Entrevista De Devolução
Artigo: Entrevista De Devolução. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: CarolinaPereira • 14/9/2013 • 771 Palavras (4 Páginas) • 3.058 Visualizações
Entrevista de Devolução
Para se entender a técnica e a teoria da entrevista de devolução é necessário ter em mente que este procedimento envolve informações diagnósticas e prognósticas de forma discriminada e dosificada de acordo com as capacidades egóicas do ou dos destinatários.
Entendemos por devolução de informação a comunicação verbal discriminada e dosificada que o psicólogo faz ao paciente, a seus pais e ao grupo familiar, dos resultados obtidos no psicodiagnóstico. A transmissão desta informação é, pois, o objetivo básico dela, que se concretiza numa entrevista final, posterior à aplicação do último teste (OCAMPO e ARZENO, 2003, p.384).
No momento da entrevista devem-se observar as respostas verbais e não-verbais do(s) sujeito(s) diante a verbalização do psicólogo. Para tal, busca-se uma margem de certeza e um planejamento da orientação terapêutica. Este processo pode ocorrer num único encontro ou em vários outros e é de responsabilidade do profissional que realizou o psicodiagnóstico.
A técnica de devolução de informação supõe a utilização do que é latente e do que é transferencial. Para tal, deve-se ter um bom conhecimento do caso e trabalhar a elaboração das hipóteses explicativas. A discriminação dos aspectos mais sadios e adaptativos dos menos adaptativos e doentes deve ser feita com antecipação para distinguir o que pode e o que não pode ser dito no momento da entrevista. Recomenda-se a elaboração de um roteiro flexível que possa ser modificado no andamento desta de acordo com a reação do(s) participante(s).
A informação deve começar pelos aspectos adaptativos e continuar pelos menos adaptativos, incluindo a patologia na medida e no ritmo que as questões básicas da entrevista vão se estruturando, como a relação transferencial e a capacidade egóica do sujeito. É importante sinalizar os possíveis indicadores de resistência expressos de forma verbal e não-verbal. Em contrapartida, o aparecimento de novas associações, medos, expectativas, etc podem ser acolhidos e integrados as informações pré-trabalhadas. Nenhum material de teste ou técnica utilizada durante o psicodiagnóstico pode, de forma alguma, ser mostrado aos pais. O sigilo das informações verbais cabe também aos conteúdos não-verbais.
A escolha da linguagem deve ser cautelosa pelas questões etárias e sociais, sem o acréscimo do linguajar científico e ambíguo. A comunicação deve ser clara e compreensiva, onde o profissional pode sintetizar os dados de acordo com possíveis novas informações que poderão ser incluídas.
A entrevista de devolução tem por objetivo, então, sintetizar ou unir aspectos reparadores e destrutivos, o que é possível se o paciente ou os pais podem unir o passado, o que fizeram mal, com o futuro. Assim, podemos mostrar como o presente e o futuro funcionam como elementos de reparação (OCAMPO e ARZENO, 2003, p.401).
A entrevista de devolução com crianças deve seguir a lei do fechamento, onde a comunicação é circular: do sujeito ao psicólogo e vice-versa. A comunicação pré-verbal deve ser detectada, compreendida e utilizada, principalmente em crianças menores. Já as crianças maiores podem respoder de forma verbal. Neste movimento, a reintegração dos aspectos adaptativos e doentes projetados anteriormente no psicólogo ocorre
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