História da Psicologia no Brasil

Lucas Santos Briz                                                       0022014xxxxx

Thaís Caroline Gonçalves                                           002201401297

História da Psicologia no Brasil

Trabalho orientado pela

professora Maria de Nazaré

Fonseca Serpa

USF

Itatiba – 2014

        Em 2012, a Psicologia no Brasil fez 50 anos como profissão registrada, ainda totalmente recente e em profundo crescimento. Durante o período colonial, de catequização dos nativos, e de todas as observações feitas, foi uma contribuição de grande valia observar a cultura que aqui existia. Lógico que todo o processo posterior de educação dos religiosos ser forçado, as primeiras observações mostram bem as diferenças culturais entre os povos, contribuição que hoje serve como ferramenta para compreender melhor toda a diversidade que nos rodeia.

A psicologia no Brasil foi dividida em três períodos:

O primeiro período é compreendido entre a criação das faculdades de medicina no Rio de Janeiro e na Bahia, em 1833, e o final do século XIX, 1890. Nele, não havia nenhuma sistematização do conhecimento psicológico; a psicologia não era uma prática regulamentada. Não havia, portanto, a profissão de psicólogo, mas havia pessoas interessadas nos temas e questões psicológicas. Este período foi denominado pré-profissional;

O segundo período é compreendido entre 1890 – 1906 e 1975. Abrange desde o início da institucionalização da prática psicológica até a regulamentação da profissão e a criação dos seus dispositivos formais. Em 1906, foram criados os laboratórios de psicologia experimental na educação e, em 1975, o código de ética. A partir de então, a psicologia passa a ter um conhecimento próprio institucionalizado e reconhecido. Em 1971, foi realizado primeiro encontro nacional de psicologia em São Paulo;

O terceiro período se inicia em 1975, quando a profissão de psicólogo passou a estar organizada e estabelecida e passou por fortes alterações socioeconômicas.

Destacando-se os acontecimentos relevantes para a psicologia brasileira e personagens que a protagonizaram, segundo o CNP (Conselho Nacional de Psicologia), temos:

• A criação das faculdades de medicina no Rio de Janeiro e na Bahia por decreto de D. João VI, em 1833. Nesse período, médicos reivindicam a construção de hospícios, iniciando-se a construção do hospício Pedro II no Rio de Janeiro em 1842, seguido por São Paulo em 1848, Salvador em 1874, e em Porto Alegre em 1884;
• Em 1854, foi publicado o primeiro livro contendo “psicologia” no título: Investigações em psicologia, por autoria do médico Eduardo Ferreira França. O ensino regular de psiquiatria a médicos brasileiros, se inicia em 1886, sendo o primeiro médico psiquiatra brasileiro, João Carlos Teixeira Brandão;
• Em 1896, foi criado o hospício do Juqueri de São Paulo por Francisco Franco da Rocha, que inicia suas atividades em 1901;
• Em 1898, fundada a faculdade de medicina do Rio Grande do Sul;
• Em 1903, aprovada a primeira legislação sobre a assistência aos alienados sob influência de Juliano Moreira, nomeado nesse ano diretor do hospital nacional dos alienados, antigo hospital D. Pedro II. Moreira foi o primeiro presidente da sociedade brasileira de psicanálise, considerado por muitos autores o precursor da psicanálise no Brasil;
• Em 1906, foi criado o laboratório de psicologia experimental no Rio de Janeiro, provavelmente o primeiro laboratório de psicologia no país;
• Em 1912, a escola Normal de São Paulo desdobra a disciplina de pedagogia em pedagogia e psicologia;
• Em 1913, foi criada a faculdade de medicina da USP;
• Em 1921, introduzida a disciplina de psicologia como optativa no currículo das escolas normais brasileiras;
• Em 1927, criado no Juqueri o manicômio judiciário de São Paulo;
• Em 1932, o laboratório de Psicologia na Colônia de Psicopatas no Engenho de Dentro no Rio de Janeiro é transformado em Instituto de Psicologia e é elaborado o primeiro projeto do curso de formação de psicólogo com duração de 4 anos;
• Em 1934, o decreto 24559 promulga a segunda lei federal de assistência aos doentes mentais, dispondo sobre profilaxia mental, assistência e proteção à pessoa dos psicopatas e fiscalização dos serviços psiquiátricos;
• Em 1939, o ensino de psicologia passou a fazer parte do currículo para licenciados e candidatos ao magistério secundário e normal em todo o país. Também é estabelecido em padrão federal que a disciplina seja ministrada aos bacharelandos de filosofia e pedagogia no curso de didática, jornalismo, administração, educação física, sociologia, política e direito;
• Em 1940, criada a comissão de psicotécnica da Associação Brasileira de Engenharia Ferroviária, tendo como membro, dentre outros, o Senhor Roberto Mange, engenheiro suíço, e um dos mais importantes nomes na aplicação da psicologia ao trabalho;
• Em 1943, criado em São Paulo, o primeiro Núcleo Psicanalítico da América Latina, primeira instituição psicanalítica reconhecida pela Associação Psicanalítica Internacional;
• Em 1944, Plínio Olinto lançou um livro sobre a história da psicologia no país: A psicologia experimental no Brasil;
• Em 1945, fundada a sociedade de Psicologia de São Paulo por Otto Klineberg e Anita Cabral;
• Em 1947, criado o instituto de seleção e orientação profissional na fundação Getúlio Vargas no Rio de Janeiro;
• Em 1949, fundada a Associação Brasileira de Psicotécnica;
• Em 1950, criação do departamento de psicologia médica na faculdade de medicina de Ribeirão Preto, USP;
• Em 1951, iniciam-se os trâmites para regulamentar a profissão de psicólogo com um pedido de registro de um consultório de psicopedagogia ao ministério da educação. Reconhecida nesse mesmo ano em Congresso em Amsterdã, a Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBP-SP);
• Em 1952, inauguração do instituto de psicologia e pedagogia da PUC-SP.

Muito procurada atualmente, a psicologia cresceu de tal forma que hoje está aplicada a diversos ramos de atuação e situações. O desenvolvimento das sociedades esta de uma forma tão acelerada que cada vez mais as pessoas entram em conflitos por diversos fatores e recorrem ao psicólogo para tentarem encontrar a luz que necessitam. E mal podem imaginar que seu surgimento, mesmo tendo raízes na filosofia, não foi há tanto tempo assim, e que ainda é uma ciência em evolução, ainda mais no cenário brasileiro.

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