Documentário Estamira

Documentário Estamira

História de vida de Estamira

Neta de militar, autoritário e rígido, destratava sua mãe. Estamira foi abusada pelo seu avô na infância e levada aos doze anos para trabalhar em uma casa de prostituição. Onde aos 17 anos conheceu seu primeiro marido que a levou para sua casa, teve com ele o primeiro filho, separou-se dele pelo fato de sofrer constantes traições. Após isto, casou-se novamente, teve uma filha com ele e separou-se novamente por motivos de traição. Um dia quando voltava do serviço foi estuprada por um estranho na rua. Foi morar no lixão com os filhos, teve mais uma filha que foi adotada por uma outra mulher a pedido do irmão. Desde então vive no lixão.

Aspectos físicos e psíquicos de Estamira

Aspectos psíquicos

Postura geral

Passiva: apática, nervosa, explosiva, fala confusa e repetitiva

Roupas e acessórios segundo os quadros clínicos

Demência: roupas e higiene descuidada, dentes sujos e quebrados, fala desconexa e desorganizada, cabelos despenteados e sujos

Atitudes globais

Confusa: parece não entender nada, não se importa com os outros

Desconfiada: revela desconfiaça, pelo modo de agir e falar

Exitada: fala muito, faz muitos gestos

Aspectos corporais

Rosto: cansado, sujo, triste, angustiado, lábios com feridas

Olhos e olhar: olhar – vago, triste, fixo. Olhos – tristes, arregalados, fixos

Cabelos: emaranhados, sujos, grisalhos, na altura do ombros às vezes presos.

Unhas: sujas e esmaltadas

Dentes: mal conservados, sujos, banguela

Roupas: sujas, descuidadas, velhas, inapropriadas

Movimentos, posturas e gestos: inquieta, mãos e pernas trêmulas, olhar parado

Corpo: normal, com aspecto sofrido

Psicopatologia

Do ponto de vista subjetivo, Estamira identificou-se fortemente com o lixo. Além disso, sua história de vida foi marcada por uma função materna de simbiose, sem espaço para que a castração fosse comprida pela função paterna. Posteriormente, eventos e situações-limite, como a ocorrência de dois estupros, seguiram-se de experiência alucinatórias, relatadas por uma das filhas de Estamira no documentário. É possível notar um ego fragilizado também em questões que envolvem melancolia, como diz a personagem: “a minha depressão é imensa”.