Interpretação dos Sonhos e Narcisismo
Por: DressaY • 22/11/2019 • Dissertação • 1.413 Palavras (6 Páginas) • 148 Visualizações
Problematização do conceito de personalidade
O conceito da palavra personalidade surgiu de uma mascara chamada PERSONA que os atores gregos usavam para dar aparência do papel e amplificar a voz. E devido a isso a personalidade passou a definir a aparência externa que mostramos aos que nos rodeiam. Porém no senso comum e na linguagem popular a personalidade é usada para referir-se a uma característica marcante, ou até então definir se uma pessoa é boa ou má.
No entanto, a psicologia evita esse juízo de valor e essa limitação de que a personalidade se define somente pelo que representamos as pessoas. Em geral, podemos definir personalidade como uma variável individual que determina os seus comportamentos e inclui as interações e as atitudes a qual é estruturada com experiências e vivencias concretas das pessoas no meio onde vive.
É importante ressaltar também que a personalidade é relativamente consistente, mas ela não é rígida e imutável, pois varia conforme as circunstancias. Entretanto, a personalidade possui influencia do meio e suas características também podem mudar em resposta a situações diferentes.
Existem diversas técnicas para realizar a avaliação da personalidade, contudo as melhores técnicas seguem os princípios de padronização, confiabilidade e variabilidade. Sendo assim, as melhores e mais populares técnicas projetivas são de Rorschat e TAT e também entrevistas clinicas. Ao aplicar o teste, é necessário que seja considerado as diferenças culturais.
A pré-história da psicanálise:
No Projeto, Freud concebe o psiquismo como um “aparelho” capaz de transmitir e de transformar uma energia determinada, e o funcionamento deste é explicado a partir de duas hipóteses:
- Que existe uma quantidade (Q) que distingue a atividade de repouso das partículas materiais.
- A identificação dessas partículas materiais com os neurônios.
Segundo o principio de inércia neurônica os neurônios tendem a se desfazer de Q. A essa função primordial soma-se outra função secundária segundo a qual o sistema neurônico procura não apenas livrar-se de Q, mas conservar aquelas via de escoamento que o possibilitam manter-se afastado das fontes de excitação. Portanto, além da função de descarga, há também a fuga do estímulo. Esse principio é entravado por outro modo de funcionamento do aparelho psíquico, cuja característica é evitar o livre escoamento da energia.
Já o principio da constância tende manter a quota de Q num nível mais baixo possível e o mesmo tempo em que procura se proteger contra qualquer aumento da mesma, isto é, procura mantê-la constante.
A função primordial dos dois sistemas neurônicos é manter afastadas as grandes Qs externas através da descarga. E essa função de descarga está ligada a tendência básica do sistema nervoso, que é a de evitar a dor ou desprazer resultante de um acumulo excessivo de Q no sistema formado pelos neurônios.
Desprazer então é identificado com a tensão decorrente do acumulo de Q e o prazer consiste na descarga dessas Q excessiva. O prazer é a própria sensação de descarga, e o prazer total resultaria da descarga total de Q. Experiência de satisfação de um recém-nascido só é capaz de ser realizada com o auxilio de outra pessoa, e é a eliminação dessa tensão interna causada por um estado de necessidade que dá lugar a experiência de satisfação.
A distinção entre os dois modos de funcionamento do aparelho psíquico constitui uma das concepções mais estáveis no interior da teoria psicanalítica:
- Processo primário: energia livre, tende para a descarga de forma mais direta possível. (Sonhos).
- Processo secundário: energia ligada, quando sua descarga é retardada ou controlada. (Pensamento da vigília, atenção, raciocínio, linguagem).
Interpretação dos sonhos
A Interpretação dos Sonhos é a via real que leva ao conhecimento das atividades inconscientes da mente. E Freud toma como ponto de partida duas afirmações: a primeira que os sonhos não são absurdos e eles possuem um sentido e a segunda de que os sonhos são realizações de desejos.
Ademais, o sentido do sonho não é imediatamente acessível nem ao sonhador nem ao interprete, pois o que lembramos é uma deformação, elaboração onírica em que nela incide uma censura cujo objetivo é proteger o sujeito do caráter ameaçador dos seus desejos. E existem quatro mecanismos fundamentais para a elaboração onírica:
- Condensação: conteúdo manifesto é uma tradução abreviada do latente. E pode operar de três maneiras: omitindo determinados elementos do conteúdo latente, permitindo que apenas alguns elementos apareçam e combinando vários elementos do conteúdo.
- Deslocamento: é a obra da censura dos sonhos e opera basicamente de duas maneiras: pela substituição de um elemento latente por outro mais remoto, quando o acento é mudado de um elemento importante para outros sem importância.
- Figurabilidade: transformação dos elementos do sonho em imagens, este mecanismo se encarrega sozinho de proceder a distorção do sonho
- Elaboração secundária: consiste numa modificação do sonho a fim de que ele apareça sob a forma de uma história coerente e compreensível, aproximando-se do pensamento diurno.
Resumindo então, a aparência incoerente e bizarra é devido a censura onírica, a condensação, ao deslocamento, as considerações de representatividade e a necessidade de que a estrutura externa tenha uma aparência de racionalidade (elaboração secundária).
O sonho se inscreve, portanto, em dois registros: o conteúdo manifesto que é o que corresponde ao sonho lembrado e contado pela pessoa e o conteúdo latente que é oculto, inconsciente. Portanto o que é interpretado psicanaliticamente não é o sonho, mas sim o seu relato, ou seja, o conteúdo manifesto. E o conteúdo latente é o que pretendemos atingir pela interpretação.
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