História da Psicanálise: Freud Além da Alma e O livro de Ouro da Psicanálise
Por: dudatrevisan • 12/5/2018 • Trabalho acadêmico • 6.096 Palavras (25 Páginas) • 332 Visualizações
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Andressa Sformi Isabela Camargo Juliana Terci Maria Eduarda Piveta
História da Psicanálise: Freud Além da Alma e O livro de Ouro da Psicanálise
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Londrina 2018
Andressa Sformi Isabela Camargo Juliana Terci Maria Eduarda Piveta
História da Psicanálise: Freud Além da Alma e O livro de Ouro da Psicanálise
Resumo apresentado ao Curso de Psicologia como requisito para obtenção de nota parcial na disciplina de Teoria Psicanalítica e Psicodinâmica I
Prof.ª Denise Hernandes Tinoco
Londrina 2018
1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho é sobre a história da criação da teoria psicanalítica, mais concretamente sobre os filósofos e teóricos antecedentes a Sigmund Freud, que questionavam a existência do inconsciente e utilizavam a hipnose para conhecer a natureza humana. Também será explicitada o caminho de Freud, até se tornar médico neurologista e o caminho para o desenvolvimento de sua própria teoria dentro do exercício da profissão.
Sendo objetivo mostrar a trajetória da descoberta do inconsciente humano relacionado aos conteúdos e conflitos reprimidos e de como Sigmund Freud o iluminou, da transição do paradigma médico de descoberta da causa dos sintomas e os avanços da sua teoria da sexualidade, que evidencia o desenvolvimento psicossexual desde a infância, a partir das diversas situações que vivenciou nesse processo.
A metodologia usada foi a pesquisa bibliográfica, realizando uma síntese do filme “Freud Além da Alma” e o capítulo do livro “O livro de Ouro da Psicanálise” destinado a Freud, com a proposta de realizar um contraponto entre estas duas referências, que apresentam informações complementares.
2 DESENVOLVIMENTO
2.1. Antecedentes
É certo que Freud, através do uso da hipnose, foi o pioneiro no estudo e aprofundamento das neuroses e do inconsciente humano que propiciará, mais além, o surgimento da Psicanálise com seu método de cura pela palavra. Porém, deve-se atentar ao fato de que há uma continuidade no curso da história com seus precursores de uma determinada ideia, nesse caso, a loucura e seu caminho para a cura.
No capítulo “As origens da cura pela psicanálise”, Manuel da Costa Pinto apresenta vários precedentes, sendo o médico Franz Anton Mesmer (1734-1815) um dos mais pertinentes devido seu pioneirismo na hipnose. Mesmer, em 1766, partiu da teoria da gravitação universal de Newton e Kepler, do século XVII, que marca o inicio da ideia que o mundo e o homem não são mais reflexos de Deus, devendo se apropriar das próprias explicações das causalidades de si e do mundo e trazendo as patologias ao âmbito humano. Mesmer acreditava que a atração universal que ocorre entre os corpos celestes tem a mesma influência sobre o corpo e alma humana, influência esta denominada pelo médico de “magnetismo animal”. Segundo ele, os seres vivos possuem um “fluido universal” carregado de energia que pode ser transmitido de uma pessoa à outra através de um ímã (que representa a forma do órgão deficiente), assim, o processo terapêutico se dá na estimulação e “livre circulação” do fluido bloqueado neste órgão doente. Durante esses tratamentos, os pacientes entravam em estado de transe (ou “sonambulismo artificial”), mas que continuavam com uma fala coerente, e voltavam à realidade se sentindo melhores.
Um aprendiz de Mesmer, o marquês de Puységur (1751-1825), vai além e propõe que o paciente guie as sessões em estado de sonambulismo, sendo que o magnetizador apenas o conduz ao seu autoconhecimento, antecedendo, assim, a psicanálise de Breuer e Freud. Além disso, segundo Puységur “o magnetismo animal não apenas cura a doença: ele provoca as doenças das quais possuímos o germe, e por esse caminho cura-as sem seu próprio princípio” (apud. Pinto, 2007), nos remetendo ao futuro método catártico proposto por Breuer, em que reviver o trauma fazia o sintoma sumir.
Joseph Deleuze (1753-1853), aluno de Puységur, propõe o modelo de magnetizador-espelho e traz à prática organização e cautela. Para ele, doenças graves tem origem, muitas vezes, em sofrimentos, dores e sentimentos ocultos e estabelece certa objetividade no processo de sonambulismo para não prejudicar o paciente. Além do mais, lembra o hipnotizador do seu papel de espelho, ou seja, deve-se tomar cuidado em não ser afetado nocivamente pelos sintomas do paciente. Observa-se, também, a importância que Deleuze dava ao efeito tranquilizante do toque, da “pele com pele” que revela a dependência do sonâmbulo (que se ausenta do mundo) com o hipnotizador. Josef Breuer e Freud utilizarão o toque nas situações de resistência do paciente: colocam a mão na testa deste e afirmam que ele pensa em algo (Pinto, 2007, pg. 23).
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