Impactos da Violência Doméstica
Por: pamellathaina • 18/4/2025 • Trabalho acadêmico • 5.558 Palavras (23 Páginas) • 7 Visualizações
[pic 1]
CENTRO UNIVERSITÁRIO EURO AMERICANO
Pró-Reitoria Acadêmica
Programa de Graduação em Psicologia
VIOLÊNCIA INTERPESSOAL E VIOLÊNCIA DOMÉSTICA EM MULHERES CISGÊNERA: IMPACTOS NA SAÚDE MENTAL E SOCIAL
Autor(a): Stephanie Ferreira Fonseca
Orientador(a): Prof.ª. Nathalie Nunes Freire Alves
BRASÍLIA- DF
2024
STEPHANIE FERREIRA FONSECA
VIOLÊNCIA INTERPESSOAL E VIOLÊNCIA DOMÉSTICA EM MULHERES CISGÊNERA: IMPACTOS NA SAÚDE MENTAL E SOCIAL
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Graduação em Psicologia do Centro Universitário UNIEURO.
Orientador(a):Prof.ª. Nathalie Nunes Freire Alves
BRASÍLIA- DF
2024
[pic 2]
Trabalho de Conclusão de Curso de autoria de Stephanie Ferreira Fonseca intitulado VIOLÊNCIA INTERPESSOAL E VIOLÊNCIA DOMÉSTICA EM MULHERES CISGÊNERA: IMPACTOS NA SAÚDE MENTAL E SOCIAL, apresentada como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharelado em Psicologia do Centro Universitário UNIEURO, em ___/_____/______, defendida e aprovada pela banca examinadora abaixo assinada:
____________________________________
Prof.ª. Nathalie Nunes Freire Alves
VIOLÊNCIA INTERPESSOAL E VIOLÊNCIA DOMÉSTICA EM MULHERES CISGÊNERA: IMPACTOS NA SAÚDE MENTAL E SOCIAL
INTERPERSONAL AND DOMESTIC VIOLENCE IN CISGENDER WOMEN: IMPACTS ON MENTAL AND SOCIAL HEALTH
FONSECA, Stephanie Ferreira[1]
ALVES, Nathalie Nunes Freire[2]
RESUMO
Este trabalho aborda os impactos da violência doméstica sobre a saúde mental e social de mulheres cisgêneras, com ênfase nas barreiras culturais e sociais enfrentadas por essas vítimas. A pesquisa foi fundamentada em uma revisão bibliográfica de estudos e teorias sobre a violência doméstica, como as propostas por Simone de Beauvoir e Pierre Bourdieu, além de dados empíricos que evidenciam as consequências psicológicas e sociais dessa violência. A análise dos dados revela que as mulheres vítimas de violência doméstica experimentam sérios danos à sua saúde mental, incluindo transtornos como depressão, ansiedade e estresse pós-traumático, além de enfrentar isolamento social, exclusão de redes de apoio e dificuldades de acesso a serviços essenciais. O estudo conclui que, além de políticas públicas mais eficazes, é necessária uma mudança cultural para enfrentar a violência doméstica, considerando as questões simbólicas e estruturais que perpetuam a desigualdade de gênero. O trabalho sugere a continuidade das investigações sobre a relação entre violência simbólica e psicológica, propondo novas abordagens para as políticas de apoio às vítimas.
Palavras chaves: Violência doméstica. Saúde mental. Mulheres cisgêneras. Exclusão social. Políticas públicas.
ABSTRACT
This paper addresses the impacts of domestic violence on the mental and social health of cisgender women, with a focus on the cultural and social barriers faced by these victims. The research is based on a literature review of studies and theories on domestic violence, such as those proposed by Simone de Beauvoir and Pierre Bourdieu, in addition to empirical data that highlights the psychological and social consequences of such violence. The data analysis reveals that women who are victims of domestic violence experience severe damage to their mental health, including disorders like depression, anxiety, and post-traumatic stress disorder, as well as facing social isolation, exclusion from support networks, and difficulties accessing essential services. The study concludes that, in addition to more effective public policies, a cultural shift is necessary to address domestic violence, considering the symbolic and structural issues that perpetuate gender inequality. The paper suggests further research on the relationship between symbolic and psychological violence, proposing new approaches to policies supporting victims.
Keywords: Domestic violence. Mental health. Cisgender women. Social exclusion. Public policies.
INTRODUÇÃO
A violência doméstica contra mulheres cisgêneras é uma das questões mais urgentes nos campos dos direitos humanos e da saúde pública. Este tipo de violência, que afeta profundamente a saúde física, mental e social das vítimas, está enraizado em uma estrutura histórica e cultural que naturaliza a desigualdade de gênero. Essa desigualdade, alimentada por estereótipos de gênero e normas culturais, dificulta a resistência e perpetua relações de poder desiguais entre homens e mulheres, tornando o rompimento com esse ciclo de violência ainda mais desafiador (Bourdieu, 2012).
A violência de gênero é definida pela Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher (1994), como qualquer ato baseado no gênero que cause sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, seja no espaço privado ou público. Apesar dos avanços legislativos no Brasil, como a Lei Maria da Penha (BRASIL, 2006), a implementação dessas políticas ainda encontra muitos obstáculos. Barreiras como a falta de integração entre os serviços de apoio e a subnotificação dos casos continuam a manter muitas mulheres em situação de extrema vulnerabilidade (Oliveira; Leahy, 2020).
A violência doméstica tem sérias consequências psicológicas, como transtornos de ansiedade, depressão, estresse pós-traumático e a perda significativa de autoestima. Bourdieu (2012) nos ensina que, muitas vezes, a violência simbólica dentro dessas relações torna os abusos mais invisíveis. Com frequência, comportamentos violentos são vistos como expressões de afeto ou proteção, o que faz com que as vítimas internalizem esses abusos e os aceitem como parte do relacionamento, ampliando o sofrimento psicológico. A agressão física, nesse contexto, é apenas uma das formas de controle emocional que perpetuam o ciclo de dor e vulnerabilidade.
...