Filme 12 Homens e Uma Sentença e a Teoria Grupal de Kurt Lewin
Por: Paola Py • 9/10/2020 • Resenha • 1.345 Palavras (6 Páginas) • 632 Visualizações
Trabalho 12 homens e uma sentença e a
Teoria Grupal de Kurt Lewin
- INTRODUÇÃO
Este trabalho trata de uma análise sobre do filme 12 Homens e uma sentença (1957) e uma comparação com a base teórica de Kurt Lewin sobre os Processos Grupais. O objetivo será entender qual a relação do comportamento dos jurados com a Dinâmica Grupal e a Teoria do Funcionamento Grupal propostas por Lewin (1978).
2. DISCUSSÃO
No filme é apresentado a um grupo de 12 jurados um caso de um jovem de 18 anos, acusado de matar o próprio pai, estes jurados terão que, em uma sala reservada do júri, decidir sobre a sentença de absolvição ou condenação do jovem a cadeira elétrica. Os 12 homens e reúnem na sala e fazem uma votação preliminar do caso, decidindo pela votação em papel com 11 votos contra e apenas 1 por sua absolvição. A trama se desenvolve quando um dos jurados, sem ter a certeza de que o jovem é necessariamente culpado sente-se incomodado em acompanhar o restante do grupo e sentenciá-lo à cadeira elétrica, e propõe que deveriam discutir sobre o caso que estavam acompanhando. Assim, eles teriam cerca uma hora para decidirem o caso e votarem para absolvição ou culpado.
Inicialmente, a narrativa traz à tona a postura autoritária de uma parte do grupo de jurados, mas em seguida, surge a transformação das atitudes e opiniões que acontecem no decorrer do filme, conforme são confrontados com as provas do caso, o que podem ser explicadas pela mudança de método para uma conduta mais democrática, dialética e aberta. Sob a perspectiva dessas mudanças, é possível entender quanto o indivíduo pode ser influenciado pelo grupo.
Observando a Teoria do Funcionamento Grupal de Kurt Lewin, que é baseada numa perspectiva gestáltica, segundo ele, os fenômenos grupais não poderiam ser analisados ou compreendidos se não feitos dentro do grupo em questão, isso porque, as situações vivenciadas num contexto grupal só podem ter seu real sentido mensurado por aqueles que participam de tal grupo. Sendo assim é possível observar a dinâmica estabelecida entre os jurados do filme “12 homens e uma sentença”, e como a forma como conduzem todo o processo do veredito vai alterando e/ou influenciando seu modo de pensar e olhar para a situação em questão. Entre os jurados 3 deles apresentavam um perfil autoritário e agressivo, e se impunham ao grupo com uma dinâmica de autoritarismo. Essa dinâmica é esta estabelecida no início do filme, resultado de uma liderança também autoritária que atacava com palavras e gestos o único membro do grupo que possuía uma opinião diferente dos demais.
Kurt Lewin, observou em seus estudos que quando há uma liderança autoritária há dificuldade de aceitar um líder mais liberal e assim, atacam-no. Analisando pela perspectiva da dinâmica grupal e tendo como foco principal a sala de jurados, podemos categorizá-los num contexto socio grupal (um grupo que se forma e organiza-se unicamente com o objetivo de executar uma tarefa em específico) para que se possa compreender de forma mais ampla os fenômenos envolvidos. Outro ponto importante a ser ressaltado é a liderança exposta no filme. Lewin foi um dos grandes estudiosos das lideranças e seus efeitos dentro dos contextos grupais.
Para ele, os grupos democráticos tinham mais eficiência a longo prazo, enquanto os autoritários tinham uma eficiência imediata. Como as decisões são centralizadas na figura do líder, os membros somente funcionam a partir de sua a demanda e são, geralmente, cumpridores de tarefas. Já os grupos democráticos exigem maior participação de seus membros, que dividem as responsabilidades com a liderança. Isso torna a realização dos objetivos mais demorada, entretanto, mais duradoura.
No filme a questão é abordada de forma intensa. O oitavo jurado ou o líder democrático, demonstra-se de forma diferente dos outros jurados apresentados, por exemplo o jurado número 1 e o jurado número 3, mantinham o seu perfil agressivo, com demonstrações de grosserias, autocracias e imposições para manter o seu voto de condenação, o jurado 8 foi mais democrático em sua atitude, permanecendo mais pacifico e favorecendo o pensamento crítico, propondo que os membros do grupo contestassem as provas apresentadas pela acusação. Dessa forma, o jurado número 8 começou a adotar uma postura de coordenador do grupo, como líder democrático, que começa a modificar suas ideias através de seus questionamentos, conduzindo a reunião e levando o grupo a um veredito mais justo e equilibrado, transformando o grupo autoritário em um grupo democrático.
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