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Introdução Ao Conceito De Neurose Obsessiva

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Por:   •  6/5/2014  •  1.418 Palavras (6 Páginas)  •  641 Visualizações

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Resumo: A neurose obsessiva situa-se no campo de estudo da psicanálise de Sigmund Freud, podendo ser entendida a partir de uma experiência traumática que acomete a estrutura do sujeito. O presente artigo tem a finalidade de fomentar discussões sobre a utilização das terminologias usadas pelo DSM-IV, fazendo uma inter-relação com a psicanálise. Assim como apresentar algumas ideias psicanalíticas sobre a neurose obsessiva e introduzir o aspecto obsessivo no caso “homem dos ratos”. Nesse sentido, o estudo se torna relevante para apontar novas vertentes sobre a temática, bem como possibilitar diálogos com a psicanálise e a psicologia.

Palavras-chave: Neurose Obsessiva, Sigmund Freud, Psicanálise.

1. Considerações Iniciais

A neurose obsessiva se caracteriza como uma doença mental grave, podendo ser entenda a partir de um conflito decorrente de uma experiência traumática que acomete a estrutura do sujeito no contexto libidinal. O trabalho defensivo da neurose obsessiva consiste, portanto, em transformar a representação forte da experiência infantil penosa numa representação enfraquecida e em orientar para outros usos a soma de excitação, por esse estratagema, foi desligada de sua fonte verdadeira.

Desse modo, a neurose obsessiva se desenvolve a partir do Complexo de Édipo, onde a libido do indivíduo encontra-se fixada no estágio anal de maturação da sexualidade. O sentimento de culpa, pode se caracterizar como uma forte tendência do neurótico obsessivo, em que tentam usar objetos como tentativa de aliviar conflitos internos.

As obsessões podem ser identificadas a partir de pensamentos, ideias, sentimentos, frases, números, superstições mágicas, atitudes compulsivas que invadem a consciência de forma repetida e recorrente, o que provoca no sujeito uma sensação de mal-estar e impotência diante de tais pensamentos.

Assim, o pensamento do sujeito obsessivo é abstrato, não tem uma ligação com a realidade. Os obsessivos se preparam constantemente para o futuro, e não conseguem viver o presente. Na psicanálise, há mais dificuldade no tratamento desse indivíduo tendo em vista a dificuldade de associação livre, assim como na internalização do conflito apresentado.

2. DSM-IV e Neurose Obsessiva: um paradoxo

O DSM-IV, considera-se o Transtorno da Personalidade Obsessivo-Compulsiva (F60. 5 - 301.4) um padrão invasivo de preocupação com organização, perfeccionismo e controle mental e interpessoal, às custas da flexibilidade, abertura e eficiência, que começa no início da idade adulta e está presente em uma variedade de contextos, indicado por pelo menos quatro dos seguintes critérios:

“(1) preocupação tão extensa, com detalhes, regras, listas, ordem, organização ou horários, que o ponto principal da atividade é perdido; (2) perfeccionismo que interfere na conclusão de tarefas (por ex., é incapaz de completar um projeto porque não consegue atingir seus próprios padrões demasiadamente rígidos); (3) devotamento excessivo ao trabalho e à produtividade, em detrimento de atividades de lazer e amizades (não explicado por uma óbvia necessidade econômica); (4) excessiva conscienciosidade, escrúpulos e inflexibilidade em assuntos de moralidade, ética ou valores (não explicados por identificação cultural ou religiosa); (5) incapacidade de desfazer-se de objetos usados ou inúteis, mesmo quando não têm valor sentimental; (6) relutância em delegar tarefas ou ao trabalho em conjunto com outras pessoas, a menos que estas se submetam a seu modo exato de fazer as coisas; (7) adoção de um estilo miserável quanto a gastos pessoais e com outras pessoas; o dinheiro é visto como algo que deve ser reservado para catástrofes futuras; (8) rigidez e teimosia.”

Tais critérios levantam as características psiquiátricas desse adoecimento, criadas com base no contexto geral, o que leva ao debate sobre destacar e entender também a história individual de cada sujeito. Essa ideia apresentada pelo DSM-IV entra em contradição com a psicanálise, que nomeia o problema de neurose obsessiva.

Uma questão que é levantada é que o DSM, ao lado da CID-10, exclui a subjetividade e toma o sintoma pela estrutura, ou seja, aquilo que responde à uma classe, esmaga o sujeito e o exclui de cena, uma vez que a particularidade do sujeito não tem a ver com a classificação, mas com aquilo que escapa a ela (GOMES, 2009).

3. Um Ideia Psicanalítica sobre a Neurose Obsessiva

Entende-se que a neurose obsessiva é uma das psiconeuroses de defesa, pelo fato de ser resultante de uma ação “traumática” de experiências sexuais na vida infantil e se constitui um esforço de defesa contra qualquer representação e qualquer afeto oriundo de tais experiências e tendem a perpetuar o que elas tinham de incompatível com o eu.

Freud (1996), em seu texto sobre as neuroses, apresenta sua preocupação com tal problema e a partir de seus estudos sobre o tipo clínico Neurose Obsessiva, pode entender que o paciente que analisou gozava de boa saúde mental até o momento em que houve uma ocorrência de incompatibilidade em sua vida representativa – isto é, até que seu eu se confrontou com uma experiência, uma representação ou um sentimento que suscitaram um afeto tão aflitivo que o sujeito decidiu esquecê-lo, pois não confiava em sua capacidade de resolver a contradição entre a representação incompatível e seu eu por meio da atividade de pensamento.

Assim, a tarefa que o eu se impõe, em sua atitude defensiva, de tratar a representação incompatível, simplesmente não pode ser realizada por ele. Tanto

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