Funcoes Mentais

AS FUNCOES MENTAIS SUPERIORES (A SÍNDROME DE PIRANDELLO)

(Resumo do capítulo 1)

De acordo com o autor, “a psicologia trabalha com a realidade psíquica, elaborada pelo indivíduo a partir de conteúdos armazenados na mente”. Essa realidade psíquica consiste em tudo que afeta uma pessoa como real, ou seja, na verdade que ela constrói para si através das crenças e fantasias.

Dessa forma, as técnicas de psicologias ajudam as pessoas compreenderem certas atitudes por elas praticadas, sejam intencionais ou não intencionais, na busca do autoconhecimento.

Interpretamos os estímulos a partir das informações que temos registradas em nossas mentes. Sendo assim, um mesmo episódio visto por diferentes pessoas será alvo de interpretações distintas.

Segundo a psicologia, o ser humano é constituído na sua totalidade de corpo e mente, onde o cérebro comanda as funções mentais superiores, que consistem no processo de pensamento, sensação, percepção, atenção, memória, linguagem e emoção, através dos quais os indivíduos buscam conhecimento de si mesmo e do mundo que os rodeia.

A sensação é o estímulo que sofremos, os quais são “filtrados”, pelo nosso cérebro a partir das informações nele contidas. Já a percepção é a forma de interpretar e organizar tais sentimentos.

As sensações variam de acordo com as características. Existem pessoas que são mais detalhistas, sendo assim, observam os fatos com mais precisão. O estado emocional, o nível alcoólico e a informação em excesso também alteram já recepção dos estímulos.

Cada pessoa percebe e interpreta de uma forma peculiar os vários tipos de estímulos, pois existem fatores que afetam a percepção, dentre os quais podemos destacar: a captura visual, que é uma questão muito forte e predominante num conflito com os demais sentidos; as características particulares dos estímulos, que consistem na intensidade; experiências anteriores; conhecimentos do individuo; a cena de ocorrência dos fatos e as expectativas que criamos.

Para psicologia jurídica, existem dois fenômenos que merecem destaque. O primeiro trata-se da organização perceptiva de figura-e-fundo, onde a figura é tratada como prioridade, ou seja, é ressaltada, e o segundo que são as ilusões perceptivas que acontecem quando um estímulo real é interpretado de forma errônea, quase sempre por causa do estado emocional de interpretador.

A atenção, por sua vez, é seletiva, nos permite selecionar alguns estímulos e descartar os restantes. Muitas coisas chamam nossa atenção, inclusive mudanças radicais ou acontecimentos impactantes. Porém, às vezes estamos dispersos ou concentrados em outra atividade e acontece o contrario: a falta de atenção.

A memória é a capacidade de reproduzir e reconstruir conteúdos inconscientes. Acontecimentos que realmente chamam nossa atenção são armazenados na nossa memória, mesmo que nem sempre de forma consciente, por isso, temos a capacidade de reconhecer uma música preferida ou cena de um filme marcante.

A linguagem tem poder de transformação e, através dela, conseguimos representar o mundo. Ela influencia e é influenciada pelo pensamento, sendo que ambos evoluem simultaneamente. “O pensamento é uma atividade mental associada com o processamento, a compreensão e a comunicação de informações”. Uma palavra desencadeia pensamentos e emoções, por isso, quando duas pessoas pensam e empregam linguagens muito diferentes, acontece um conflito em virtude da incompatibilidade. Dessa forma, pensar é fundamental, pois na vida precisamos analisar antes de julgar e agir.

Por fim, a emoção é um conjunto de sentimentos, bons ou ruins, capaz de influenciar todas as funções mentais superiores, na medida em que ela modifica a sensação e percepção, ativa a atenção, intervém na memória e influencia o pensamento e a linguagem.

Segundo Kaplan e Sadock (1993, p.230), a emoção é “um complexo estado de sentimentos, com componentes somáticos, psíquicos e comportamentais, relacionados ao afeto e ao humor”.

Algumas emoções são reconhecidas em todas as culturas, tais como: surpresa, felicidade, raiva, medo, tristeza, e repugnância, ou seja, as emoções básicas. Outras são as emoções sociais, como: inveja, admiração, ciúmes e compaixão. Em ambos os casos elas podem ser positivas, quando tem uma relação com o prazer, ou negativas, que são relacionadas com a dor ou descontentamento.

Pode-se concluir que toda pessoa é única na sua essência. Cada um percebe e interpreta os estímulos individualmente, com pensamentos distintos. Não existe uma verdade incontestável em virtude das varias percepções. Conforme afirmou Pirandello (1867-1936), “assim é, se lhe parece.”

SAÚDE MENTAL E TRANSTORNO MENTAL

(Resumo do capítulo 2)

O individuo é considerado ‘mentalmente saudável’ quando reconhece que não é perfeito, enfrenta os problemas do dia-a-dia e busca ajuda para resolver conflitos e superar traumas. Já o transtorno mental acontece na medida em que o funcionamento do indivíduo é comprometido, impedindo-o de atuar nos padrões da normalidade.

Geralmente, quando conhecemos alguém não percebemos as características desses transtornos, porém com a convivência elas tornam-se evidentes. O comportamento muda de acordo com o ambiente, com as circunstâncias e com as expectativas, e as pessoas revelam sua personalidade através do seu comportamento em relação aos demais.

Segundo Kaplan e Sadock (1993, p.556) “a personalidade é a totalidade relativamente estável e previsível dos traços emocionais e comportamentais que caracterizam a pessoa