EXERCÍCIOS CLÍNICA INFANTIL II ESTUDO DE CASO
Por: Glaucia Bastos • 12/4/2016 • Projeto de pesquisa • 1.860 Palavras (8 Páginas) • 713 Visualizações
EXERCÍCIOS CLÍNICA INFANTIL II
ESTUDO DE CASO
CASO I - João é uma criança de 7 anos de idade, que cursa a primeira série do ensino fundamental. A professora conversando com a mãe sugeriu-lhe que procurasse um terapeuta para acompanhar o filho, por achar que o mesmo estava precisando. Assim que chegou na sala, João olhou todo o material e depois escolheu a massinha para brincar. Falou que não sabia o que fazer, mas logo começou a montar um boneco muito criativo e de cores variadas (misturando cores quentes e frias e em alguns momentos com um requinte mais escuro, acinzentado). Com isso mostrou ter noção do esquema corporal. Eu perguntei o nome do boneco, ele primeiro disse: “não sei” e depois falou que o nome era Pedro. Depois de terminar o boneco, ele disse “pronto” e ficou parado, sugeri que brincasse com o boneco, ele brincou um pouco e disse: “pronto”. Falei que poderia pegar outro brinquedo, ele escolheu o monta tudo, construiu uma pista de corrida e brincou com o carrinho e o boneco de massinha, depois parou. Perguntei a João onde o boneco estava indo e ele respondeu que era sua fazenda. Como ele ficou parado, sugeri que montasse uma fazenda para o boneco. João pára e pinta com cola colorida. Fez um boneco e escreveu um nome para ele, que era Rayan.
Quando faltavam dez minutos para acabar a sessão, eu o avisei e ele pediu para brincar de carrinho. Fez barulho e disse que estava passeando em São Paulo. Perguntei o que tinham na cidade e ele disse que tinha mar, casas e lojas. João se sentiu inibido com a minha presença, não pediu ajuda. Ele não relatava as brincadeiras, sempre falava não sei, ficava parado, falava pronto e separava uma sugestão ou incentivo. É muito paciente, fazia tudo com muita calma, capricho e criatividade.
1. SEGUNDO O RELATO, JOÃO SENTIA-SE INIBIDO COM A PRESENÇA DA PSICANALISTA. PLANEJE UMA SESSÃO COM O OBJETIVO DE APRIMORAR O VÍNCULO PSICANALISTA-PACIENTE.
O queo psicanalista vai fazer é tentar restabelecer a transferência da criança com pessoas que, no início, mostraram-se inaptas a compreender as suas mensagens, ocupando um lugar de receptor das tais mensagens. O problema que chega ao analista acontece quando uma destas pessoas que a criança tem com referência, não sustém estas mensagens. Há, então, uma quebra na transferência, de modo que estes receptores das mensagens não conseguem mais suportar ouvir o que lhes é dirigido. Por isso, procuram o psicanalista, pois além de não entender mais o que lhes é dito, a posição de saber que ocupavam ficou comprometida. Tais mensagens, entretanto, se dirigiam ao sujeito suposto saber na relação e não propriamente à pessoa concreta na figura dos cuidadores.
2. A PRINCÍPIO QUAL É A SUA IMPRESSÃO EM RELAÇÃO A JOÃO, VALE RESSALTAR QUE A MÃE NÃO DETALHOU MUITO SOBRE COMO CRIA O FILHO E COMO É A RELAÇÃO DELE COM A FAMÍLIA. SÓ QUE O FILHO VIVE MAIS ISOLADO DOS COLEGAS, NÃO É MUITO SOCIÁVEL.
CASO II - Fui convidada pela Supervisão de uma determinada Escola para fazer o diagnóstico de uma menina de seis anos de idade chamada Laura e que freqüenta o pré-escolar. Apresentei-me a ela e disse que estava ali só para bater um papo e que no horário certo eu lhe avisaria e ela retornaria para a Escola acompanhada da Supervisora que a esperava na sala ao lado. Já na sala, disse que poderia usar esses materiais para brincar como quisesse. Laura olhou rápido toda a sala e foi imediatamente brincar com uma boneca que chamou de Bárbie. Penteou seus cabelos e maquiou-a.
A todo tempo me contava o que estava fazendo. Depois, pegou outra boneca e disse que ela ia cozinhar. Foi em busca de um fogão. Encontra-o, narrava como se fosse a boneca que cozinhava. Parou logo e perguntou-me se podia brincar com o jogo monta tudo. Disse a ela que podia brincar e fazer o que quisesse. Como o jogo estava dentro
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de uma caixa, perguntou-me se poderiam jogar as peças no chão e se precisaria juntálas quando terminasse.
Respondi que ela poderia colocar as peças no chão e que quando terminasse de brincar poderia guardá-las ou não. Ficaria do jeito que ela quisesse. Mediante tal resposta, Laura chegou perto de mim e deu-me um beijo no rosto. Voltou para brincar dizendo que ia montar uma estrada e uma estação. Enquanto montava. Ficava o tempo todo conversando com o brinquedo ou comigo. Quando resolveu montar uma casa na estação, pediu que eu a ajudasse. Sentei-me no chão e comecei a ajudá-la. Laura é que me dizia o que e como fazer, quando não era exatamente o que ela queria, voltava a me ensinar como se eu não fosse capaz de fazer sozinha. Quando terminou de montar a casa, colocou-a perto da estrada, pegaram um trenzinho, um aviãozinho, três bonecos e começou a narrar uma história. Fazia sons e movimentava-se de acordo com o que faltava. Permaneceu brincando por um bom tempo. Quando faltava dez minutos para acabar o tempo, avisei-a. Laura perguntou-me se poderia voltar outro dia, pois estava muito bom brincar ali. Em seguida levantou-se e voltou a brincar com a boneca que já havia pegado primeiramente. Aos cinqüenta minutos, disse a ela que teríamos que parar de brincar, pois o tempo havia terminado. Laura em momento algum demonstrou timidez ou falta de interesse em brincar. Não se interessou pelos materiais que lembravam ou propunham atividades escolares, muitos menos em usar sucatas para confeccionar alguma coisa. No que pude observar, ela é uma criança muito esperta e capaz de retratar seus detalhes, momentos e ações de sua vida cotidiana com prazer e alegria. Laura é muito comunicativa, em nenhum momento deixou de conversar, expunha com clareza suas idéias e vontades, o que favorecia nosso diálogo.
Pelo fato de ter conhecimento das fases do desenvolvimento cognitivo da criança, segundo Piaget, pode-se afirmar que a criança se encontra no segundo estágio, tido como pré-operacional, apresenta um bom nível de desenvolvimento sócio-afetivo, psicomotor, lingüístico e cognitivo. Percebe-se que a escola tem trabalhado esta criança em todos os aspectos; físico, intelectual e social. Pelo que se pôde investigar a experiência histórica da mesma também contribui muito positivamente no seu desenvolvimento. Os momentos de observação foram ricos, pois as situações oportunizaram a criança a viver momentos de conflitos, tanto sozinha, quanto em grupo, diante dos desafios que o jogo apresentava, a colocar em prática suas regras, seus conhecimentos e seus valores ao estar junto com os outros, se fazendo entender pelo outro coordenando o seu pondo de vista com o do outro. Diante de tais comportamentos, a todo instante a criança demonstrou ter um grande controle emocionou, além de demonstrar
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