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Eugênia de galton

Por:   •  8/4/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.584 Palavras (7 Páginas)  •  335 Visualizações

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A eugenia e sua genética histórica

A eugenia foi inspirada em ideias sobre superioridade, natureza e sociedade, que se construiu ao longo dos séculos através do pensamento ocidental. Vale ressaltar que os ideias eugênicos modernos remontam á Antiguidade, desde os padrões de beleza física da Grécia Antiga ate as regras de higiene dos hebreus e sua profilaxia.

Aristóteles e Platão, por exemplo, pensaram também na necessidade de haver uma seleção antes do matrimonio, para que ocorra à preservação da raça, de forma a estimular o superior. Um bom exemplo de superioridade vem da Idade Media onde havia a ideia de que o povo cristão era superior aos muçulmanos e aos indígenas eram inferiores. O século XV foi o marcado pela valorização das potencias humanas e pelo desenvolvimento da ciência e da filosofia, influenciando outras áreas na época.

Citando nomes importantes que foram influenciados de alguma forma, começaremos com o pintor Leonardo da Vinci, seguido pelo médico Andreas Vesalius, o astrônomo Nicolau Copérnico, o filósofo Giordano Bruno, o astrônomo italiano Galileu Galilei e finalizando com três filósofos Thomas More, Francis Bacon e Tommaso Campanella, esses nomes foram importantes na concepção homogeneizante e de valorização do capital, porem ainda com uma inspiração religiosa.

 Renascimento colocou o homem a partir da visão filosófica no centro de tudo, o mundo então estava disponível para domínio e conhecimento humano, indo para os iluministas que produziram concepções fundamentais e importantes para os pensadores eugenistas do século XIX, podemos então considerar que mesmo sendo dois movimentos diferentes, ambos exerceram influencia sobre a eugenia.

Observando tudo o que foi falado acima, podemos encontrar uma característica importante que veio ao longo do tempo, essa particularidade é de que sempre houve uma necessidade de superioridade perante o outro, sendo desde uma teoria ate um regime politico.

O século XIX trouxe três campos da biologia que foram afetados e utilizados pelas novas descobertas são a fisiologia, a microbiologia e o evolucionismo. A fisiologia foi explicada por Claude Bernard, o mesmo dizia que a vida poderia ser explicada através da dimensão físico-química da ciência, a nível social essa ideia retratava o fato que o equilíbrio da sociedade em relação a seus grupos depende da sobrevivência do estado, porem a teoria de Bernard não teve muito impacto.

A microbiologia de Louis Pasteur teve repercussão imediata na medicina e na sociedade, pois a mesma foi fundada na ideia de saúde publica e medicina social, mas não foi só nisso que a microbiologia pode possibilitar, ela trouxe a descoberta dos micróbios que auxiliou na criação de vacinas e técnicas curativas para as doenças epidêmicas do século XIX, por esses auxílios apresentarem resultados positivos adquiriam mais prestigio, os higienistas reforçaram também a dimensão biológica da sociedade por estar ligada com o serviço social, ou seja, os higienistas fortaleceram tanto a ordem social como a politica.

Finalmente o evolucionismo de Charles Darwin, a partir do livro A origem das espécies por meio da seleção natural ou a preservação das raças favorecidas na luta pela vida, nasceu o darwinismo teoria que rompeu com o criacionismo e gerou polemica na comunidade de biólogos. Desafiando a ordem politica, o darwinismo sugere que, a ordem biológica e natural regia a vida e o desenvolvimento da humanidade. Os mais adaptados sobrevivem, os mais bem desenvolvidos biologicamente tem maiores chances na natureza.

 Partindo desse pensamento surge o darwinismo social dando voz aos argumentos de racistas e eugenistas, além dos princípios da burguesia industrial do século XIX dando base para o posto de vista econômico de permanência de poder, aprimorando sua ideologia, o darwinismo social visa acima de tudo o triunfo do individuo superior e depois seu aperfeiçoamento.

No século XIX toda a Inglaterra testemunhou o surgimento da multidão, que se caracteriza pela ideia de massa, de coletivo disforme e compacto, no interior da qual o individual não existe. A multidão é vista e sentida como um todo homogêneo.

O espaço urbano durante o dia em Londres nesta época é marcado pelas jornadas de trabalhos exaustivas nas indústrias têxtil, siderúrgicas e construção naval. Durante a noite surge toda a sobriedade ditada pelo relógio e pelo tempo diurno é substituída pela sedução, pela música e pela embriaguez.

Com a chegada das maquinas surgiu um novo modo de vida que fragmentou os espaços urbanos e submeteu os operários à vida nos cortiços em péssimos estados de higiene. Os Darwinistas acreditavam que essa multidão operaria estava degenerando, e também acreditavam que deveriam prevenir a degradação física dos trabalhadores para evitar prejuízos na economia. Com toda essa situação acabou gerando um preconceito contra o trabalhador londrino, por ele ser mais apático e fraco do que um trabalhador vindo do campo.

Já o império inglês nesta época era considerado a grande potência mundial. A população vitoriana cresceu após a Segunda Revolução Industrial e acabou carregando as consequências do capitalismo, acumulação de capital, péssimas condições de trabalho e salários e a insatisfação dos trabalhadores.

Do ponto de vista político, a Inglaterra sofria com as diversas pressões populares, como a luta pelo direito sufrágio masculino e a liberdade de religião. Já do ponto de vista social, o capitalismo proporcionou a criação de diversas leis e inovações que mudariam as condições de vida da classe pobre britânica: a restrição do trabalho infantil em minas de carvão, a criação de creches e escolas públicas e a liberdade de imprensa.

O final do século XIX foi lembrado por uma das maiores crises trabalhistas, no auge da Segunda Revolução Industrial os trabalhadores tomaram consciência de suas condições e foram feitas greves, manifestações, além de uma crise agrícola na década de 1870.

Diante de toda essa crise, higienistas e eugenistas entraram em ação para pensar no social e “testar” suas teorias. Os higienistas pregavam a higiene pessoal na sociedade, não somente a saúde, pois a partir daí a conduta também passou a ser um objeto de estudo. Nesse modo de ver a doença acabou se tornando um problema econômico que requeria isolamento dos mais fracos, ou seja, menos aptos. E os eugenistas que não concordavam com os higienistas pois eles contribuíam com os doentes, e essas políticas de reformas urbanas não agradavam Francis Galton, o pai da eugenia, pois iam contra a lei de seleção natural. Para eles Londres se tornou um mal exemplo, ali só morava pessoas da escoria, o resíduo social, os fora da norma.

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