FICHAMENTO – POR UMA PSICOLOGIA DO TRABALHO
Por: Josilene Santos • 20/12/2018 • Trabalho acadêmico • 3.604 Palavras (15 Páginas) • 308 Visualizações
FICHAMENTO – POR UMA PSICOLOGIA DO TRABALHO
CODO, Wanderley. Por Uma Psicologia do Trabalho – São Paulo - Casa do Psicólogo, 2006.
Ação dos psicólogos nos sindicatos: trabalho, alienação e transformação social (1987). Psicologia e Política.
“Não se pode pensar, por exemplo, no papel político que o exercício da psicologia implica, se partimos do pressuposto que determinada ciência se elabora apesar do momento político em que ela está inserida”. (Pp. 7 - 10)
No livro Por uma Psicologia do Trabalho, Wanderley Codo explica que a relação do conhecimento cientifico e as regras ou normas e modos do governo tem sido a preocupação dos estudos com relação as inter-relações que elas apresentam em suas complexidades, a força do trabalho e como o sujeito incorpora o trabalho na sua vida, como também a conscientização de que muitas coisas pode se fazer sem gastar dinheiro. O trabalho também é promotor do sofrimento humano, é promotor do prazer humano, da saúde mental. O trabalho contemporâneo é um trabalho de serviços, um trabalho que exige maior decisão e maior envolvimento afetivo. O vínculo do trabalhador com o seu trabalho e capacidade de decisão são as duas grandes exigências do trabalho e eles dependem da saúde mental no trabalho. A psicologia no trabalho não é uma ciência aplicada, é uma ciência básica, que tem outro objeto, o objeto da psicologia do trabalho e o seu objetivo é no sentido de como o trabalho auxilia a compreender o ser humano. De como o trabalho pode construir sua identidade, construir a saúde, a personalidade ou a doença mental, como também a afetividade e as emoções. O que define uma ciência é o seu próprio objeto.
Psicologia do trabalho é uma ciência básica. Ela é passível de aplicação. Aonde quer que você esteja há um ser humano e onde quer que haja um ser humano ou ele é produto do trabalho ou ele é o produtor de trabalho ao mesmo tempo. O Brasil, assim como toda américa latina esta evidentemente monopolizado e com eles estão o poder de estabelecer preços, importância do comercio, investimento em propaganda e o aumento dos trabalhadores e consumidores conforme a demanda social que lhe é plausível.
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[...] “Foram-se os tempos em que podíamos nos contentar com nossos consultórios” [...] (P.11)
A sociedade vive segundo as expectativas da economia e das multinacionais ao que lhe submete as suas ideologias e as impregna de tal forma que agem como robôs humanos. Cabe a psicologia nessa interface social, intervir numa psicologia atuante, deixando os seus confortáveis consultórios e saindo as ruas ao encontro desses indivíduos que por conta da alienação capitalista estão adoecendo (mentalmente e psicologicamente).
O mesmo capitalismo que faz o sujeito correr como louco para produzir o que lhes é imposto tendo em troca o capital monetário que lhe é ofertado, é o mesmo capitalismo que o deixa com o sentimento de improdutividade e de um vazio existencial por não estar satisfeito com a cobrança que o monopólio lhe impõe. A psicologia precisa abrir novos horizontes e avançar em direção a sociedade que está adoecendo a cada dia mais, frente ao consumismo e alienação do trabalho. A forma de como o indivíduo está sendo usado, e utilizado no exercício do seu trabalho o despersonifica como ser humano. Trabalham e trabalham e não há nenhuma transformação consciente em que possa construir-se como sujeitos de sua própria história. O homem com a revolução industrial foi se fragmentando no seu trabalho e na sua arte.
“A psicologia é, portanto, produto direto de transformação do homem em mercadoria, ao mesmo tempo em que, como produto da divisão social do trabalho, reproduz e impulsiona esta mesma divisão.” [...] “o meio de trabalho é uma coisa ou um conjunto de coisas que o homem interpõe entre ele e o objeto de seu trabalho, como condutor de sua ação”. (P. 17 e 21)
O meio histórico sócio cultural em que o homem está inserido por vezes fazem com que apareça várias interpretações de abordagens psicológicas e psicanalíticas em determinam o eu comportamento que sejam pelo o inconsciente quer sejam pelo ambiente que se vive. Porém, é ao apropriar-se da natureza que o homem passa por uma transformação que o faz modificar a si mesmo e ao seu meio externo. É por meio do trabalho (que o indivíduo) e através de suas ações que são eternizadas a história de cada pessoa. A descoberta que é feita e a forma pelo que realizo ação somos feito imagem e semelhança.
O homem e o Outro [...] Assim é preciso que os homens estejam ligados entre si por um produto de seu trabalho (atividade subjetiva), para que possam sobreviver. A caça não seria abatida se cada homem não cedesse seus instintos e comungasse com o projeto do grupo”. (P. 22).
Através do senso coletivo que o homem se ver no outro, o desejo de alimentar-se é uma das formas de como o homem resolve matar essa fome, seja tentando encontrar uma nova forma para abater sua caça, seja descobrindo uma nova receita para o cozimento daquele alimento constitui-se um aliado para a coletividade.
“Como esperar que um trabalhador, treinado para comportar-se desta ou de outra maneira diante de seu superior hierárquico, possa abandonar seus hábitos durante o repouso? Por mais compreensão que o superior possa manifestar acerca da situação de repouso e se esforce por manter o ambiente informal, o que acontece é que o trabalhador está diante do mesmo superior a quem deve disciplina acerca do próprio comportamento”. (P. 45).
A problemática apresentada pelo o autor, traz uma reflexão sobre como o psicólogo pode intervir num sindicato, tomando como exemplo o próprio caso trazido pelo o autor a respeito do pessoal da aeronáutica. Como resolver a situação de um possível TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo) ou sintomas neuróticos obsessivos, sem que o psicólogo intervenha na política interna da empresa? Parece-me que o autor quer dizer é que tanto o psicanalista como o psicoterapeuta perderiam um bom tempo do seu trabalho tentando encontrar na verdade indícios de um suposto complexo ou trauma da infância. O trabalhador diante do seu superior hierárquico estará sempre subjetivamente, sentindo-se numa desvantagem, mesmo que haja uma possível justificativa plausível para a sua situação diante dele. Entendo que, o psicólogo nesse contexto do sindicato do trabalhador possa ter uma atuação de conscientização do que a empresa precisa e deve fazer pelos seus funcionários na intenção de proporcionar melhor qualidade de vida e consequentemente um melhor serviço aos usuários, é no trabalho que o homem irá se afirmar como sujeito autônomo ou se perde nos seus ideais.
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