Dos comportamentos a atividade
Por: Gabriel Rairan • 15/5/2017 • Resenha • 675 Palavras (3 Páginas) • 150 Visualizações
O capítulo foca na relação existente entre atividade industrial e segurança industrial. Primeiramente há uma caracterização do que vem a ser comportamento do ponto de vista “antropológico”, ou seja, com relação aos seres humanos que, diferente dos animais irracionais, não se limita aos fatores observáveis, mas pode-se extrapolar o observado e questionar a organização da atividade e o que a determina, fazendo, com isso, um estudo mais amplo do seu comportamento, focado, sobretudo, pelas dimensões que determinam sua origem, aquelas que não se restringem a fatores físicos.
As abordagens comportamentais da segurança ressaltam o fato de que as consequências antecipadas determinam mais o comportamento que as causas antecedentes. O principal alvo desse tipo de abordagem é a conformidade do comportamento às prescrições em matéria de porte de meios individuais de proteção e da obediência aos procedimentos.
Na sequência, há uma diferenciação de dois termos, o comportamento de conformidade, que se trata de comportamentos que podem contribuir positivamente ou negativamente para a segurança, como uso dos equipamentos de proteção, o respeito às normas, entre outros, e o comportamento de iniciativas, tido como mais importante que o primeiro pois sua correlação com as taxas “de iniciativas de segurança” e o desempenho global de segurança é muito mais elevada, já que mostram como a inteligência prática dos trabalhadores se manifesta perante o prescrito e seus imprevistos.
A atividade de alguém é definida como de seu corpo e de sua inteligência para atingir objetivos sucessivos em determinadas condições. Neste aspecto, o comportamento entra como uma dimensão visível da atividade e os demais componentes (psíquico, fisiológico…) entram na não visível. Ao final desta parte, chega-se a conclusão de que a atividade não é simplesmente a execução de certos procedimentos, pois há diversas variabilidades que ocorrem na maioria das vezes, ou a atividade gera um valor agregado (algo fora das prescrições), ou há desvios no procedimento, que não são sinônimo somente de má conduta, o trabalhador mais experiente pode achar um jeito mais prático para realizar determinada tarefa. Por fim, caso o comportamento observado não seja o correto do ponto de vista da segurança deve-se tentar compreender o que condiciona a organização da atividade e procurar transformar alguns dos elementos que a influenciam.
A maior parte do trabalho não é realizada do ponto de vista físico, até porque o trabalho puramente manual não existe, já que por trás de cada ação há um certo automatismo por parte do cérebro humano, chamado de “atividade cognitiva”, sendo “conscientizada” somente quando acontece algo “fora dos padrões”. Tal atividade é única de cada pessoa, pois as experiências individuais vividas refletem diretamente nas suas decisões diárias, mesmo nas mais corriqueiras.
A verbalização do trabalho não é algo simples, pois às vezes este faz parte de um conhecimento intrínseco do trabalhador, algo que faz parte dele e que não é fácil explicar com palavras. Mas isto não significa que ele não saiba os aspectos fundamentais para a realização segura da tarefa. É fundamental favorecer a expressão do conhecimento que os operadores têm das situações de produção, que são portadoras de outros aspectos de segurança além
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