson

Por:   •  31/10/2016  •  Resenha  •  1.315 Palavras (6 Páginas)  •  763 Visualizações

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ

CURSO DE PSICOLOGIA

                                          PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

Resenha Informativa do artigo: “Erikson e a Teoria Psicossocial do Desenvolvimento”

Caroline de S. P. Fonseca, turma A- manhã

                                                       

                                                              CURITIBA

                                                                   2016

        Erikson nasceu em Frankfurt, Alemanha, em 1902. Foi convidado para trabalhar em uma escola para pacientes submetidos á psicanálise, entrando então em contato com o grupo de Anna Freud. Em 1933, casou-se e se mudou para os Estados Unidos, prosseguindo com os seus estudos em psicanálise, o que acabou por torná-lo o primeiro psicanalista infantil americano.

        O teórico mudou o enfoque da teoria freudiana sobre o desenvolvimento psicossexual, para o problema da identidade e das crises de ego, baseando-se em um contexto sociocultural. Erikson estava inserido na fase da psicanálise conhecida como “Psicologia do Ego”, na qual se diminuía a ênfase no inconsciente. Por volta do século XX, iniciou sua teoria psicossocial do desenvolvimento humano, revendo diversos conceitos de Freud, sempre enxergando o indivíduo como um ser social, o qual vive em grupo e sofre a influência e pressão deste. Sua teoria deixou duas grandes contribuições: o ego com uma concepção ampliada e a realização de estudos psico-históricos, exemplificando sua teoria psicossocial no curso de vida de algumas figuras famosas, é preciso ressaltar que estudos longitudinais eram muito raros e complexos de serem realizados.

        Algumas características peculiares de sua tese:

  • Focou-se nas relações sociais com fundamentais, e não na sexualidade;
  • Considerou que o que era construído na infância em termos de personalidade não era totalmente fixo, podendo ser parcialmente modificado por experiências posteriores;
  • A cada etapa, o indivíduo cresce a partir das exigências internas de seu ego, mas também das exigências do meio em que vive, sendo necessária a análise da cultura e sociedade em que o sujeito está inserido;
  • Em cada estágio o ego passa por uma crise (a qual nomeia o estágio). Tal crise pode ser positiva (ritualização) ou negativa (ritualismo);
  • Da solução positiva da crise, o ego sairá mais rico e forte; já da solução negativa sairá um ego fragilizado;
  • A cada crise a personalidade vai se reestruturando de acordo com a experiência vivida, enquanto o ego vai se adaptando.

O psicanalista infantil criou determinados estágios, chamados de psicossociais, nos quais ele descreveu certas crises pelas quais o ego passa, ao longo do ciclo vital. De tal forma, o crescimento e o desenvolvimento do indivíduo estaria completamente ligado ao seu contexto social, palco dessas crises.

As crises do ego:

  • Confiança básica x Desconfiança básica: ao longo do primeiro ano de vida a criança é substancialmente dependente das pessoas que cuidam dela, requerendo cuidado como alimentação, higiene, locomoção, aprendizado de palavras, etc. É essencial a estimulação para que a criança possa perceber que existe um mundo em movimento ao seu redor. O amadurecimento só ocorrerá de forma adequada se a criança sentir que possui afeto e segurança, desenvolvendo confiança nos indivíduos e no mundo, caso contrário gerará a desconfiança apenas.

  • Autonomia x Vergonha e Dúvida: nesse momento a criança passa a obter o controle de suas necessidades fisiológicas, respondendo por sua higiene pessoal. De tal forma ela obtém autonomia, confiança e liberdade para explorar novas ações. No entanto, se for criticada ou ridicularizada poderá desenvolver vergonha e dúvida quanto a sua capacidade de ser autônoma, provocando um retorno ao estágio anterior: a dependência.

  • Iniciativa x Culpa: é nesse estágio que a criança passa a perceber as diferenças sexuais, os papéis desempenhados por mulheres e homens na sua cultura (conflito edipiano para Freud), compreendendo de forma diferenciada o mundo a sua volta. Se em determinadas situações a sua curiosidade sexual, intelectual, natural for reprimida ou castigada poderá desenvolver o sentimento de culpa e diminuir sua iniciativa de explorar e buscar novos conhecimentos.
  • Diligência x Inferioridade: a criança passa a ser alfabetizada, frequenta a escola, o que a permite o convívio com diferentes pessoas, exigindo maior sociabilização, trabalhos em conjunto, cooperatividade, entre outras habilidades. Caso possua dificuldade o próprio grupo irá criticá-la, fazendo com que ela passe a viver a inferioridade, em vez da diligência.
  • Identidade x Confusão de identidade: o adolescente precisa de segurança frente a todas as transformações físicas e psicológicas do período. Tal segurança ele deverá encontrar na forma de sua identidade, a qual foi constituída por seu ego em todos os estágios anteriores. O ser humano necessita se sentir inserido em determinado grupo que apoia suas ideias e sua identidade. Toda essa preocupação em encontrar um papel social provoca uma confusão de identidade, e nesta confusão o adolescente pode se sentir vazio, isolado, ansioso, sentindo-se incapaz de se encaixar no mundo adulto, podendo levar a uma regressão.
  • Intimidade x Isolamento: ao estabelecer uma identidade definitiva e fortalecida, o indivíduo será capaz de uni-la a de outra pessoa, sem se sentir ameaçado. Pode-se falar na associação de um ego com o outro. Quando o ego não é suficientemente seguro, o indivíduo irá preferir o isolamento á união, se esse isolamento ocorrer por um período curto, não é negativo, pois trata-se de um amadurecimento do ego. No entanto, se esse isolamento é por um longo tempo, o desfecho para a crise é negativo, podendo ocorrer o elitismo (grupos exclusivos que são uma forma de narcisismo comunal).
  • Generatividade x Estagnação: o indivíduo preocupa-se com tudo o que pode ser gerado, desde filhos até ideias e produtos. Sente que sua personalidade foi enriquecida com tais ensinamentos. Há um cuidado com a tradição. Ocorre a necessidade de transmitir, ensinar, sendo uma forma de fazer-se sobreviver. Caso essas transmissão não ocorra, o indivíduo percebe que tudo o que fez, construiu não teve um porquê, não tem como dar prosseguimento, causando a estagnação.
  • Integridade x Desespero: se o envelhecimento ocorre com o sentimento de produtividade e valorização do que foi vivido, o indivíduo experimentará os sentimentos de dignidade e integridade, dividindo sua experiência e sabedoria. Caso contrário, o sentimento de tempo perdido e a impossibilidade de recomeçar resultará em tristeza e desespero.

De acordo com Erikson, ao longo do ciclo vital o indivíduo constrói o que ele denomina de plano de vida, um roteiro segundo o qual as crises de ego se desenvolverão de forma que pareçam ter sido determinadas pela infância, pelas primeiras crises do sujeito. De tal forma, ao se analisar os estágio psicossociais, torna-se possível identificar alguns marcos de passagem e montagem do plano de vida.

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