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Entrevista com o psicanalista Nasio

Abstract: Entrevista com o psicanalista Nasio. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  26/10/2014  •  Abstract  •  1.213 Palavras (5 Páginas)  •  390 Visualizações

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NASIO, Juan David. Os mergulhadores. In________. Um analista no divã. Rio de Janeiro: 2003, Jorge Zahar Editor. cap. 1, p. 11-21.

Neste texto Nasio é questionado por Xavier Diaz que o solicita a responder a seus questionamentos como se ele estivesse no divã. Para Nasio o trabalho com seus pacientes é uma maneira de continuar no divã, pois além de trabalhar com o seu saber prático e teórico também trabalha a capacidade de “experimentar emoções, de fantasiar”. p 11

A primeira pergunta diz respeito a necessidade do divã. Ele teria dupla função, ou seja, uma para o analista outra para o analisando. Para o analisando induz a um estado de recolhimento que propicia o surgimento de lembranças, imagens, sentimentos e sensações; modificando sua visão de si e do mundo. Ao analista a função é de liberdade para que este possa perceber em si próprio o que o analisando lhe fala, favorecendo assim a escuta.

Nasio fala ainda das particularidades de seu divã, sua disposição em seu consultório e de como seus pacientes o viam.

É questionado então sobre a importância da atmosfera de um consultório. Para o autor é primordial e cada um a torna “o melhor possível para seu trabalho de escuta”. p 13

Quando é questionado sobre como trabalha, responde ser um psicanalista próximo de seus pacientes no sentido próprio e figurado. Nasio assumi uma postura ativa fazendo se presente e totalmente focado no analisando, procura aproximar-se de seu paciente contrariamente a imagem caricatural de um psicanalista (mudo, distante, passivo). Em sua opinião desde de o momento em que se encontra com o analisando deve-se estar atento a tudo o que diga respeito a ele. Sua sensibilidade tanto visual quanto auditiva ou olfativa e inclusive tátil fica desperta. Um psicanalista tem de ser um bom observador, para ele “uma boa escuta começa com uma boa observação”, tem que estar receptivo a todo e qualquer sinal do analisando que lhe comunique algo sobre sua vida. Porém isso não é o suficiente para compreender suas angustias e livrá-lo delas. É preciso vivenciar o sofrimento sem se perturbar para que possa tratá-lo de maneira eficaz sem sucumbir a compaixão. p 13

E por que não se compadecer? O paciente necessita que compreendamos suas angústias para que possamos ajudá-lo a livrar-se delas, sem que nos apiedemos de sua sorte. A compaixão tira-nos o estado de atenção e lucidez necessários para que possamos descobrir a origem dos distúrbios. É necessário que nos mobilizemos para compreender qual foi o impacto emocional ocorrido na infância por detrás das manifestações do paciente. “É um sentir em si o que o outro esqueceu”, mas sem se deixar afetar, ou seja, sentir em si a dor do seu trauma infantil, vivenciando, montar uma cena com personagens que sentiriam tais emoções e mostra-la a seu analisando de tal maneira que consiga fazer vivenciá-la. Desta forma, reviver as emoções esquecidas do analisando e transmiti-las a ele.

Nasio diz que toda pessoa que sofre traz em si uma criança ferida que busca em vão dizer a sua dor. É essa criança sofrida, impotente e que não consegue falar que ele tenta representar mentalmente e dar vida. Se a cena imaginada não for um devaneio e ao comunicá-la ao analisando este se veja aliviado de sua angústia, pode-se dizer que foi retirado um dos conflitos na origem do sintoma.

Através do caso de sua paciente Lea, o autor exemplifica o que já havia exposto. A jovem paciente relata fobia de rua deslocando o mínimo possível com a ajuda de um amigo. E uma sessão após um ano de analise, Lea conta a Nasio entre lágrima a traição de uma amiga, ele logo lembra de uma cena dramática de sua infância em que, no dia de seu aniversário de 5 anos, o pai a acorda para dizer que sua mãe havia partido para um país distante. Um ano depois a paciente descobre que sua mãe havia morrido em um acidente de carro.

Nasio então sente o que seria o sentimento de uma menininha aterrorizada pelo anúncio desajeitado de seu pai enlutado, experimentando assim, um terrível sentimento de abandono e solidão.

Com muito cuidado ele relata a cena traumática que faz com que a paciente experimente no presente a dor de uma separação que for recalcada. Aos poucos suas angústias fóbicas foram desaparecendo.

Acrescenta que na presença de um paciente é necessário perguntar: “Que trauma, que separação violenta, que perda, mais exatamente, que abandono – real ou imaginário

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