Fichamento: Sobre O Mecanismo Psíquico Dos Fenômenos Histéricos
Por: Vinicius Conrado • 5/11/2017 • Resenha • 963 Palavras (4 Páginas) • 614 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
VINICIUS CONRADO FARIAS
Fichamento: “Sobre O Mecanismo Psíquico Dos Fenômenos Histéricos”
Curitiba, Paraná
2017
INTRODUÇÃO
O texto de Sigmund Freud discorre sobre as causas, bem como suas relações com os sintomas histéricos, apontando que o desenvolvimento desses sintomas está diretamente ligado à esfera psíquica. Freud baseia seu trabalho na definição de histeria de Charcot, bem como em alguns casos clínicos. a intenção de Freud, como ele mesmo escreve, é de continuar o trabalho de Charcot sobre as paralisias traumáticas que são observadas na histeria.
O trauma, segundo Freud, deve ser um episódio grave que envolva a ideia de perigo mortal, ou de ameaça à vida, porém sem que haja dano cerebral que ponha em risco a atividade psíquica. O trauma deve possuir uma relação extraordinária com alguma parte do corpo.
DESENVOLVIMENTO
Freud supõe um caso em que um trabalhador é atingido no ombro por uma pesada tora de madeira, e apesar da leve contusão, vai para casa e vive normalmente, passadas algumas semanas ou até meses, ele acorda com seu braço flácido e paralisado.
Para o tratamento deste caso, Charcot explica a paralisia ao induzi-la artificialmente e reproduzir o quadro. Para isso, é necessário que o paciente se encontre em estado de hipnose e utiliza-se o método de sugestão. Após a hipnose, Charcot golpeia levemente o braço que foi atingido, ou pode-se também utilizar a sugestão para o aparecimento do sintoma de paralisia, que corresponde à paralisia traumática. Entende-se, portanto, que, uma vez que o sintoma de paralisia pode ser alcançado, tanto pelo leve golpe, quanto por uma sugestão verbal, a ideia dessa natureza é suficiente para uma paralisia traumática.
Entretanto, Freud escreve que para que o braço do paciente pudesse apresentar o sintoma de paralisia após o trauma com a tora de madeira seria necessário um estado hipnótico naquele mesmo momento. A explicação de Charcot, a qual me parece bastante vaga e apelativa, sem qualquer possibilidade de observação ou base teórica, de que o paciente se encontraria em um estado de hipnose artificialmente induzida.
Foi Breuer que trouxe o primeiro caso em que todos os sintomas da histeria foram devidamente identificados e tratados, descobrindo as origens dos sintomas observados, nas palavras de Freud: “o primeiro caso de histeria a se tornar inteligível.”
Na busca pela origem de um sintoma, o paciente, em hipnose, é indagado e a memória que não era acessível no estado de vigília vem à tona. Os fenômenos histéricos carregam uma carga afetiva muito marcante, comparável a uma experiencia traumática, em que não apenas há um único evento, mas uma série de impressões afetivas, ou seja, “toda uma história de sofrimentos.”
Os sintomas pelo trauma psíquico são descritos e observados como uma relação simbólica entre a causa que o determina e o sintoma histérico em si. Breuer observou que a busca pela origem e entendimento dos sintomas histéricos eram, também, seu método terapêutico, sendo que aos pacientes serem indagados e falarem sobre seus sintomas, em estado hipnótico, trazendo-os à razão, os sintomas se desfaziam. Assim sendo, os questionamentos traziam consigo diversas lembranças relacionadas ao sintoma, as quais eram dominadas por um afeto. Ao tentar explicar esse fenômeno, ou seja, de que lembranças muito antigas eram expressas em sintomas externos, Freud explica o mecanismo de soma de excitação. De acordo com ele, a soma da excitação acontece por vias sensoriais e sua diminuição por vias motoras, em outros termos, como um sistema de input e output, um estímulo excita ao entrar e precisa ser descarregado no sair.
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