Entre os muros da escola

O filme se passa em uma escola francesa, com alunos de diversas nacionalidades e culturas. A historia se concentra na relação do professor e de seus alunos da 7º série, mostrando pontos importantes que marcam um relacionamento dentro de uma sala de aula, pontos esses negativos e positivos, que marcam a trajetória desse relacionamento ao longo do filme.

O professor é um homem branco que leciona francês, em uma sala de aula onde em sua maioria são alunos negros e que muitos até não entendem a língua local, o próprio francês no caso, como o aluno japonês, que mesmo com o empecilho da língua se mostra sendo o melhor aluno da classe.

Para entender a simbologia do filme é preciso ir muito além do que se entende por educação nos tempos de hoje. A relação professor-aluno deve ir muito além dos muros das escolas, que faz referência ao titulo do filme. Ser professor não é apenas se limitar aquelas velhas técnicas tradicionais de ensino, que se contenta dentro das paredes da sala de aula, esquecendo um importante fato, que fazer educação é ir além, é compreender, interpretar e principalmente interagir.

Nas primeiras cenas, o professor pede para seus alunos se apresentarem uns para os outros, até que uma aluna pergunta por que ele também não faz o mesmo. Esse é um exemplo claro de como a relação dos professores com seus alunos pode ser limitada. Pedir que a turma se apresente e esquecer do mesmo se apresentar, é um sinal claro de como o relacionamento em questão não respeitava uma importante idéia sobre a educação, a de que a educação não se faz em apenas uma via e sim em uma via de mão dupla.

O ensino hoje é deficiente, não atende as necessidades de mundo globalizado, onde não existem mais fronteiras que nos impende de interagir com pessoas e culturas do mundo todo. No filme a historia se passa em uma escola francesa, porém em sua maioria os alunos em questão não eram apenas franceses, tinha africanos, marroquinos, japoneses entre vários outros. Em um mundo que as fronteiras não são suficientes para impedir a relação com o desconhecido, é necessários escolas e profissionais que não se limitem, que ensinem a respeitar as diferenças, a aceitar o próximo com seus respectivos costumes e crenças.

O choque de civilizações é exibido no filme em várias cenas, como quando dois alunos começam a discutir sobre os times de futebol de seu respectivo país. A obra sugere que não existe apenas um único muro, não é apenas os limites visíveis da escola que definem essa barreira. A relação do professor com seus alunos e até mesmo os alunos entre si, também pode ser visto como um grande empecilho.

Há vários diálogos ao longo do filme que sustenta a idéia clara de muro a qual o titulo da obra se refere. É possível perceber que um dos principais problemas da relação desse professor com seus alunos, é a linguagem, mas não apenas a referente ao idioma, mas sim a falta de respeito mútuo. As diferentes culturas e ideologias desses jovens, prevalecem muitas vezes sobre suas falas. Esses personagens são exemplos de muitos alunos da vida cotidiana, onde jovens de diferentes etnias e crenças, são forçados a aprender a cultura local, obrigados a aceitar sem mesmo ponderar o que é realmente preciso aprender.

Alunos devem questionar seus professores, assim como professores deve questionar seus alunos, porém é preciso