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Figuras do Analista no Cinema - Uma análise através de Marnie, Don Juan DeMarco e Instinto Selvagem 2

Por:   •  10/11/2015  •  Trabalho acadêmico  •  531 Palavras (3 Páginas)  •  382 Visualizações

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Luisa Aliboni de Toledo e Silva – Psicologia - Integral

As Figuras do Analista no Cinema – Uma análise através dos filmes: Marnie, Don Juan de Marco e Instinto Selvagem 2

Fazendo um breve apanhado histórico do texto de Joel Birman temos as seguintes perspectivas: A figura do analista no cinema teve três grandes marcos que refletiram como a psicanálise estava sendo vista pela sociedade nesses momentos. Dos anos 40 aos 60 o psicanalista era retratado na ficção como um ser dotado de total integridade. Ele era íntegro, ético, muito valorizado e sempre poderia oferecer algo positivo à quem procurasse os seus serviços. A psicanálise era retrada como um modelo ideal e como uma prática largamente valorizada.

O filme Don Juan de Marco, apesar de ter sido lançado em 1995 retrata bem esse modelo antigo, pois mostra um velho psicanalista que está prestes a se aposentar (e deixar tudo na mão dos psiquiatras) e que se coloca contra todos os psiquiatras da instituição psiquiátrica pois não aceita tratar o “paciente” com remédios e sim através da escuta do desejo que o habita. O analista é representado como uma figura ética e a psicanálise se mostra perfeitamente eficaz no tratamento de uma possível psicose.

Já a partir dos anos 60 existe um ponto de viragem muito bem demarcado que pode ser representado pelas obras de Woody Allen. A partir dessa época a psicanálise passa a se destituir de seu poder simbólico e de seu saber. Apesar de permanecer ético, o analista se torna impotente, inoperante na sua função analítica e portanto, é retratado como uma figura melancólica, depressiva e depreciativa.

Dos anos 70 pra frente, até a postura ética já não existe mais no analista. Nos anos 80 e 90 o psicanalista passa a ser retratado como perverso e criminoso, um ser mau caráter, que vive de aparências, só pensa em dinheiro e faz o que lhe convém para satisfazer seu próprio gozo e para isso utiliza-se da manipulação da transferência. Concorrendo com essa figura, de um analista louco e até psicótico, existe um outro tipo de retrato, a de um analista simplório, vazio, babaca e até idiota. Tanto um, quanto o outro, refletem o quanto a psicanálise está sendo desvalorizada nessa época, o quanto ela está deixando a sua posição largamente valorizada e assim cedendo espaço para o modelo médico e científico da psiquiatria.

Marnie, apesar de ser um filme feito em 1964 está acima de seu tempo. Se encaixa nessa nova definição da psicanálise. Mark, o analista, se mostra por muitas vezes anti ético e parece querer ajudar Marnie apenas pelo desejo de apropriar-se dela. Tanto que a obrigou a casar-se com ele por chantagem. Muitas vezes nós, telespectadores, ficamos na dúvida se ele só está fazendo tudo isso em prol de seu próprio gozo ou se existe de fato um afeto verdadeiro pela personagem. Dessa forma, a figura do analista é retratada como um anti herói, um perverso, quase criminoso que só ajudou a protagonista para alcançar seu objetivo principar, ter uma noite de amor com ela. O mesmo acontece em Instinto Selvagem 2 em que o psicólogo se apaixona pela própria paciente tenta matá-la por ciúmes e acaba indo parar numa instituição psiquiátrica.

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