EVOLUÇÃO DA INVESTIGAÇÃO COMPORTAMENTAL
Tese: EVOLUÇÃO DA INVESTIGAÇÃO COMPORTAMENTAL. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: dudubarros • 6/4/2014 • Tese • 1.672 Palavras (7 Páginas) • 289 Visualizações
EVOLUÇÃO DO ESTUDO DO COMPORTAMENTO
Diferentemente das ciências exatas, existe a respeito deste assunto uma ampla gama de enfoques, sem que nenhum deles possa ser considerado como contrario ou substituto do outro.
Em realidade, o ser humano guarda uma enorme quantidade de facetas,e para que se possa lograr uma conceituação satisfatória dos diferentes aspectos que lhe são característicos, é necessário que se conheça o maior numero possível de abordagens, a partir das quais esse ser humano possa ter sido estudado através dos tempos. É bom que se faça, então, um exame, ainda que rápido, das diferentes etapas vencidas as longo do tempo pelas ciências do comportamento.
Como era considerado o comportamento na antiguidade
O interesse pelo estudo do homem como um ser que, por si mesmo, tem a capacidade de se movimentar e comportar-se, diferente dos seres do reino mineral e vegetal. O fenômeno da vida sempre despertou interesse dos pensadores desde tempos imemoriais. Protágoras (460 a.C.) disse “o homem é a medida de todas as coisas, das que são e das que não são”. Muitas das suas explicações e de outros pensadores da mesma época.
A grande preocupação dos primeiros filósofos era o principio vital. Eles queriam, acima de tudo, descobrir qual elemento da natureza seria o responsável pela vida dos seres vivos.Através da tradição verbal, foi possível ter noticia de que entre 600 e 400 a.C. três pontos de vista diferentes se propuseram a explicar o fato tão misterioso. Tales considerava que a água era a substancia básica, responsável pela vida. Heráclito sustentava que o principio de tudo era o fogo. Anaxágoras considerava o sopro vital e achava que, em razão dele, tudo está em constante mudança. O reino mineral, depois do vegetal, seguido pelo animal e terminando com o humano, iam sucessivamente apresentando de menores para maiores quantidades de principio vital.
Não resta duvida de que esta seja uma tentativa curiosa de procurar compreender a v ida e as diferentes formas sob as quais ela se apresenta no universo. A grande dificuldade oriunda dessa forma de considerá-la foi a confusão posterior entre os diferentes seres.
O aparecimento do termo “psicologia” remonta a essa época, sendo “psique” usado para designar alma e “logos”, estudo, vem daí que esse termo composto passou a ser utilizado para designar o estudo da alma.
O primeiro grande pensador do qual se tem noticias mais precisas, pelo fato de suas idéias terem sido transmitida por seus discípulos, foi Sócrates (469-399 a.C.). Para ele “todo ciente é sábio e todo sábio é bom” . Sócrates é hoje mais citado nos trabalhos de pedagogia e filosofia propriamente ditos.
Foi Sócrates que propôs “nosce te ipsum” (conhecer-te a ti mesmo). Eis ai seu principio. Como grande mestre, usava dois métodos pedagógicos que ficaram para sempre na historia e ainda são muito utilizados.
“A ironia socrática era a arte de rebater, de ressaltar a ignorância do pretenso sábio – chamava-se “elêntica” (elenchos, objeção); o segundo, método é o da arte de dar a luz as idéias a partir do qual cada um deveria descobrir por si a verdade que deve orientar sua vida – chama-se “maiêutica” (de mayevein, partir) ou heurística (de heuristicke, a arte de descobrir) (MUELLER, 1968 p. 48).
O avanço das ciências do comportamento na Antiguidade pode também , em muitos, ser atribuído aos postulados de Platão ( 429 a 327 a.C.), primeiro filósofo do qual há obras escritas, que são os diálogos.
Todos aqueles que se dedicam principalmente ao estudo da administração deveriam ler, em especial, o dialogo conhecido como A Republica, onde já naquela época o filósofo propõe uma noção de hierarquia.
É interessante como o filosofo descreve funções; “no Fedro, Platão compara a alma a uma parelha de cavalos, conduzidos por um cocheiro. O cocheiro simboliza a razão, um dos corcéis, a energia moral, o outro, desejo”(LARROYO, 1957, p.134).
Em que pesem formulações, hoje consideradas frágeis, de seus antecessores, é com Aristóteles (384 a 322 a.C.) que a psicologia passa a ser conhecida como a ciência das coisas animadas. Formula as bases da teoria do conhecimento , ressaltando que todo conhecimento tem origem na sensibilidade e que nada existe no espírito que não haja penetrado por intermédio dos sentidos.
É no século XIII que surge a escolástica, teoria a partir da qual Santo Tomás retoma os conhecimentos deixados por Aristóteles, surgindo a filosofia aristotélico-tomista, depois de longo período infértil na historia do pensamento.
A idade média, em termos de teorias validas á compreensão verdadeira do comportamento humano, é considerada, portanto, a fase da decadência grega.
Do Renascimento ao Cartesianismo
Já o Renascimento, compreendido entre 1400 e 1600, vai, aos poucos, representando uma mudança de atitude dos pensadores, em fase das fontes de conhecimento. Autores como Wertheimer consideram que essa tenha sido a época de fermentação. Embora muitas das teorias dessa época ainda levassem a conotação típica da psicologia filosófica, muitas daquelas orientações haveriam de convergir, dando inicio á psicologia experimental, características dos fins do século XIX, em que começaram a se delinear.
Até que se atingissem os séculos XIX e XX, tratados e mais tratados foram escritos em nome das teorias filosóficas que continham muito pouco de investigações sobre o comportamento humano, do ponto de vista mais concreto, isto é existencial. A primeira delas é conhecida como racionalista, tendo como um dos seus mais importantes expoentes Descartes (1526 a 1649); a segunda é a escola empirista, defendida por Bacon (1561 a 1626), a partir da qual nada que escape á experimentação pode ser objeto de estudo cientifico.
“O fim que Descartes persegue é descobrir para a filosofia um caminho e dar-lhe uma estrutura de absoluta segurança. O sistema de toda a filosofia deve desenvolver-se, tão clara e conseqüentemente como as verdades matemáticas e geométricas” (HIRSHBERGER, 1960, p. 950)
Bacon é considerado pai da filosofia moderna.
A gênese da psicologia experimental
A psicologia experimental, como hoje é estudada, inspirou-se em duas correntes principais. A primeira é a da ciência em si, que valorizou a fisiologia, a biologia, procurando decompor um todo em suas partes componentes “átomos”. A segunda é a contribuição mais caracteristicamente filosófica, que inspirou o empirismo crítico, o associacionismo e o materialismo cientifico.
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