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Estágio Supervisionado Esp. Em Psicologia e Processos Cínicos

Por:   •  24/11/2018  •  Resenha  •  553 Palavras (3 Páginas)  •  345 Visualizações

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Estágio Supervisionado Esp. Em Psicologia e Processos Cínicos

Supervisora: Profa. Salete Tôrres

Abordagem: Humanista Existencial

Aluna: Solange Ferreira         Matrícula: 201501297686

Zelig (1983)

“...o filme “Zelig” estava à frente do seu tempo. O pseudo-documentário é ambientado na década de 1920 e 30 e fala sobre Leonard Zelig (Woody Allen), um homem pacato e desinteressante que passaria anônimo na história, não fosse a estranha capacidade de transformar sua aparência na das pessoas que o cercam ... É o “camaleão humano”, estranho caso que intriga psicólogos, psiquiatras e neurologistas que não conseguem chegar a um diagnóstico.

O filme Zelig, apresenta um homem que possui vários “Eus” (self) criados como forma de proteção e aceitação ao longo de sua vida. Esses “Eus” suplantam o “Eu real” e algo que começou durante uma infância com uma pequena mentira para não ser alvo de chacotas acaba se tornando incontrolável e dominando toda sua vida.

Observamos que a falta de carinho e atenção dos pais, a rejeição das crianças de sua idade, faz com que o personagem busque segurança e aceitação se tornando o mais próximo possível da imagem do outro e o torna incapaz de assumir suas próprias ideias, suas próprias escolhas. Ficando totalmente distanciado de suas emoções, vontades. Poderíamos dizer que é o extremo da incongruência, pois de certa forma é como se o “Eu Zelig” não existisse, como se ele fosse apenas as personalidades criadas para sua adequação as situações.

É muito interessante a parte do filme em que a psiquiatra o confronta e narra a situação dele como se fosse vivenciada por ela... a medida que ela vai falando o “Eu psiquiatra” que ele apresenta naquele momento vai perdendo forças, como que dissolvido...  Desse ponto começa sua transformação, a recuperação, reconstrução, ou mesmo construção do “Eu Zelig”.

Durante todo esse tempo ele não havia conseguido alcançar um crescimento psicológico e somente agora, ao ser confrontado, começa seu processo de auto-atualização, ele começa a se dar conta de seu mundo interior e tenta a todo custo fazer se fazer valer, começa a expressar suas vontades e ideias... como tudo isso esteve represado por muito tempo, ele não tem medidas, nem controle de suas ações, atitudes  e comportamentos. Em alguns momentos essa vontade de se fazer reconhecer faz com que assuma posturas agressivas e prepotentes, querendo impor suas ideias até mesmo pela via da violência.

O filme também mostra a fragilidade da psique, pois depois de sua recuperação, ao passar por  novas situações que colocam o “Eu Zelig” em perigo (novamente rejeição e desamor)  o personagem busca refugio na segurança da criação de novos “Eus”, acreditando que isso o mantém a salvo dos perigos, fazendo com que ele fique “escondido”, não correndo o riscos... uma vez que próximo e assumindo para “si” as ideias de grupo faz com que ele se sinta parte do grupo, bem como aceito e amado por ele.

O reencontro com a psiquiatra interrompe esse processo novo de fuga e ao voltar a ser admirado pela população, por uma façanha inédita, se sente novamente amando, aceito, sendo então, capaz de assumir um caminho de recuperação, de crescimento psicológico, que segue até o fim de sua vida.  Percebemos dessa forma o quanto a empatia, o amor, a aceitação, aprovação e o reconhecimento do valor do outro é importante para seu crescimento ou recuperação.

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