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Etinografia de moto clubes

Por:   •  5/10/2015  •  Pesquisas Acadêmicas  •  6.243 Palavras (25 Páginas)  •  706 Visualizações

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UNIVERSIDADE DO PLANALTO CATARINENSE – UNIPLAC

LICENCIATURA EM PSICOLOGIA

ETNOGRAFIA – A RELAÇÃO SOCIAL E CULTURAL DOS MOTOCLUBES ENTRE SI E COM A SOCIEDADE NA CIDADE DE LAGES/SC.

LAGES S/C

2015

ROSIANE CAMARGO DOS ANJOS MALINVERNI

        

ETNOGRAFIA – A RELAÇÃO SOCIAL E CULTURAL DOS MOTOCLUBES ENTRE SI E COM A SOCIEDADE NA CIDADE DE LAGES/SC.

Pesquisa Etnográfica desenvolvida na disciplina de Antropologia do 1º Semestre do curso de Licenciatura em Psicologia – UNIPLAC sob orientação do Professor Geraldo Augusto Locks/ Vivian Fátima Oliveira.

LAGES S/C

2015

1. INTRODUÇÃO

Este  trabalho apresenta resultados de uma pesquisa etnográfica ,  conduzida com organizações sociais  conhecidas  como Moto- clubes da   cidade de Lages S/C. O principal objetivo é ampliar a visão sobre tal assunto de inegável importância, demonstrando como estes se organizam espacialmente e como se dá sua dinâmica organizacional os lugares por eles freqüentados, suas histórias e diferenças entre os outros grupos de Moto – clube .

Conhecer à partir de uma combinação de métodos, tais como  observações , entrevistas, conversas transcritas e interagindo  com o grupo, que segundo Costa (2010) consiste em  técnicas  de investigação social em que o pesquisador  partilha, na medida em que as circunstâncias o permitam, as atividades, as ocasiões, os interesses e os afetos de um grupo de pessoas ou de uma comunidade, que se da quando os pesquisadores se inseriram e são aceitos a  participar dos eventos do grupo que esta estudando para então entender a lógica que move esse grupo.O trabalho  irá explorar  03 dos Moto-clubes existentes na cidade de Lages S/C,  que ao   total  são 07 e  01 Moto Grupo e 01 Moto Amigo .

 O mundo é composto por diferentes tipos de pessoas, e eles por afinidades e/ou semelhanças se agrupam e passam a ter comportamentos e ideologias semelhantes, e assim à sociedade vai se formando.
        Para esse tipo de agrupamento, denomina-se: grupos ou tribos urbanas, sendo alguns deles: hippies, surfistas , skinheads, góticos, skatistas, moto-clubes, os quais muitos são ignorados por estarem distantes da realidade social convencional.

O conceito de tribo tem seu domínio original na etnologia, sendo utilizado para definir uma forma de organização da sociedade, especialmente as indígenas, pela  antropologia.

 Para Magnani (1992), pode-se dizer que tribo constitui uma forma de organização mais ampla, que vai além das divisões de clã ou linhagem, de um lado, e da aldeia, de outro. Trata-se de um pacto que aciona lealdades, que extrapola os particularismos de grupos domésticos e locais. Porém, o tribalismo aqui tratado possui outra conotação e se manifesta em espaços diferentes destes comentados.  

 Segundo  Maffesoli(1998), tribos urbanas são constituídas de grupos que têm como objetivo principal estabelecer  rede de amigos, com base em interesses comuns. Essas agregações apresentam uma conformidade de pensamentos, hábitos e maneiras de se vestir.

 Diante disso, para que tais grupos sejam vistos da forma com que de fato são, é de suma importância fazer o seu estudo aprofundado e fragmentado, divulgando o máximo de informações possíveis a sociedade.

 Acerca dos moto clubes, a partir dessas observações, é nítido que eles surgiram em meio ao movimento de contracultura nos Estados Unidos e, atualmente, são incluídos nas tribos urbanas. Será apresentado um breve histórico do surgimento desses grupos, assim como uma caracterização de seus territórios e territorialidades existentes no Brasil e na cidade de Lages.

         

2. METODOLOGIA

Ao  escolher  o grupo a ser pesquisado,planejar e  estudar  como iniciar a pesquisa etnográfica,  organizar o diário de campo e a formas de observação. Como nos orienta Malinowski (1976): “Os resultados da pesquisa científica, em qualquer  ramo do conhecimento humano, devem ser apresentados de maneira clara e absolutamente honesta.” (p. 22).

 No primeiro contato com pessoas do grupo a ser observadas e entrevistadas, foi explicado a respeito da pesquisa etnográfica,  eles estavam cientes do trabalho a ser realizado pela pesquisadora e  aceitaram  a participar mostrando-se interessados na proposta e a contribuir com a pesquisa.

Os  entrevistados optaram em revelar seus nomes na pesquisa, assim também oferecendo materiais, fotos e o que precisar para elaboração do trabalho , sendo eles os responsáveis pelos moto-clubes.

Foi pesquisado os moto-clubes  existentes em Lages S/C, e escolhido dentre eles 03 para a pesquisa , avaliando  estes serem  relevantes,  pois participam  do mesmo meio social , existem  diferenças nas ideologias, assim tornando a pesquisa ainda mais rica em informações .

A coleta do material foi feita através da observação participativa e do uso do diário de campo e entrevistas estas marcadas com cada um do grupo assim eles contando um pouco da história dos seus respectivos grupos .  Rios (s/d) fala que a observação participante requer a presença regulada no cenário da apuração de um determinado período. Ao usar essa técnica, o pesquisador aguça o seus sentidos de ver e ouvir.

 No diário de campo,  descrevemos o modo como eles se relacionam entre si e com as pessoas que não fazem parte do seu meio. Conforme Velho:

Quando um antropólogo faz uma etnografia, uma das suas tarefas mais difíceis, como sabemos, ao narrar um evento, é transmitir o clima, o tom, do que está descrevendo. A sucessão dos fatos no tempo, o número de participantes, a reconstituição das interações, são etapas fundamentais mas, quase sempre, fica-se com a sensação e/ou sentimento de que falta algo crucial. (VELHO, 199, p. 13 apud RIFIOTIS, 2009, p 118).

A  observação foi realizada  na sede dos Renegados da Serra,  em um sábado local de livre acesso aos moto-clubes e afins, eles se reúnem para conversar, escutar músicas com suas motocicletas estilizadas,  assim facilitando a observação e o contato.

3. A  HISTÓRIA DOS MOTO CLUBES NO BRASIL E NO MUNDO.

Em meados de 1940, surgem os primeiros Moto Clubes do mundo, exatamente nos Estados Unidos, estando dentro dos ideais que posteriormente foram chamados de contracultura. Eram formados, naquele momento, por homens jovens, mas com idade e condições financeiras para possuir uma motocicleta e dedicare-se a viagens pelas rodovias do país, sendo conhecidos nas décadas seguintes como gangues de motociclistas. Outra origem foi a dos ex-combatentes que decidiram igualmente viajar de motocicletas na tentativa de esquecer os dias vividos em guerra (2004). Percebe-se, com isso, que o veículo apresentava outro sentido, ultrapassando o de simples locomoção de pessoas, posto que associava-se também a um novo modo de vida, um novo grupo urbano, ou uma nova tribo urbana. Os primeiros M.C. foram os Hell’s Angel, Diablos, Presidents, Road Rats, Nightriders, Question Marks e Satan’s Slaves (Thompson, 2004).

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